(Mundo Ideal, Ano XIV, nº 164, pg. 23)
Engraçado, eu iria morrer e reencarnar e não saberia que o simples ato de postar um apoio para o cotovelo expressaria sinceridade para alguém... só mesmo o Mestre para notar isso... isso que, aliás, nos dá algumas importantes lições: o fato de que até mesmo as pequeninas e insignificantes coisas, atos ou atitudes são levadas em conta por Deus. Assim, questiono: existe alguma pequena atitude nossa que, muito embora conscientemente estejamos longe de perceber, revela algum tipo de sinceridade? Pensem bem, eu estou pensando também.
Com o perdão do trocadilho, sejamos sinceros nesta reflexão. Tenho um pequeno relato a fazer sobre isso, a interpretação vem de cada um depois disso.
Sexta-feira, voltando do trabalho, peguei o 31 no Centro de Niterói e sentei-me entre o meio e a saída do ônibus. Logo depois o ônibus encheu e uma pessoa me chamou a atenção: uma senhora se posta ao meu lado com mais bolsa do que empacotador de mercado, e todas uma mais difícil que carregar do que a outra: tinha refrigerante e cerveja gelada, pra se ter uma ideia...
Polidamente, quis ajudar a senhora, pegando bolsa após bolsa. Ficou apenas uma com ela, o resto me soterrou durante alguns pontos até ela conseguir, um ponto antes de eu saltar, um lugar, ou melhor, dois para ela descarregar todos os apetrechos para o provável rega-bofe que iria iniciar o fim de semana. Ela me agradeceu muito, desejando-me saúde.
Um evento comezinho, não? Agora, o quanto de sinceridade tive por aquele ato? O desejo de ajudá-la com seus fardos, na qualidade de mais confortável que estava? (até receber as bolsas, claro!) O desejo de ajudar o tráfego naquele ônibus, ou seja, ajudar os demais passageiros a não receber um engradado de cerveja nos pés cansados de mais um dia de trabalho?
Viram vocês quanta coisa deriva de pequenos atos do cotidiano, coisas básicas que sequer nos atentamos? E tudo derivando da sinceridade... pensem nisso...
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