"O corpo humano é um instrumento que o homem utiliza, e não é eternamente indestrutível. Mas o dono, o usuário deste corpo, é filho de Deus, imortal e indestrutível. Assim, todo homem carnal tem um determinado tempo de vida, nascimento e morte.
Por que usamos um corpo carnal que nasce e morre? Para entender isso, basta considerar quanta inconveniência haveria se vivêssemos eternamente, com um único corpo carnal. Para começar, o homem carnal tem limite de tamanho e peso. Não seria bom se o corpo fosse gigante demais. Caso ele tivesse a extensão do infinito, a Vida poderia ser imensurável, porém seu corpo carnal seria invisível por nós, pois enxergamos algo porque existe certa limitação; e, até agora, não houve uma só pessoa que tenha visto ou ouvido o Ser Ilimitado (Deus).
Ou seja, o corpo carnal que enxergamos com os olhos físicos e reconhecemos através dos demais sentidos não pode ser infinito, e, nesse estado, não tem condição de ser usado infinitamente. Mesmo porque não é possível usar infinitamente algo que é finito. Para começar, o próprio planeta Terra e o Sol têm duração determinada. São corpos celestes que um dia vão se extinguir. O Universo é uma sucessão de nascimentos e mortes de todos os astros. Portanto, não é possível quie este minúsculo corpo carnal, que vive num dos astros, seja infinito.
Nossa alma, indestrutível, é, ela própria, Buda, ou Deus, que preenche todo o Universo; aliás, o Ser que transcende a tudo. Como manifestação de uma pequena parte, ela cria o corpo carnal e o utiliza como seu instrumento por um tempo determinado.
Ao corpo carnal, ainda, é aplicada a lei da matéria; portanto, ele não é totalmente livre e sofre variadas restrições. Mas o homem verdadeiro em si é o ser iluminado, é Buda. Buda é o ser livre de quaisquer amarras, não sofre nenhuma restrição e é totalmente livre.
Além do mais, se o homem é um ser livre de qualquer limitação, ele não só vive no planeta Terra com este corpo carnal, como tem a liberdade de viver a experiência e manifestar-se em todo e qualquer lugar, inclusive em mundos multidimensionais, além deste mundo de três dimensões. Portanto, para viver em mundos fora do planeta Terra, o corpo carnal não é o mais apropriado. É por isso que usamos este corpo carnal por um determinado tempo, mas depois o abandonamos, para trocar por outros corpos. Repetindo sucessivamente essas mudanças, viveremos eternamente.
Eis o princípio da transmigração da alma. Dessa forma, os corpos, para a manifestação neste mundo fenomênico, vão mudando infinitamente. Mas o espírito, que é o senhor, é eternamente indestrutível, imortal, ilimitado; é aquele que surgiu do mundo da Verdade. É aquele que existe realmente, é o próprio despertar."
Com essas palavras termina o nosso livrinho e, consequentemente, o nosso estudo. O que podemos deste último capítulo apreender?
Primeiramente, curioso ponto de vista do prof. Seicho, na medida em que ele dá à imortalidade do corpo carnal uma visão que eu, particularmente, até então, não tinha. Mas, mesmo assim, ao provar a finitude do corpo carnal, ele reassume a imortalidade da alma. No entanto, senti-me um pouco fatigado ao saber que minha alma passeia, de corpo em corpo, de mundo em mundo, ad infinitum. Isso significaria que o nível de minha evolução permaneceria durante várias encarnações praticamente estacionado? Isso não ficou claro...
Achei bonita as últimas palavras dele: "Mas o espírito, que é o senhor, é eternamente indestrutível, imortal, ilimitado; é aquele que surgiu do mundo da Verdade. É aquele que exisete realmente, é o próprio despertar." Meditemos um pouco sobre este trecho, ou melhor, retomemos desde o prefácio do livrinho: lá o professor Seicho nos ensinaria a ter a verdadeira alegria espiritual. E creio que aqui, na outra ponta do livro, em sua página 65, ele nos dá a derradeira resposta: a verdadeira alegria espiritual, o verdadeiro modo feliz de viver é este: é descobrir que somos, acima de tudo e antes de mais nada, seres espirituais, e de que nada, absoutamente nada de material deste mundo dependemos.
Feitas estas considerações finais, anuncio que o próximo livrinho a ser estudado é "Passaporte Para a Felicidade", do mesmo autor, e praticamente no mesmo formato, um prefácio e 14 outros pequenos textos. Comprei-o hoje, no Domingo da Seicho-No-Ie, justamente com esse objetivo.
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