"Não há nada mais feliz do que sermos filhos de Deus. Isto porque um filho de Deus já possui tudo o que é de Deus. Da mesma forma que filho de gente é gente, filho de Deus é Deus, portanto, não morremos, não perecermos, não envelhecemos, não morremos.
Mas as pessoas que vivem neste mundo afligem-se, sofrem, vão envelhecendo, adoecem e morrem. Por que isso acontece? Porque as pessoas deste mundo, ou seja, o homem carnal, são sombras. A sombra, diferentemente do original, sempre aparece imperfeita.
Veja a sua sombra projetada na parede da sala à noite. Ou a sombra de outras pessoas. Você verá que ela é bem mais imperfeita que o original (você e outras pessoas). Ela parece um monstro sem rosto, com estrutura alterada, distorcida, enfim, a sombra não tem nada de belo. Além disso, basta você mudar de lugar para a sombra desaparecer.
Mas o original, ou seja, você, continua existindo dentro da sala, com rosto perfeito e pele saudável. De modo análogo, este corpo carnal é sombra. Sombra de filho de Deus projetada na 'parede' tridimensional, em que há altura, largura e comprimento.
Portanto, por mais que o corpo carnal seja imperfeito, o filho de Deus, original, é perfeito. Não morre, não adoece, não empobrece nem se aflige. Esse filho de Deus é você, sou eu, enfim, todas as pessoas.
Diferentemente da sombra projetada na parede da sala, a sombra que se manifesta no mundo tridimensional é mais definida, possui sentidos como visão, olfato, tato etc. Como se manifesta tão bem-feita, por vezes há quem a confunda com o original. Mas o original é muitas vezes mais maravilhoso que a sombra. É filho de Deus, eternamente imortal. 'Por que é assim?', talvez você indague, mas não há porquês. Essa é a verdadeira realidade.
'Como sabe que é assim?', pode também perguntar, mas isso é como você vai ver seu filho e reconhecer 'Este é meu filho': conhece intuitivamente. Teoricamente falando, é porque todo ser humano tem o desejo de tornar-se excelente, ser isento de doença e morte.
É que o homem busca a sua Imagem Verdadeira. Como tem vaga intuição de que é filho de Deus, sente desejo de manifestá-lo neste mundo fenomênico. É como se você tivesse um filho em algum lugar: sente o desejo de encontrá-lo e abraçá-lo fortemente 'Filho, sou seu pai' ou 'Sou sua mãe'."
Belo capítulo este, não? Acredito que, na realidade, ele seja um resumo de todos os primeiros capítulos aqui estudados. Algumas ideias se repetem, creio que para fixar bem a questão proposta, como a da imperfeição do mundo fenomênico. Foi escrito pensando especificamente em termos budistas, o que se infere dos quatro sofrimentos que Buda queria evitar (nascimento, adoecimento, envelhecimento e morte), algo que pude notar com a leitura paralela da Verdade vol. 7, obra de fôlego baseado quase que exclusivamente em termos budistas; assim, os pouco afeitos àquela filosofia certamente encontrarão dificuldades para a leitura deste opúsculo; agora, para quem gosta é uma festa, são vários e vários esclarecimentos e termos, para todos os gostos.
Mas voltando ao capítulo do livro estudado: ele resume o objetivo todo do livro já em sua primeira frase. Lembra-se que, no prefácio, o Autor disse que a verdadeira alegria era a espiritual? Pois é, na lata ele joga, na primeira frase, que não há alegria maior do que a de ser considerado filho de Deus. Assim mesmo, sem historinha ou algum conto para embasar o que será dito depois: A MAIOR ALEGRIA DO MUNDO É SABER QUE SOMOS FILHOS DE DEUS. É este o princípio da alegria espiritual e, com ele, já demos um importante passo para saber o que precisamos saber para alcançar esta alegria: ignorar o fenômeno, mirando-se no Mundo da Imagem Verdadeira, conscientizando-nos da nossa verdadeira filiação. Tá começando a ficar bom o livrinho...
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