"Nenhum ser humano deseja ser acometido por doença, infelicidade, desgraça. No entanto, comete tolices como matar e alimentar-se de animais, cortar árvores a seu bel-prazer, nas guerras atear fogo nas matas etc. Devemos é viver de forma a não ferir outros seres vivos e trabalhar em benefício do mundo inteiro, a ponto de receber agradecimentos 'Graças aos seres humanos, somos tão felizes e podemos ter vida longa'.
Isto porque, neste mundo, funciona a lei da causalidade: se praticarmos o bem, colheremos bons frutos, enquanto, se praticarmos o mal, colheremos maus frutos. Portanto, para não adoecer, é preciso que a pessoa pratique boas ações, e, para evitar desgraças, é preciso viver praticando o bem cotidianamente, evitando prejudicar não só outras pessoas, mas também os animais e os vegetais.
Ao ler isso, alguém poderá replicar 'Alguém tão bom como fulano adoeceu, e aquele outro que é tão malvado está vendendo saúde. Isso não está certo.' Realmente, às vezes encontramos exemplos assim. Mas, na verdade, nós nem sempre conhecemos tudo sobre a vida das pessoas. Alguém que parece ser tão boa pessoa pode estar, no seu interior, odiando os outros ou praticando atos desonestos às escondidas, como acontece por vezes. Há também casos de pessoas que parecem malvadas, mas possuem boas qualidades, como nunca esquecer dívidas de gratidão ou serem amáveis com os familiares.
Portanto, não devemos considerar boas os más as pessoas somente pela aparência delas. Na religião, diferentemente de Moral e Ética, o mais importante é acreditar na excelência do mundo verdadeiro, que transcende o conceito do bem e do mal, ou seja, acreditar na Imagem Verdadeira do filho de Deus, ver o homem búdico. Mas, neste mundo fenomênico, a atitude mental manifesta-se assim como é, por isso, quando há boa causa, há bom resultado; e, quando há má causa, há mau resultado. Essa lei é infalível, mas o julgamento do bem e do mal pela aparência não é exato, e é passível de falha.
Além disso, leva algum tempo para que essa lei da causalidade se manifeste. Mesmo praticando má ação, o mau fruto não aparece de imediato, e normalmente leva alguns anos para se manifestar. Também o fruto de uma boa ação não surge de imediato. É análogo ao bom trabalho de plantar árvores. Será na geração de filhos ou netos que a árvore plantada estará crescida e pronta para ser cortada como madeira.
Portanto, o bom efeito de uma boa causa deve ser aguardado com paciência, durante longo tempo. As pessoas são por demais impacientes, pretendendo obter resultados em curto período. Mas o homem é imortar e indestrutível; ele vive eternamente. Quem impõe limite e fica impaciente 'Não consigo bom resultado' é porque ele ou ela não acredita na eternidade e no caráter absoluto da lei de Deus".
Confesso que este é o típico capítulo que só se tornou interessante em seu final, com uma interessante reflexão a se fazer, e que eu constantemente faço: a diferença, por vezes imperceptível, no plano fenomênico, da causa e do efeito.
Tenho dito em minhas palestras que este mundo fenomênico é um mundo consequencial, ou seja, é formado de consequências de atos que geramos no passado. Tenho reparado muito esta "consenquencialidade" em várias áreas da minha vida, e os amigos também podem perceber. Amiúde ocorrem situações inesperadas comigo, tanto boas como más, que nunca imaginava que pudesse me ocorrer, mas, quando vejo lá atrás, houve uma sementinha que, sem ânsia ou pavor, se desenvolveu no meu jardim de pensamentos até brotar num evento, seja bom, seja daninho.
Falo em metáforas, mas o questionamento é assaz interessante. Não temos, efetivamente, o poder de adivinhar o futuro, mas temos o poder de controlá-lo. Como? Através de um controle estrito de nossa mente, de nossos pensamentos. Para isso é preciso disciplina, requisito que a maioria dos Fenomênicos como eu, como você e como tantos outros não temos.
Neste ponto, recordo-me de uma vez que li numa comunidade do orkut algo escrito por uma preletora gaúcha, Bel Plá, de quem nunca mais tive notícias, mas que vou avisá-la deste post. Essa preletora uma vez escreveu, acertadamente, que nossa mente fenomênica é preguiçosa. Acho que é por aí. Para combater a preguiça, disciplina; para obtermos a disciplina, é preciso prática, e o que é a Seicho-No-Ie senão um ensinamento prático (disciplinador) que nos direciona para o lado verdadeiro da vida?
Muito que bem. Entretanto, em que situações da vida teríamos que ter disciplina? Acho que um bom guia para tal são as famosas Normas Fundamentais. Neste ponto, lembro-me agora da excelente preletora Magali, daqui mesmo de Niterói. Certa ocasião, ela, estudando o livrinho sobre o Dedicado à Iluminação, chamou-me a atenção para a onipresente constância dos advérbios de frequência nas Normas Fundamentais. Sim, senhores, um pouco de aula de português para os nossos queridos leitores. Notem a presença deles:
1 - Agradecer a TODAS as coisas do Universo;
2 - Conservar SEMPRE o sentimento natural;
3 - Manifestar o amor em TODOS os atos;
4 - Ser atencioso para com TODAS as pessoas, coisas e fatos;
5 - Ver SEMPRE as partes positivas das pessoas, coisas e fatos e NUNCA as suas partes negativas;
6 - Anular TOTALMENTE o ego;
7 - Fazer da vida humana uma vida divina, e avançar crendo SEMPRE na vitória infalível;
8 - Iluminar a mente, praticando a Meditação Shinsokan TODOS OS DIAS SEM FALTA.
Sacaram os caps locks? É aquela velha história do "vigiai e orai", ou seja, devemos SEMPRE nos manter conectados com nossa essência divina. Assim, atenuaremos a por vezes perversa correlação entre causa e efeito fenomênicos. E, assim, encontraremos a verdadeira alegria de viver.
Olá Amadinho!
ResponderExcluirAdoooooooooro. Então estamos sintonizados, é com Filhos de Deus maravilhosos como vc é que o Mestre conta. Parabéns!! Abçsss fraternais. Saudades.