"Certa vez, uma adolescente acordou no meio da noite e ouviu o pai e a mãe falando a seu respeito. A mãe, queixando-se da filha, desabafou: 'Essa menina dá muito trabalho, já não a suporto. Às vezes, prefiro a sua ausência...'.
Ouvindo isso, a garota ficou chocada e revoltada; e, a partir desse dia, passou a ter sérios atritos com a mãe. Acabou brigando também com o pai e, por causa do tumultuado ambiente familiar, o seu desempenho escolar sofreu uma queda brusca.
Citei esse caso para alertar sobre o mau uso da palavra. É um exemplo de como as tolas lamúrias de uma mãe podem exercer influência perniciosa na filha e estragar a sua vida.
Tudo seria diferente se, naquela ocasião, essa garota tivesse ouvido comentários elogiosos dos pais a seu respeito, tais como 'Ela é um tanto quanto espevitada, mas é uma boa menina. Que bom termos uma filha como ela. Creio que será uma boa moça e terá um futuro feliz...'. Ela teria ficado feliz com esses elogios e passado e se comportar de modo a merecê-los. Mesmo que tivesse alguns defeitos, o esforço para melhorar acabaria fazendo com que as qualidades se sobressaíssem. Aumentando as qualidades, é natural que os defeitos acabem desparecendo. Assim, é certo que ocorra a melhora.
Que acontecerá se uma dona de casa tiver o hábito de falar mal do marido juntamente com os filhos? Com certeza, o ambiente desse lar será propício a formar um mal marido e pai.
Talvez a mulher pense que falar mal do marido, na ausência dele, não trará problemas. Mas está equivocada. Conforme o velho ditado, 'as paredes têm ouvidos', as paredes da casa 'ouvem e gravam' as maledicências da esposa e dos filhos e, quando o marido voltam, transmitem-lhe as maledicências como se fossem um gravador. Você acha que ninguém, nunca, ouviu tal 'transmissão'? Pois eu explico: as paredes não transmitem as palavras que 'ouviram', mas as maledicências formam uma atmosfera desagradável na casa e o marido, ao entrar, capta-as com os 'ouvidos da mente'.
As mentes se comunicam. por maior que seja a distância. Por isso, tanto as malediências como as palavras elogiosas se propagam. As palavras têm o poder de 'moldar' a vida conforme o seu teor. É preciso que as pessoas tenham real consciência disso e profiram palavras que criem a 'vida que elas gostariam de ter'.
Isso parece fácil demais, e talvez haja pessoas que duvidem do resultado. Mas, se elas procederem conforme essa recomendação durante um ano, constatarão que tudo se concretiza pelo poder da palavra. Os roteiors das notícias de televisão são feitos com palavras, as decisões nas reuniões das empresas são expressas em palavras, e assim por diante.
Um funcionário pode ser transferido para Nova York ou para Londres, pela ordem superior expressa na notificação do seguinte teor: 'Em tal data, V. Sa. será transferido para tal lugar'. Assim é o poder da palavra.
Se uma mulher menosprezar o marido pensando: 'Você é uma pessoa inútil, um traste', com certeza essas palavras mentalizadas emitirão vibrações negativas que acabarão empurrando o marido para onde se juntam os fracassados considerados 'refugos desta vida'. Jamais procedamos de modo a transformar alguém num 'refugo'. Devemos ter a firme convicção de que todo ser humano é filho de Deus, respeitar todas as pessoas e expressar isso em palavras e atitudes. Com o poder da palavra, façamos com que nosso cônjuge, nossos filhos e nós próprios manifestemos a perfeição original , contribuindo, desse modo, para a prosperidade do mundo, harmonia no lar e preservação da Terra e do Universo."
Com estas exortações encerra-se o presente livrinho, sendo este seu último capítulo. Amanhã iniciaremos o estudo de mais um deles, o terceiro, "Viver De Modo Agradável", no mesmo molde que os outros dois estudados, ou seja, um prefácio e catorze pequenos capítulos, também de autoria do professor Seicho Taniguchi.
Mas, voltando, e quanto a este capítulo aqui?
Ele nos ensina o poder da sinceridade e do elogio. Sinceridade, como ele mesmo falou anteriormente em capítulo nem tão antigo, no sentido de demonstrar amor e elogio como manifestação verbal desta demonstração de amor.
Um fato que merece destaque é a constatação de que "as paredes podem contar tudo para as pessoas, que escutam com o ouvido da mente". Curiosa e inédita afirmação, o que denota a importância do fator mental e do ambiente na comunicação sem palavras...
Bom, agora é só esperar pelo próximo livrinho!
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