"Foi muito agradável ouvir a notícia de que pacientes de reumatismo conseguiram completar a corrida na maratona de Boston. A maratona de Boston é uma corrida tradicional, conhecida mundialmente, e na 85a edição sagrou-se campeão o Sr. Toshihiko Seko, marcando o recorde de 2 horas, 9 minutos e 26 segundos. Naturalmente, isso foi motivo de euforia para nós, japoneses, mas o que impressionou a todos foi o fato de que, entre os 7.000 participantes da corrid, havia dois japoneses portadores de reumatismo, o sr. Teruo Ueda e a sra. Asako Obara.
Ambos são pacientes da Clínica Yamauchi, especializada em tratamento de reumatismo, cujo endereço é: Oita-ken, Oita-gun, Hazama-machi, Akano. O sr. Ueda levou três horas e meia para concluir a corrida, e a sra. Obara mais de quatro horas. Mas o que importa é que eles conseguiram extrair do seu interior força suficiente para concluir a corrida.
Em geral, as pessoas que sofrem de reumatismo vivem se queixando das dores e fazem o possível para não mover as articulações. Mas, na citada clínica, os pacientes não ficam parados. Dizem que ali os terapeutas submetem os pacientes a temperaturas baixas para estimular-lhes o corpo e os obrigam a movimentar bastante as articulações. Com isso, o organismo do paciente reage, fazendo surgir a força curativa natural, o que possibilita a ocorrência de cura sem o uso de medicamentos.
Concluindo os árduos exercícios na referida clínica, os mencionados pacientes puderam participar da maratona de Boston. Com isso, mostraram que é possível superar o reumatismo. O mais importante é o fato de eles terem conseguido aprender a postura mental básica para enfrentar as vicissitudes da vida. A maioria das pessoas, ao ser acometida por uma doença séria, acha que é vítima de um grande azar e se entrega ao desânimo e à tristeza. Alguns pacientes pensam que não há esperança de cura e tentam o suicídio. Agir desse modo é ser um perdedor. Esta vida é como uma grande escola, e os mais variados problemas que se apresentam diante de nós são como deveres escolares que precisamos fazer. Portanto, todos os problemas têm solução, e no esforço para solucioná-los as pessoas evoluem e passam para um 'curso' de nível mais alto.
Por exemplo, se a pessoa recebeu o problema chamado 'reumatismo', deve solucioná-lo. Caso se esforce bastante e consiga resolver esse problema, significa que ela acumulou valiosas experiências e alcançou um grande progresso espiritual. Então, ela se sente capaz de enfrentar dificuldades maiores e surge-lhe a vontade de enfrentar desafios tais como o de 'correr durante quatro horas ou mais'.
Pode também acontecer que a pessoa, diante do problema, faça um exame de consciência e reconheça que lhe faltavam sorrisos e palavras afetuosas em seu relacionamento com os outros. A pessoa pode refletir: 'Reumatismo não é uma doença que afeta todo mundo. Por que fui acometido por esta doença, e o fulano não?'.
Quando a pessoa reflete seriamente acerca do problema que está enfrentando, compreende que não se trata de mero acaso nem do castigo de Deus, mas sim de um acontecimento fenomênico que ela própria gerou com sua mente, e então pode mudar por completo a postura mental que vinha mantendo."
Um dos temas preferidos do prof. Seicho - e é até título de uma das obras dele - é a noção de que este mundo fenomênico é uma grande escola. Já começamos aí com um paradigma. Nossa vinda ao mundo fenomênico, além de "estudar" as matérias que nos são destinadas, é manifestar o filho de Deus existente em nós, é buscar superar nossos limites. Em que sentido? No sentido que quisermos desenvolver, ou seja, para isso Deus nos deu o livre arbítrio. Superar, esta é a palavra chave para vivermos neste mundo.
Imaginem só: somos seres espirituais. Não temos forma definida, certo? Certo. Então viemos a este mundo carregando um corpo carnal, que às vezes pode ser belo, às vezes disforme, às vezes completo, às vezes incompleto, com tamanho, cor, cheiro e alguns outros etcs. totalmente distintos uns dos outros, certo? Começa aí a nossa primeira superação. E muita gente, para não dizer a grande maioria, para por aí. "Ah, nasci assim, ah, nasci assado, ah, foi um carma que cometi, ah..." Ah...
Como se não bastasse isso, o que Deus nos deu de inocência nos deu de incultura ou mesmo de incivilização. Tivemos que aprender tudo, consciente ou inconsciente, de maneira fácil ou árdua. Estudamos, por volta da nossa segunda década de vida, uma determinada matéria técnica, para, em teoria, vivermos dela por boa parte de nossa vida. Ou seja, superamos mais uma vez nossas limitações.
E por aí vai.
Pensem em alguma limitação que vocês superaram. Todos vocês superaram. Todos nós superamos, desde aquele mágico instante em que metade de nós, concentrados na cabeça de um espermatozóide, teve a ventura de perfurar, no ponto exato, um óvulo e começar a troca de material genético que permitiu você ser você, e eu ser eu.
Por fim, uma das parábolas que sempre me chamaram - e muito - a atenção, foi a dos Talentos: um com cinco, outro dois outro um talento. E, quando o dono destes talentos a nós confiados nos pedir contas, o que deles fizemos? Pensem bem na profundidade disso!
É, meu povo, somos Filhos de Deus. E viemos a este mundo com apenas uma missão: superação. O que nós estamos fazendo com os nossos talentos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário