São textos como este que me fazem ter alegria em participar deste maravilhoso Movimento de Iluminação da Humanidade, que se chama Seicho-No-Ie. Um movimento que se proclama todo o tempo como livre de sectarismo religioso, justamente o que o autor pretende evitar.
E, vamos dar o devido crédito, isso partindo de um representante de uma das crenças que mais fomentam o sectarismo religioso, aquela velha história do nós x outros, é bastante alentador (lembrem-se que o Fundamentaliso religioso, assim como o conhecemos, nasceu no protestantismo norte-americano, leiam "Caminho de Paz pela Fé" e saberão!). Isso significa que o pensamento mais arraigado começa a se modificar...
Resta aqui o questionamento. Sejamos sinceros, mais uma vez: por que temos tanta dificuldade em aceitar o diferente? Lembram-se do que falei no capítulo do "Passaporte Para a Felicidade", sobre a diversidade? A diversidade é divina, é Seu desejo. Por que nos isolamos e, pior, depreciamos e perseguimos os que pensam diferente de nós? Porque isso, afinal?
Se você é heterossexual, discrimina o homossexual. Em alguns casos, vice-versa.
Se você é carioca, olha o paulista atravessado. E vice-versa.
Se você é brasileiro, provoca o argentino. Não sei se vice-versa.
Se você é comunista, execra o liberal. Vice-versa.
Se você é flamenguista, discrimina o vascaíno. Vice-versa (na realidade eu tenho é pena...)
Enfim, porque isso? Por que não enxergar valor uma forma de afeto diferente, um sotaque diferenciado, uma cultura e história diferente, um pensamento político diverso, ou uma história futebolística de tantas glórias quanto a sua?
Veja bem, estou falando em "enxergar valor", não em aceitar. Aceitar significa, neste caso, forçar, obrigar a pensar igual, e isso não significa democracia e sim a ditadura da democracia.
Já enxergar valor, posso traduzir para seichonoiês, é a boa e velha técnica de achar as partes positivas das pessoas, coisas e fatos em todas as coisas do céu e da terra. Em suma, é a quebra de paradigmas.
Nos exemplos que dei acima, posso listar dois casos que me afetam particularmente (não tenho diferenças a acertar com homossexuais, paulistas e argentinos...). Vamos lá.
1. Muito embora acredite que os comunistas partem de pressupostos filósoficos e antropológicos totalmente equivocados, não posso deixar de louvar o seu humanismo, ainda que amiúde ateu, e a vontade de fazer com que cada compatriota seu tenha o mesmo valor, não importa a sua posição social.
2. Muito embora "tenha pena" do Vasco, não posso deixar de reconhecer a grandeza do primeiro clube carioca que aceitou jogadores negros em seu time (e depois falam que o Flamengo é time de negros!) e que, por conta disso, foi obrigado a disputar a segunda divisão em 1922, ganhando-a, para, no ano seguinte, ganhar o da primeira divisão.
Viram? Reconhecendo valores, vocês reconhecem a grandeza de cada um, e, ato contínuo, aprendem a respeitar a opinião ou o estado do outro. Seria essa a alteridade proposta por Lévinas?
E, no campo da religião, ou da espiritualidade, isso tem que ser mais, muito mais acentuado, sempre com a seguinte premissa em mente: Deus admite, quer e gosta da diversidade. Em todos os sentidos. Através da diversidade encontramos a nossa individualdade e, afinal de contas, o que é a nossa individualidade senão a própria centelha divina em nós?
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