"Uma jovem senhora foi consultar um ginecologista e recebeu a seguinte recomendação: 'Constatei que existe em seu útero uma lesão que talvez evolua para um tumor maligno. É melhor fazer uma cirurgia para retirar o útero. Tome providências para a internação'.
Como ainda não tinha filhos, ela ficou desesperada com a possibilidade de perder o útero e foi pedir orientação a um professor da Seicho-No-Ie. Seguindo os ensinamentos dele, passou a cultivar sincera gratidão aos pais e ao marido e a orar pelos antepassados. Em vez de se submeter à cirurgia para a remoção do útero, - conforme a recomendação do médico -, ela passou a viver todos os dias com a mente alegre, repleta de pensamentos positivos. Em pouco tempo, a lesão do útero desapareceu e ela conseguiu engravidar. Hoje, ela tem três filhos e sua vida é repleta de felicidade.
Se ela, atemorizada com a perspectiva sombria, tivesse concordado em submeter-se à cirurgia da retirada do útero, não teria conseguido a felicidade. Casos como esse acontecem com bastante frequencia. Até que ponto é admissível uma cirurgia preventiva? Falando em prevenção, lembrei-me do seguinte caso: certa senhora ia fazer uma pequena viagem, e o marido sugeriu-lhe que fosse de trem, em vez de automóvel. Ela não ouviu o conselho do marido e viajou de carro. O veículo se acidentou e ela sofreu ferimentos. Creio que, nesse caso, o marido possuía espírito bastante elevado, pressentiu vagamente o perigo que ameaçava a mulher e por isso lhe dissera para não viajar de carro.
No caso da jovem senhora citada anteriormente, se ela tivesse se submetido à cirurgia de retirada do útero, não seria hoje mãe de três filhos. Algumas mulheres optam por abortar o feto ao receber o diagnóstico de que 'talvez a crianã nasça com deficiência física'. Mas a probabilidade de o prognóstico se concretizar não é tão grande; no pior dos casos é de 50%. Também no caso de uma gestante contrair rubéola, a probabilidade de o feto ser atingido não é tão grande, cerca de 20%. Será que é uma medida correta eliminar a vida do feto, pelo medo da probabilidade de o prognóstico se concretizar?
Uma 'cirurgia preventiva' como essa não pode ser atribuída à verdadeira medicina moderna. É antes uma espécie de aposta. Permitir tal 'cirurgia preventiva' em nome da medicina é como permitir que uma tropa, informada de que cerca de vinte guerrilheiros se esconderam num vilarejo com cerca de cem habitantes, invada todas as casas desse lugar e mate todos os moradores, e depois tentar justificar o ataque com a afirmação de que se tratou de uma medida preventiva para eliminar os guerrilheiros.
'Medida preventiva' como essa é um abuso cometido em nome da medicina, um desrespeito à vida humana. O mundo se tornaria caótico se as pessoas passassem a fazer prognóstico negativista em todas as situações e optassem por tomar 'medida preventiva' precipitada. Poderá haver casais que optam por separação simplesmente por pensar na eventualidade de a relação acabar mal. Suponhamos que uma esposa diga aos outros: 'Talvez meu marido arranje uma amante. Prefiro separar-me dele antes que isso aconteça'. Provavelmente, as pessoas pensarão que ela é meio maluca.
Muitas pessoas agem em função da probabilidade pensando que estão agindo de maneira 'científica', mas acabam optando por medidas nada científicas ou racionais e, ainda por cima, agradecem aos que executam o serviço desse tipo."
Algumas considerações a serem feitas deste capítulo:
1. Leiam o capítulo sobre a formação do destino no mundo mental, no meio, mais ou menos, do volume 1 da Verdade da Vida. Vai esclarecer muita coisa sobre este capítulo, muito embora ele não fale em termos de "se", "talvez", etc.
2. Talvez a maior contribuição do mencionado capítulo é saber que o nosso destino já está desenhado algum tempo antes de ele ocorre no mundo fenomênico. Alguns eventos podem ser considerados inevitáveis, outros, com o auxílio de bons espíritos, podem ser devidamente contornados.
3. Que eventos podem ser considerados inevitáveis? Aqueles já sujeitos à força inercial do carma. O exemplo que o Mestre nos dá no início do volume 8 da Verdade da Vida sobre o carro desgovernado é um bom exemplo.
4. Que eventos podem ser considerados evitáveis? Um bom exemplo é o da senhora com o útero avariado: ela estava praticamente condenada a nível fenomênico, mas, voltando-se à Grande Luz, e com o auxílio sempre prestimoso dos bons elementos espirituais, eis que a senhora conseguiu reverter o seu destino, ou, falando em termos de volume 8 da VV, conseguiu controlar o seu carro, freá-lo e estacioná-lo numa maternidade, para ter três lindos pimpolhos!
5. Que lição podemos dela apreender? Este mundo fenomênico é, como já estou careca de falar aqui, consequencial, ou seja, acontece antes para acontecer aqui depois, tal como um programa de televisão, imaginemos: os capítulos são gravados antes na TV Fenômeno. Acaso não haja modificação da programação por influência de um diretor desta televisão, ou por pressão do público, a TV Fenômeno, religiosamente, apresentará o seu Bom Dia, Fenômeno, Mais Fenômeno, Fenômeno Esporte, Fenômeno Hoje, Vale a Pena Ver o Fenômeno de Novo, Jornal Fenomenal, todos os dias em sequência, com a nossa passividade, sofrimento ou estéril indignação, tal como no Eterno Retorno pregado por Nietzsche... e o "talvez" só ocorrerá com uma correta compreensão de como funciona nosso mundo mental, tanto para o bem como para o mal...
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