sábado, 17 de julho de 2010

Passaporte Para a Felicidade - Vida Rica Em Variedade - Pg. 27

"Certo dia, fui ouvir um concerto de órgão na igreja da International Christian University. A organista era a srta. Barbara Bruhns, americana que nasceu em Tóquio, morou na província de Hokkaido e posteriormente estudou órgão nos Estados Unidos e na Alemanha. Era a primeira vez que eu tive a oportunidade de ouvir um concerto no interior de uma igreja cristã e, antes de entrar, fiquei imaginando como estariam enfileirados os tubos do órgão. Constatei que o órgão estava instalado atrás de uma armação feita com ripas, de modo que não era possível ver o órgão, nem a organista.
De acordo com os comentários, o concerto foi muito bom. Mas, pessoalmente, tive a sensação de estar ouvindo CD num bom aparelho de som, porque da plateia não se podia ver a organista. Creio que, nas igrejas, o que merece destaque são as orações e os sermões e, por isso, tradicionalmente os organistas não se posicionam num lugar muito visível. Mas acho que, em se tratando de concerto, é muito importante que a plateia consiga ver o concertista além de ouvir a execução musical. Essa opinião vale também para a orquestra, recital de piano etc. O efeito conjunto da imagem e do som contribui para o êxito do concerto.
Hoje em dia, os programas de televisão atraem muito mais público do que os de rádio. Deve ser porque na televisão as pessoas podem ver imagens e ouvir sons simultaneamente. Também na vida cotidiana, os sons (vozes) e as imagens (aspectos) são importantes para dar 'colorido' ao ambiente. Mas parece que muitas pessoas não pensam muito na importância da imagem no local de trabalho. Principalmente as mulheres precisam se conscientizar de que é muito grande a influência de sua imagem no ambiente de trabalho. O seu modo de proceder contribui, de várias maneiras, para tornar mais eficiente e dinâmica a execução dos serviços.
É do conhecimento de todos o fato de que os violinistas e pianistas do sexo feminino aparecem no palco trajando roupas elegantes e luxuosas. Certa ocasião, a violinista Hisako Tsuji confidenciou que isso contribui para o êxito do concerto; e acrescentou que se tratava de um privilégio da mulher.
A maioria das mulheres não toca violino nem piano, mas, por meio de suas vozes e suas palavras, exercem influência no ambiente doméstico e no círculo social. A sua imagem também influi bastante no ambiente ao redor. Por isso, não devem se apresentar 'de qualquer jeito'. Algumas donas de casa não se importam com a aparência, ficando com cabelos desgrenhados e usando roupa amarrotada. Isso denota relaxamento e, dessa maneira, não podem realizar bons serviços. Não digo que devem usar roupas vistosas ou caras. Gostaria que se conscientizassem de que, mesmo as roupas simples, dependendo da cor e da maneira como são usadas, podem causar bom efeito em diferentes ambientes de trabalho.
A maioria das mulheres costuma usar roupas mais coloridas do que as dos homens, e a moda feminina é muito mais variada. Por isso, muitas mulheres se queixam de que seus gastos com roupas são bastante elevados. Para eliminar tais gastos, seria bom que toda a população usasse uniforme? Não, de modo algum. Variedade é inerente à civilização, e o ser humano desenvolve sua sensibilidade e sua habilidade usando os mais variados tipos de material. Num país altamente civilizado, não é possível as pessoas se contentarem com imitações ou com o uso de roupas padronizadas. Cada qual procura elaborar uma forma peculiar de auto-expressão para dar maior colorido ao seu cotidiano e viver uma vida maravilhosa, entretecida com a Verdade, o bem e o belo."

Amigos, leiam bem este capítulo novamente. Leram? Agora, cotejem com o título do mesmo. Cotejaram? Pois bem, somente o último parágrafo teve algo a ver com o título; os demais, curiosamente, teriam como melhor título algo como "Vestuário Feminino", ou "O Modo de se Comportar Feminino"...
Mesmo assim, tal parágrafo, pequeno, quase para fora do capítulo, nos ensina importante lição, a da variedade. A variedade é atributo e desejo divino. Sim, desejo divino. Deus, afinal de contas, criou um sem-número de seres e objetos, apenas para satisfazer Seu gosto pela variedade. Monotonia, como se vê, não é com Ele. Por isso que, pensando melhor agora, o céu e o inferno, como vistos pela cristandade, não parecem ser locais criados por Ele. Lá, a monotonia impera, para o bem ou para o mal...
Considerações pseudoteológicas a parte, voltemos ao texto: Deus é multifário, e assim nos criou. Temos DNA diverso, temperamento diverso, vidas, histórias, gostos e crenças da mesma forma também diversos. E nisso se segue uma interessantíssima implicação: a variedade é matéria-prima para um atributo, da mesma forma divina, importante: a individualidade.
Estudemos a etimologia do termo apresentado: individualidade significa indivisível, que, por sua vez, nos faz atentar pelo caráter de unicidade de um determinado sistema, objeto ou, nesse caso, corpo. Somos indivíduos, ou seja, indivisíveis. Temos todo um conjunto de gostos, conjunto este que, se não me falha a memória, foi tratado por quália pelo professor Masanobu em seu Caminho de Paz pela Fé. Somos individualizados, e portanto, variados, e nisso, em absoluto, não encerra nenhuma crítica negativa, muitíssimo pelo contrário. Cada individualidade revela, a seu modo, a face de Deus, e esta sim, é multi-multi-multi-multi (põe mais 10 múltis aí...) facetada.
E isso tudo porque Deus é Vário. E a monotonia, em absoluto, não combina com Ele. Sua própria personalidade não caberia em um rótulo. Mesmo o termo "Deus" é mui pobre para descrevê-Lo em toda a sua pujança.
E pensar que, nisso tudo, ainda somos seus filhos, ou seja, variozinhos também.
Lutemos, assim, pela nossa unicidade, individualidade e variedade. Só assim conseguiremos seguir o caminho de Deus.

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