quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ao Findar o Mês

"Agradeço a Deus por ter podido viver em paz este mês e avançar um passo a mais rumo à vida harmoniosa. Deus-Pai, fazei-me descobrir, respeitar, amar e reverenciar a Deus que está no interior de todas as pessoas. Fazei-me ver a imagem perfeita da Essência de todos os fatos e seres, sem que me prenda à falsa aparência de imperfeição. Se, por descuido, eu for tentado a criticar alguém, fazei calar a minha boca com a força de Vosso amor e tornai magnânimo o meu coração para que possa elogiar as pessoas, vendo apenas as suas qualidades.
Hoje, último dia do mês, agradeço a Deus pela proteção diária, pela orientação cheia de Amor e Sabedoria, e pela provisão de gêneros necessários. Vós me guiastes por dentro e por fora, em todos os momentos e em todos os lugares. Vós me orientastes do modo mais perfeito, de acordo com a hora, o lugar e as pessoas, e graças a isso pude passar todos os dias deste mês sem cometer grandes erros. Vós me indicastes sempre o melhor caminho. Com Amor me protegestes em todos os aspectos da minha vida cotidiana. Protegestes a mim e a meus familiares, dando-nos saúde e segurança. Sei que esta proteção continuará eternamente. Recebendo de Vós a provisão infinita, não passamos necessidades. Que toda minha família possa viver feliz também no próximo mês, orientada por Vossa Sabedoria, protegida por Vosso Amor, vivificada por Vossa Vida e recebendo provisão inesgotável. Agradeço profundamente pela Vossa proteção."

(Minhas Orações, pg. 182-183)
Foi realmente um mês excepcional, de mudanças, de começo de mudanças. A partir de agora, muita coisa vai mudar na vida deste blogueiro. Até o final do ano muitas coisas devem mudar na minha vida, e tudo começou com este setembro abençoado que eu, mui humildemente, venho aqui agradecer a Deus. Muito Obrigado!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Viva São Miguel Arcanjo!!!

Boa noite a todos os seichonoiezeiros de plantão em mais uma edição extraordinária deste blog, desta vez evocando a saudável memória, daqui a uma hora aproximadamente, da chegada do dia de São Miguel Arcanjo!
Antes que algum desavisado questione se este blogueiro teve um súbito retorno ao catolicismo, é bom avisar aos meus caros neófitos de que o anjo ao lado é, sim, um dos símbolos, ou melhor, um dos padroeiros da sua, da minha, da nossa Seicho-No-Ie! Duvidam? Então peço gentilmente que abram "O Que Deve Fazer o Dedicado À Iluminação" na página 63 e leiam atentamente o que o Mestre nos fala:
"Quase no final do Velho Testamento da Bíblia, constam as profecias de Daniel (...) 'E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo.'
Daniel profetiza que o arcanjo Miguel, o chefe dos anjos, se levantará. O arcanjo Miguel corresponde ao deus Sumiyoshi. Diz-se 'anjo' à imagem personificada das ondas espirituais da salvação de Deus. E o arcanjo Miguel, o chefe de todos os anjos, surgirá para purificar o mundo".
Satisfeitos? Ainda não? Então solicito que peguem as Preleções sobre a Sutra Sagrada, logo no início, em sua página 25, estudando o capítulo "Deus", qual é o subtítulo que se nos apresenta? "Arcanjo Miguel". Leiamos, é interessante:
"Quando se diz 'Deus que Se manifestou através da Seicho-No-Ie', está se referindo a Kanzeon Bosatsu. Quando certa pessoa orou fervorosamente 'Deus que Se manifestou através da Seicho-No-Ie, por favor, mostre-me Sua imagem', visualizou a imagem de Kanzeon Bosatsu, que no cristianismo apareceu como arcanjo Miguel. Portanto, do ponto de vista de que todas as religiões, na sua essência, são iguais, eles são os mensageiros do céu. Arcanjo Miguel é o grande príncipe, o mais importante de todos os anjos, e seu nome aparece na parte final do livro profético Daniel, no Antigo Testamento da Bíblia."
À pg. 26 o Mestre continua: "Esse arcanjo Miguel citado no cristianismo se refere a Deus que Se manifestou através da Seicho-No-Ie, ou seja, Kanzeon Bosatsu do budismo. É a divindade que realiza a salvação através da força sobrenatural que lhe permite tomar 33 formas diferentes"
Mais adiante, conclui:
"O arcanjo Miguel equivale ao deus Suminoe (ou Sumiyoshi) citado na escritura xintoísta Kojiki".
Confusos? Calma, amigos, explico tudo...como vocês sabem, a Seicho-No-Ie pretende ser a bem-sucedida fusão de três pensamentos religiosos distintos, a saber: o cristianismo, o budismo e o xintoísmo. Cada um destes pensamentos tem um guia espiritual, a saber, Miguel, Kanzeon Bosatsu e Sumiyoshi, certo? O que o Mestre simplesmente quis dizer é que cada uma destas entidades seria a personificação do Deus da Seicho-No-Ie, que é o Deus Pai Universal, o bam-bam-bam que criou tudo isso aqui, entenderam?
Peguem de novo o livro das preleções sobre a Sutra. Qual o primeiro verso da sutra sagrada? "Um dia, o Anjo, vindo à Seicho-No-Ie, recita...", certo? Pois bem, este Anjo é uma onda personificada da salvação de Deus? É a salvação de Deus em formato de uma pessoa. E essa onda personificada no cristianismo vem assumir o lugar de Miguel, no budismo de Kanzeon e no xintoísmo de Deus Sumiyoshi, captaram agora?
Uma ideia comum perpassa estes três personagens: a de salvação numa era de atribulação. Miguel, como descrito na profecia de Daniel (e se vocês olharem bem, a imagem dele está prestes a enfiar uma espada num demônio caído), Kanzeon como Deus(a) da Misericórdia e Deus Sumiyoshi, que, segundo o Mestre, agora em "Imagem Verdadeira e Fenômeno", pg. 35: "Quando surge o deus Suminoe? Quando o Japão se defronta com grande perigo. O seu papel é proteger o país".
Ou seja, os três tem papel de proteção.
Assim, querido leitor, ao cruzar no dia de hoje com uma imagem de São Miguel Arcanjo, lembre-se: ele tem muito a ver, sim, com a Seicho-No-Ie!
Para terminar, ironia das ironias: outro dia, fuxicando o orkut, não é que me deparei com uma comunidade católica intitulada: "Arcanjo Miguel X Seicho-No-Ie"? Ah, se eles soubessem...
E viva São Miguel Arcanjo!!!



domingo, 26 de setembro de 2010

Revelação Divina da Grande Harmonia

"Reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra. Quando se efetivar a reconciliação com todas as coisas do céu e da terra, tudo será teu amigo. Quando todo o universo se tornar teu amigo, coisa alguma do universo poderá causar-te dano. Se és ferido por algo ou se és atingido por micróbios ou por espíritos baixos, é prova de que não estás reconciliado com todas as coisas do céu e da terra. Reflexiona e reconcilia-te. Esta é a razão por que te ensinei, outrora, que era necessário te reconciliares com teus irmãos antes de trazeres oferenda ao altar. Dentre os teus irmãos, os mais importantes são teus pais. Mesmo que agadeças a Deus, se não consegues, porém, agradecer a teus pais, não estás em conformidade com a vontade de Deus. Reconciliar-se com todas as coisas do Universo significa agradecer a todas as coisas do Universo. A reconciliação verdadeira não é obtida nem pela tolerância nem pela condescendência mútua. Ser tolerante ou ser condescendente não significa estar em harmonia do fundo do coração. A reconciliação verdadeira será consolidada quando houver recíproco agradecer. Mesmo que agradeça a Deus, aquele que não agradece a todas as coisas do céu e da terra não consolida a reconciliação com todas as coisas do céu e da terra. Não havendo a reconciliação com todas as coisas do Universo, mesmo que Deus queira te auxiliar, as vibrações mentais de discórdia não te permitem captar as ondas da salvação de Deus. Agradece à Pátria. Agradece a teu pai e a tua mãe. Agradece a teu marido ou a tua mulher. Agradece a teus filhos. Agradece a teus criados. Agradece a todas as pessoas. Agradece a todas as coisas do céu e da terra. Somente dentro desse sentimento de gratidão é que poderás ver-Me e receber a Minha salvação. Como sou o Todo de tudo, estarei somente dentro daquele que estiver reconciliado com todas as coisas do céu e da terra. Não sou presença que possa ser vista aqui ou acolá. Por isso não me incorporo em médiuns. Não penses que chamando por Deus através de um médium, Deus possa Se revelar. Se queres chamar-Me, reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra e chama por Mim. Porque sou Amor, ao te reconciliares com todas as coisas do céu e da terra, aí, então, Me revelarei."

(Revelação Divina da noite de 27 de setembro de 1931.)

Outro Conto Zen: "Grande Mestre, Grande Discípulo"

Outro conto zen que nos conta algo interessante, extraído do mesmo livro: "Grande mestre, grande discípulo"

"O grande mestre Kyodo tinha um discípulo, Kisho.
Este não conseguia vencer o mestre.
O mestre era o mestre. Daí que o discípulo lhe esperasse a morte. Mas como o mestre fosse muito forte e gozasse de excelente saúde, não estava perto de morrer.
O discípulo Kisho decidiu, portanto, matar o mestre.
Um dia, quando Kisho se exercitava no manejo do arco e flecha num campo, sobreveio mestre Kyodo com a intenção de exercitar-se com ele.
Justamente neste momento, o discípulo disparou uma flecha visando o mestre; mas o mestre também disparou a sua... as duas flechas se encontraram em pleno voo e caíram no chão.
O discípulo atirou nove vezes e, a cada vez, a flecha do mestre parou a do discípulo.
Kisho tinha dez flechas. Kyodo só tinha nove.
O discípulo arremessou, pois, a décima, a última flecha. Kyodo travou da sua lança, arrojou-a e cortou a flecha pelo meio.
O discípulo não pôde senão fazer sampai (prosternação).
Mestre e discípulo se abraçaram.
- Ó grande mestre!
- Ó grande discípulo!
Tendo, assim, desaparecido o ego dos dois, eles ingressaram nas relações eternas entre mestre e discípulo.
Essa metáfora significa que nenhuma técnica é tão eficaz quanto a sabedoria nascida da ordem cósmica.
As técnicas e todas as ciências dirigidas pela razão não têm nenhum valor diante da intuição justa."

"Porque Deus é Sabedoria e porque Sabedoria ajusta todos os seres do Universo em seu respectivo lugar, no homem-Deus não pode existir desarmonia de espécie alguma" (Sutra Sagrada Contínua Chuva de Néctar da Verdade, pg. 137)

Bem, bem. Além deste trecho da sutra, o que mais me chamou a atenção neste trecho é o princípio da Convergência ao Centro. Porque não li este trecho alguns dias antes de dar a aula no módulo? Pena...

Um Conto Zen: "A Bola Rola"

Esta eu tirei de "A Tigela E O Bastão - 120 Contos Zen", narrados pelo mestre Taisen Deshimaru, Ed. Pensamento. O conto é intitulado: "A Bola Rola":

"Seppo Gisen teve uma palestra interessante com seu discípulo Gessha: o mondo da bola.
Enquanto o velho jogava bola, Gessha perguntou ao mestre:
- Por que é que a bola rola?
Seppo respondeu:
- A bola é livre. É a verdadeira liberdade.
- Por quê?
- Porque é redonda. Rola em toda parte, seja qual for a direção, livremente.
Inconsciente, natural, automaticamente."

Mondo, neste caso, é um ensinamento. E qual o ensinamento que podemos tirar deste pequeno trecho? Vamos lá, neófitos, qual a segunda norma fundamentel dos praticantes da Seicho-No-Ie? "Conservar sempre o sentimento natural!", dirão vocês. Ótimo, muito bem, então, conservaremos sempre o sentimento natural se rolarmos como a bola então?
A verdadeira liberdade está na naturalidade, amigos. No sentimento natural, sem artificialismos. Pensem nisso!

Mente, Alimentação e Fisionomia - Segundas Impressões

E eis que chego à 122a página do novo livro do Mestre com um assunto assaz interessante para debater com os meus preclaros colegas de blog. É o seguinte: às páginas 85-89 o Mestre lança um interessante ponto de vista sobre os vegetais, dizendo que os mesmos não possuem alma individual, tal como a nossa ou a dos animais, e sim a alma de espécie.
Engraçado, já tinha lido algo semelhante em algum lugar, mas não sei se na literatura espírita ou na da própria SNI. E que, por possuir a alma da espécie, os vegetais não sentem as dores como eu ou um boi poderíamos sentir na hora da morte nem muito menos contaminar nossas células com toxinas in extremis. Estou matutando para saber onde posso saber mais sobre esta alma da espécie...
No volume 11 o Mestre, quando toca neste assunto (e acredito que antes do lançamento deste livro nenhuma outra obra tocava mais sobre este assunto alimentar do que este volume), assim fala, na página 54:
"Porém, segundo o Gênesis, Deus destinou o vegetal como alimento nosso e dos animais; por isso, embora possua vida, ao ser colhido por nós e comido, não sente dor, não manifesta sofrimento e não derrama lágrimas de tristeza; ele foi criado de modo a não contrariar o sentimento de amor. Quando chega a época da colheita, até parece que os frutos dos vegetais apresentam uma coloração vistosa para chamar a atenção do homem e dos animais. Parecem sentir prazer em serem descobertos e comidos pelo homem e pelos animais, pois isso representa a oportunidade de espalharem suas sementes e se multiplicarem (...)" (o grifo é do original)
Curioso, não? Deixem eu dar uma olhada aqui em outros livros... vejam só o que diz o Livro dos Espíritos, mais precisamente às perguntas 586 e 587:

"586. Têm as plantas consciência de que existem?
'Não, pois que não pensam; só têm vida orgânica.'

587. Experimentam sensações? Sofrem quando as mutilam?
'Recebem impressões físicas que atuam sobre a matéria, mas não têm percepções. Conseguintemente, não têm a sensação da dor.'"

Qualquer semelhança é mera coincidência? Mas, tudo bem, e onde está esta tal ideia de alma do vegetal? Vou pesquisar em meus alfarrábios, quando tiver a resposta, comunicarei!

Datas Especiais...

Olá a todos! Hoje, 26.09.10, além de ser o aniversário da Nívea, nossa presidenta (ou será presidente mesmo?) da AJSI (parabéns a ela!) é véspera de duas efemérides importantíssimas para o povo da Seichonoielândia! Quais? Ora, queridos neófitos, amanhã (ou hoje, no Japão, devido ao fuso horário, agora aqui em Niterói já são 20 h 26 min) farão 79 anos da sua, da minha, da nossa Revelação Divina da Grande Harmonia, yeah!
Sim senhores! Se pudéssemos tratar a Seicho-No-Ie como um corpo material, e decompuséssemos até encontrar a sua unidade básica, talvez encontraríamos no final de nossas pesquisas aquele trecho que começa com as celebérrimas palavras "Reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra...". Pois o que seria da SNI se não fossem estas famosas palavras que desde 1931 ecoam nos tímpanos terrenos, primeiro nos tímpanos do Mestre, depois nos de todos nós?
Ok, já dei a primeira efeméride, e qual seria a segunda? Ora, ora, como assim esqueceram? Nesta mesma bat-data, neste mesmo bat-ano nosso querido, amado, idolatrado bam-bam-bam Miyoshi Matsuda estava embarcando no Santos-maru para trabalhar no Brasil-sil-sil! Não é misteriosa coincidência o fato de que nosso querido Mimi tenha vindo ao Brasil no mesmo dia da Revelação Divina da Grande Harmonia?
Então aprendam ou refresquem a memória: amanhã, quando pegarem suas sutras, leiam com bastante devoção aquele trecho de três folhas e meia que encerram com aquele lacônico (Revelação Divina da noite de 27 de setembro de 1931), e sejam felizes, muito felizes!
Algum tempo atrás, recebendo orientação pessoal da preletora Ednalva, comecei a estudar um pouco mais aprofundadamente a tal da RDGH, e descobri coisas sobre elas que até então nunca tinha pensado. Se vocês forem furunfar nos meses anteriores, devem achar algum material, e eu, confesso, estou quase, quase estudando novamente convosco esta RD, agora analisando frase por frase, cada uma das 28 que compõem a mesma (meticuloso, eu, não?)...

Mente, Alimentação e Fisionomia - Primeiras Impressões


Ok, ok, eu tirei do site da SNI, por isso o escândalo do lançamento aqui do lado... escândalos a parte, este livro, com capa à la Ciência da Oração, é o mais recente lançamento da SNI, escrito pelo nosso amável e amado Mestre Masaharu Taniguchi. Estou ainda na 80a de suas 283 páginas e, portanto, não me cobrem ainda uma análise mais aprofundada do mesmo, afinal de contas, comecei a leitora somente hoje, né?
Vamos sobrevoar o livro então: trata-se de tema atual, atual pelo menos para a SNI, a saber, o respeito pela natureza, bem ao gosto do prof. Masanobu. O Mestre volta a tocar em assunto o qual ele se debruçou com certa propriedade no volume 11, creio, da Verdade da Vida, ou seja, o consumo de carne e os malefícios que advém desta prática quase canibalesca...
Basicamente, a tese dele é a seguinte: quando comemos carne, ingerimos toxinas que não são de todo metabolizadas pelo nosso fígado, e que nos prejudicam posteriormente, em especial tornando nosso comportamento irascível e belicoso (que belos e eruditos adjetivos!). Em larga escala, isso explicaria o fato de que os povos fazem guerras e mais guerras mundo afora, e não se tornam mansos como as herbívoras ovelhas, por exemplo.
Ok, ok, vamos tomar um exemplo então? O povo alemão, comedor de tubérculos (está logo no início do livro, peço para verificarem), de onde extraem, dentre outras coisas, sua disposição filosófica e nós dos dedos mais grossos (acredite, está no livro!). Também os tedescos são grandes apreciadores de suínos, notadamente seus miúdos, em forma de salsicha, e seus joelhos, acompanhados de chucrute. Isso notabilizaria-os por um caráter filosoficamente belicoso, não? Ok, segundo o raciocínio do Mestre. Mas, então tomemos Hitler, que foi o mais belicoso dos belicosos alemães, não obstante ser austríaco. O mesmo era... vegetariano...
Não nos apressemos em tais comentários e tais conclusões, como disse antes, mal comecei a ler o livro... cada caso é um caso, afinal de contas...
Outra coisa curiosa que quero chegar logo mas já sei que está no fim do livro: fisionomia. Ou seja, o Mestre nos dá um pequeno curso (com direito a ilustrações) de como adivinhar o caráter da pessoa através de sua fisionomia, pela ciência chamada de Fisiognomia.
Acho que o Mestre deu uma palhinha deste tema no volume 40 da Verdade da Vida, embora eu não o tenha lido ainda, aqui ele deve desenvolver mais... neste caso, seria uma arte divinatória, talvez a primeira, reconhecida como válida pela SNI? O professor Joseph Murphy, por seu turno, adorava o I Ching, chegou até a escrever um livro sobre esta arte divinatória, que, confesso, às vezes consulto e na esmagadora maioria das vezes aponta com sucesso um caminho...
Então é isso, mais não tenho como dizer, a não ser recomendar que leiam o livro e ajudem a comentá-lo aqui no meu, no seu, no nosso blog!

sábado, 25 de setembro de 2010

Nosso Lar do Progredir Infinito

Olá a todos os amigos deste blog! Acabo de chegar em casa depois de, finalmente, levar minha augusta noiva ao cinema para ver "Nosso Lar". Não, amável leitor, ainda não arrumamos nosso cafofo, o nosso lar em questão é o filme mesmo, baseado na obra da dupla Chico Xavier & André Luiz, que, ao contrário do que muitos apedeutas possam imaginar, não se trata de dupla sertaneja...
Bom, o filme é belíssimo, passa uma mensagem muito bonita e cheguei a ter algumas pequenas "alucinações" no meio do filme. Calma, calma, muita hora nessa calma, não tive visões ou coisas do gênero, até pelo fato de meu equipamento mediúnico, se é que eu o tenho, não me permite tais aventuras etéreas, mas... bom, deixa eu explicar durante os comentários, aí fica mais fácil o entendimento...
1. Acho que a mensagem principal que o filme nos traz e nos deixa é uma pequenina palavra que vendemos a preço de banana e plantamos uma bananeira para não querer comprar: perdão. Sim, perdão, e vou explicar o porquê...
2. Perdão pela nossa vida passada, que levou o tal do André Luiz, que não era nem tão crápula assim, a baixar todo imundo no Umbral, por conta de seu suicídio inconsciente... fumo, indiferença, todas estas coisas. Por tudo isso é que serve o tal do perdão que falei anteriormente;
3. Perdão pelas nossas atitudes atuais. Já repararam que a morte nos ajuda tanto a perdoar e a reconhecer os méritos das pessoas? Tenho uma parente que, quando o pai era vivo, vivia às turras com ele, quando ele morreu (ou desencarnou, em espiritês) tornou-se o xodó da vida dela... dá pra entender? Claro que dá, e para tal explicação nem precisa da ajuda de Freud...
4. E a explicação é uma só: o tal do ego. Sim senhores, esse tal ego é uma droga, e nesse caso nos faz sentir mais superiores do que efetivamente somos, é como se tentássemos ver com uma lupa a nossa pequenez perante o mundo. Na realidade não somos pequenos, pois, como Filhos de Deus, temos a vocação para a grandeza, afinal de contas, temos a quem puxar. Mas daí a querer ser maior do que o outro, aí, meus queridos, aí realmente não dá... por isso que, no Mundo Ideal, somos todos iguais, tanto eu que escrevo aqui neste blog quanto o mendigo que dorme aqui na esquina de casa e por quem eu cruzo toda santa e profana manhã quando vou ao trabalho e quando de lá eu retorno...
5. Então tá: perdão pela nosso passado e perdão pelo nosso ego (o que no fundo é a mesmíssima coisa). Tá bom ou quer mais? Queremos mais sim: filmes como este nos reconciliam com nossa dimensão (meu São Dawkins, perdoai-me) divina, mostrando que somos todos iguais nesta orbe, neste minúsculo pedaço de rocha e água a que chamamos de Terra...
6. A alucinação? Claro, como poderia me esquecer? No meio do filme notei uma certa semelhança (quem estiver lendo estas linhas que tire suas próprias conclusões) entre Nosso Lar e a Seicho-No-Ie, que nada mais nada menos vem a ser em japonês o LAR do Progredir Infinito (e o que se faz em Nosso Lar senão melhorar e evoluir sempre?)
7. Mas que blogueiro vocês foram arrumar, que em tudo na vida sempre arruma um jeito de ver Seicho-No-Ie em tudo, hein? É em música, é em Freud, é em Nosso Lar... cruz-credo! Se vocês acham isso, é porque não leram naquele livro preto de preleções sobre a Sutra Sagrada que, em última análise, Seicho-No-Ie é uma metáfora para o Universo... estudai irmãos, estudai! Estudo também é prática!

Balada do Louco - Os Mutantes

"Dizem que sou louco por pensar assim (1)
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon (2)
Se eles são famosos, sou Napoleão (3)
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal (4)
Se eu posso pensar que Deus sou eu (5)

Se eles têm três carros, eu posso voar (6)
Se eles rezam muito, eu já estou no céu (7)
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz (8)
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz (9)"

No You Tube, não é o vídeo oficial da música, mas é muito engraçado: http://www.youtube.com/watch?v=9Xu4TC0B6yM

Sim, senhores! Esta é uma canção Seicho-No-Ie par excellence, inobstante o Louco do título. Mas logo nos curamos deste termo ao evocar São Paulo em sua Carta aos Coríntios quando ele fala que a "sabedoria dos homens é loucura perante Deus", outro trecho magnifíco... vamos aos comentários, então?

(1) Nossa maneira de pensar é louca? Sim, acreditamos que só existe o bem e que o mal não existe, coisa que até Freud concordou, nem que fosse por cinco minutos e duas linhas... acreditamos que a matéria e a doença não existem... somos ou não loucos?

(2) "Se eles são bonitos, sou Alain Delon". Claro, no mundo fenomênico, posso até não ser, mas sabe que sempre achei que eu era a cara do Tom Cruise? No Mundo da Imagem Verdadeira todos são belos, belíssimos, pois puxaram a beleza do Pai...

(3) "Se eles são famosos, sou Napoleão". Claro, ou vocês acham que nos prendemos à fama do mundo fenomênico? Nosso Reino não é deste mundo, e no nosso Mundo somos, sim, muito famosos e amados por nosso Pai. Sempre foi assim, é assim e será sempre assim, per omnia seaculorum, amen!

(4) "Eu juro que é melhor não ser o normal". Claro, ser o normal para quê? Para nos acostumarmos com o mundo fenomênico e limitado? Isso sim é que é normal. No nosso mundo superamos toda normalidade, todo "tem-que-ser-assim".,..

(5) "Se eu posso pensar que Deus sou eu"... quer coisa mais SNI que esta? Eu sou Deus, você, amável leitor ou distinta leitora, é Deus, nossos pais são deuses, nossos inimigos são deuses, todos nós somos deuses!

(6) "Se eles têm três carros, eu posso voar": Ora, ora, prosperidade nunca foi problema para um Filho de Deus, ou foi?

(7) "Se eles rezam muito, eu já estou no céu"... qualquer semelhança com "Você Será Salvo Infalivelmente" do "fofinho" Toshiyuki Fujiwara não é mera coincidência...

(8) "Já não sou o único que encontrou a paz": Sim, pois várias pessoas também se conscientizaram disso...

(9)"Eu sou feliz": quem, se conscientizando de viver no Mundo da Imagem Verdadeira, não conclui esta bela canção dizendo que não é feliz? Só louco mesmo, não?

Assim, aguardo comentários! Fui!

Festival de Músicas Seicho-No-Ie

Bom, quando estava fazendo a resenha dos três livrinhos, lá para julho e agosto (lembram-se?) tive a ideia de pegar uma letra de música por semana e cotejá-las com os ensinamentos da SNI. E seria acompanhada, sempre que possível, de vídeos do You Tube, para gáudio da Sílvia...

Então, comecemos agora. Sempre que possível, vou evitar as letras mais que batidas, como, por exemplo, "Tente Outra Vez" do nosso bom e velho Raulzito, por serem óbvias demais, inobstante a sua seichonoiezice quase à flor da pele. Dele tenho uma canção tão desconhecida quanto bela, que pretenderei estudar com os amigos talvez na próxima semana.

Assim, a música que estudarei no próximo post aqui tem um significado especial para mim, por aparecer na minha vida lá em 2000, quando ainda engatinhava no pensamento da Seicho-N0-Ie (hoje ainda estou saindo dos cueiros...), e que me fez inclusive fazer a primeira análise musical, num pequeno ensaio, mais ou menos como faço hoje com as músicas da Shakira e do Renato Russo, por exemplo, e dei para o preletor Ademilson (para vocês verem quanto tempo faz isso...)

Trata-se da música que escolhi para minha formatura, e que inclusive substituiu a minha preferida à época (por não ter conseguido arranjar a canção, lembrem-se, trata-se de 2000, quando a internet ainda não era tão vulgarizada assim)...

Qual era a minha preferida? "Quando Acabar o Maluco Sou Eu", de Raul Seixas (bem sintomático para alguém que ganhou a alcunha de "22" na faculdade). E qual a que foi escolhida?

Bem, a resposta está no próximo post...

Pois É...

Olá a todos e a todas! Pleno sabadão nublado, em Ibiúna (que saudades!) seminário de Gratidão aos Pais e eu aqui sem nenhum assunto relevante. Acabei Freud, estou iniciando a leitura do mais recente lançamento da SNI, "Mente, Alimentação e Fisiognomia" que, acredito, acertará em cheio os corações vegetarianos da seichonoiezada mundo afora (minha augusta noiva inclusive, que se recusa a comer carne vermelha, e apenas vermelha, o que significa que os frangos e peixes não estão livres de sua sanha carnívora...)
E então, algum assunto que pudéssemos tratar agora? Ah, já sei, vou adiantar agora um assunto que só escreveria hoje à noite, mas, como o Mestre já dizia, vivifique o Agora... vai que de noite eu resolva ter um ataque de sono como ontem de noite e...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sejamos Honestos, Pois...

E aí, gostaram? Mas, façamos justiça. Freud era ateu, achava a religião uma neurose etc etc etc. E, como no trecho abaixo, em que ele fala até sobre um importante ramo do Novo Pensamento, ele reafirma sua condição de que o mal existe. Ok, pra ele pode até existir, mas como sentimento. E, como sentimento...

"Recordo-me de minha própria resistência quando a ideia do impulso destrutivo surgiu pela primeira vez na literatura psicanalítica, e do quanto demorou até que me tornasse receptivo a ela. Que outros mostrassem e ainda mostrem a mesma rejeição me surpreende menos. Pois as criancinhas não gostam de ouvir falar da tendência inata do ser humano para o "mal", para a agressão, para a destruição e, assim, também para a crueldade. Afinal, Deus as criou à imagem e semelhança de sua própria perfeição, e não querem ser lembrados do quanto é difícil conciliar - apesar dos protestos da Ciência Cristã - a inegável existência do mal com a onipotência ou a infinita bondade de Deus." (pg. 138-139)

Em primeiro lugar, é de se notar o idealismo de Freud, quando ele diz que resistia à ideia do mal. Quanto à tal da tendência inata, bem, essa tal de tendência inata já discutimos em posts anteriores, e podemos chamá-los de carmas. A evolução ajuda a depurar estes carmas, pois somos seres em eterna evolução (não vos esqueçais que Seicho-No-Ie significa "Lar do Progredir Infinito", e o que é o progredir infinito senão a evolução?)
Agora, apesar da Ciência Cristã, "a inegável existência do mal"? Só se for como sentimento, e como tal... como diria nosso querido Padre Quevedo, "ele non eksiste!"

O Mal Segundo Freud


Buenas, seichonoiezada amada do meu Brasil e do mundo, como vamos em mais um belo fim de semana, o primeiro da primavera, que se avizinha? Tudo tranquilo? Espero que sim!

Terminei hoje de ler o outro livro de Freud, este intitulado "O Mal-estar na Cultura", é interessante também, mais ainda por uns dois pontos bem interessantes que gostaria de partilhar com os amigos, vejam só que curioso... ambos discorrendo sobre o mal. O mal existe efetivamente? Segundo Freud, infelizmente sim, mas este é assunto para o post seguinte, porque agora vem o surpreendente trecho desta obra que, um pouco, desmente esta inexistência do mal. Como? Leiam e comparem! Está no final da página 65 da edição de bolso da L&PM (o livro aí, da capa ao lado...)


"(...) Contudo, os métodos mais interessantes para evitar o sofrimento são aqueles que procuram influenciar o próprio organismo. Afinal de contas, todo sofrimento é apenas sensação, existe apenas na medida em que o percebemos, e apenas o percebemos em consequência de certas disposições de nosso organismo."


Guardem muito bem este trecho, e peço para que os amigos releiam o trecho a partir do "afinal de contas" em diante. Leram? Muito bem, agora peço que leiam a página 32 do excelente "Princípio do Relógio de Sol", na parte que está escrito assim:


"Considerando tais fatos, podemos entender que o que chamamos de mal não existe como substância, ou, antes, é projeção exterior da força de negação (sentimento de rejeição) que surgiu na mente humana. Sendo assim, à pergunta 'Onde está ao mal?' podemos responder 'Está dentro da mente humana'."


Captaram, neófitos? Freud resumiu o sofrimento (o mal, em última instância) como sensação (ou sentimento), que existe apenas quando percebemos, e o percebemos através de certas disposições (os sentidos, ora bolas!). Nada mais que isso!

Em resumo, queiram ou não queiram, mesmo o ateu Freud, o iconoclasta Freud concorda com o pensamento da Seicho-No-Ie, pelo menos neste ponto, o que já é uma grande coisa!

domingo, 19 de setembro de 2010

O Porquê da Prática... Será Que Freud Explica?

Ok, ok, eu iria mais cedo ou mais tarde, falando de nosso amigo Sig, fazer este infame trocadilho. Mas o que eu queria escrever agora é algo curioso que comecei a vislumbrar durante a leitura do livro do nosso querido Freud... algo que me chamou a atenção, confesso, desde o prefácio...
O prefácio, escrito por Renata Udler Cromberg, nos informa, à pg. 31 que "a principal crítica de Freud à religião é a de ter falhado em conciliar o homem com as renúncias pulsionais impostas pela civilização".
Muito bem. Estas "renúncias pulsionais" pode ser entendidas como "renúncias instintivas", ou seja, a crítica de Freud é a da religião ter falhado em conciliar o homem com a vida prática.
Aí você pega o volume 17 da Verdade da Vida e lê o seguinte trecho do Mestre, na pg. 58:
"É preciso, porém, deixar de considerar a religião como mero instrumento de consolo espiritual ou um meio ao qual se recorre só na hora da necessidade ou da morte. Toda religião, quando se apreende sua essência, passa a ser parte integrante da vida. Enquanto não se tornar parte integrante da vida, a religião será considerada um 'apêndice' desnecessário, um passatempo de pessoas desocupadas, ou um capricho de pessoas idosas"
Confesso que este é um dos meus trechos favoritos neste volume. E o que ele teria a nos ensinar?
Muito, amigos, muito. Eu não li ainda os volumes 19 e 20 da Verdade da Vida, coisa que só devo começar a fazer acho que só no ano que vem, ainda tenho praticamente metade do volume 17 para ler e o volume 18 ainda para enfrentar. No entanto, sei que o Mestre, rato de sebo que era, pesquisou muito sobre psicanálise. Karl Menninger, então, era praticamente seu livro de cabeceira, tamanhas as vezes em que ele citava este autor em suas obras. Menninger, por seu turno, era freudiano.
Assim, não é difícil imaginar por qual motivo nosso amado Mestre esforçava-se sempre para afirmar que Seicho-no-ie era, acima de tudo, prática. Pela simples razão de que o panorama religioso sempre era dicotômico, ou seja, apresentava duas realidades, a realidade espiritual, que seria o comparecimento às atividades religiosas, e a realidade da vida, em que o que era pregado na primeira realidade não era aplicado nesta segunda realidade. E, para Sig, o que contava era esta realidade, a verdadeira, a material, e não a primeira, alvo de críticas deste.
Então, todo este convite para a prática seria para desmentir e ao mesmo tempo concordar com a teoria freudiana. Desmentir no sentido de se criar, efetivamente, uma religião para a vida prática; e concordar para afirmar que ele tinha razão, e que a única exceção a esta regra poderia ser apresentada ao mundo religioso sendo... a Seicho-No-Ie!
Este insight seria válido? Acredito que sim, pois o Mestre, leitor psicanalítico que era, queria provar, mais do que nunca, a máxima nulla salvatio sine pratica, ou seja, nenhuma salvação sem a prática.
Por favor, opinem! Como diria a atendente de telemarketing, sua opinião é muito importante para nós!

Agora, Freud...

Sim, senhores, agora comecemos a dissecar um pouco a figura de Sigmund Freud... posts atrás informei aos amigos que dois livros dele estavam me aguardando ansiosamente por sua leitura, "O Futuro de Uma Ilusão" e "O Mal Estar na Cultura". Pois bem, já li o primeiro, e temos já algumas considerações a serem feitas...
Antes de mais nada, solicito aos meus diletos leitores que leiam alguns posts anteriores, em que tento esmiuçar a natureza de um termo chamado instinto, tema este recorrente na literatura freudiana. Acredito que consegui uma boa tradução, em seichonoiês, de instinto para carma, conforme alguns trechos extraídos das obras do Mestre Masaharu Taniguchi.
Vamos lá então?
1. Considerações iniciais: nosso amigo Freud vê neste pequeno opúsculo obra insignificante, de pouco significado prático. Sua humildade é cativante e atenua outras críticas, muito embora ele não esmiuce o significado histórico da religião, prendendo-se apenas e tão-somente ao seu aspecto psicanalítico, que ele, honestamente, garante não ser uniforme, haja vista a existência de psicanalistas teístas, fato por ele mesmo confessado.
2. Ademais, este livro tem uma coisa que sequer tinha visto em outra obra semelhante: ele dá espaço a críticas, críticas estas na forma de um mal-humorado interlocutor que se dedica, capítulo após capítulo, a rebater, em rábico estilo (e nisso ponto para a genialidade freudiana) os argumentos expendidos pelo douto escritor.
3. E que argumentos seriam estes? Basicamente: a religião surge para suprir a carência do homem num mundo cruel, e isso geralmente é feito pela ausência da figura protetora paterna. Ele então externaliza esta figura paterna na figura de Deus. Em nenhum momento ele trata isso com argumentos filosóficos, ontológicos ou mesmo antropológicos e sim puramente psicanalíticos.
4. Em resumo, Deus não existe porque a psicanálise assim entende. Será mesmo? Acho que não, pelo próprio fato de haver psicanalistas teístas, Sig mesmo falou isso...
5. Então ele trata o tema apenas de maneira clínica, nada mais, com direito a tiradas clássicas: que a religião é a neurose obsessiva universal da humanidade. Algo familiar?
6. Claro que sim: mais uma vez Sig critica a sombra e não o objeto que a faz: tal como Dawkins et caterva, ele critica a instituição religião. Deus, por sua vez, a não ser por uma ou outra pincelada na Sua figura edípica, pouco é mencionado.
7. Neste particular, encontro paralelo com o que o nosso amigo Alper falou posts atrás, sobre a diferença entre espírito religioso e espírito espiritualista (perdoem o pleonasmo!), e o perigo que pode residir no primeiro destes casos...
8. Não transcreverei nenhum trecho deste livro, deixo que os amigos leiam-no e tirem suas próprias conclusões. Mas, mesmo assim, ainda não obtive uma conclusão de que Deus efetivametne não exista!
Next, please!

Do Girassol


Gente, esta é pra quem é preletor: alguma vez na vida vocês, dando palestras, já se viram diante de uma súbita e muito útil ideia no meio de uma palestra e a externou de imediato? Pois bem, eu tive a minha, vejam como foi...

Como disse ontem, dei aulas no módulo. Uma delas, assunto importantíssimo, falava da Convergência ao Centro. Pois bem, na apostila constava uma história de Buda sobre tal tema, em que ele mostrava aos seus discípulos uma flor de lótus. Pois bem, não tinha uma dessas à minha disposição; no entanto, substituí por um genérico dela, que serviria para o mesmo fim, um girassol, comprado da barraca da feira em frente de casa, após certa hesitação.

Convido agora os leitores do blog a verem a cena, digna da entrada do saudoso Pedro de Lara no também saudoso Show de Calouros: eu, todo de preto, entrando e saindo do ônibus com um vaso de girassol... só faltou os lírios.

Adentrei na regional com o vaso, logo arrumaram um pratinho para mim, ou melhor, para o Gerôncio, como batizei aquele espécime de Helianthus annuus, seu nome científico.

Pois bem, dei a palestra da convergência ao centro, e depois iria dar uma palestra sobre prosperidade para encerrar minha participação falando da quinta e da sexta normas fundamentais... aí é que veio o tal do insight...

5a Norma Fundamental: Ver sempre as partes positivas das pessoas, coisas e fatos e nunca as suas partes negativas, certo? Isso nos lembra o quê? Cinco segundos para pensar. Isso mesmo, o badalado Princípio do Relógio de Sol. Aí é que veio o satori! Qual o outro nome do Girassol? Heliotrópio, por qual razão? Porque o bicho move sua flor para a direção do sol, ou seja, ele busca o sol (Hélio = sol, trópio = virar, mais ou menos como Gira + sol...)

Captaram, neófitos? Não? Pois eu captei e mais do que depressa soltei a seguinte pérola: "Pois bem, o girassol, meus amigos, também é uma importante metáfora do princípio do relógio do sol, pois ele busca o sol durante todo o dia! Nós, da Seicho-No-Ie, deveríamos ser como os girassóis, procurar o sol incessantemente durante todo o dia!"

Hoje de manhã, continuei a meditar sobre o girassol, e cheguei a mais uma importante e curiosa conclusão: o bichinho está lá, mostrando sua vistosas vistosas pétalas amarelas presas pela raiz à terra. Terra, neste sentido significaria o mundo fenomênico. Mas ele procura, efetivamente, o sol, pois esta é a sua natureza implícita, ou seja, ele jamais se esquece de seu mundo da Imagem Verdadeira!

Não sei se a literatura da SNI dedicou-se algum dia a ver o girassol desta maneira. Muito provavelmente sim, mas, sinceramente, não me recordo. Acaso algum leitor tenha lido, peço a gentileza de me comunicar; não quero ter a pretensão de ser o pioneiro neste achado, muito embora a inspiração, quando veio, fez valer o mico de ter carregado, naquele sábado nublado e garoante, Gerôncio até a Regional!

E fica a lição: sejamos nós, sempre, belos e viçosos girassóis!
Muito Obrigado!

Comemoremos com Shakira!

Para fecharmos com chave de ouro a aliança entre a espiritualidade da SNI e a bioateologia, convidamos nossa querida cantora Shakira, sim, ela mesma, a do Waka Waka da Copa do Mundo, nossa querida colombiana que, logo no início da carreira, gravou uma canção muito feliz sobre os destinos do homem e que passou meio despercebida quanto à grandeza de sua mensagem. A canção se chama "Pies Descalzos, Sueños Blancos", o link do you tube é este, legendado em espanhol: http://www.youtube.com/watch?v=2cmUHPQLYG8 e é uma pena que não achei uma versão com legendas em português, mas achei a tradução, acompanhem:

"Você pertenceu a uma raça antiga
De pés descalços e de sonhos brancos
Foi poeira, é poeira, pensa que
O ferro exposto ao calor é brando

Você mordeu a maçã
E renunciou ao paraíso
E condenou a tal serpente
Sendo você quem quis fazê-lo (1)

Por milênios e milênios
Continuou nu
E enfrentou dinossauros
Sem um teto e sem escudo

E agora está aqui
Querendo ser feliz
Quando pouco lhe importou
O seu destino (2)

Você pertenceu a uma raça antiga
De pés descalços e de sonhos brancos
Foi poeira, é poeira, pensa que
O ferro exposto ao calor é brando

Construiu um mundo exato
De detalhes tão perfeitos
Cada coisa calculada
No espaço e no tempo

Eu que sou um caos completo
As entrada, as saídas
Os nomes e as medidas
Não cabem nos meus excessos

E agora está aqui
Querendo ser feliz
Quando pouco lhe importou
O seu destino

Você pertenceu a uma raça antiga
De pés descalços e de sonhos brancos
Foi poeira, é poeira, pensa que
O ferro exposto ao calor é brando

Você pertenceu a uma raça antiga
De pés descalços e de sonhos brancos
Foi poeira, é poeira, pensa que
O ferro exposto ao calor é brando

Cumprimentar o vizinho (3)
Deitar-se a uma hora
Trabalhar cada dia
Para viver na vida

Contestar só aquilo
E sentir somente isso
E que Deus nos ampare
De maus pensamentos

Cumprir com as tarefas
Ir ao colégio
Que diria a família
Se você for um fracassado?

Ponha sempre sapatos
Não faça ruídos na mesa
Use meias-palavras
E gravata nas festas

As mulheres se casam
Sempre antes dos trinta
Senão, vestirão santos
E ainda que não tenham vontade

E na festa de quinze anos
É melhor não esquecer
Um champanhe fino
E dançar bem a valsa
E dançar bem a valsa"


Alguns comentários:
(1) Vejam o papel de nossa responsabilidade: mordemos a maçã e colocamos a culpa nos outros. Típico, não?
(2) Conseguimos tanta coisas, e queremos ser felizes, mas pouco nos importou o nosso destino: continuamos "vítimas" de nossos instintos...
(3) Começa aqui até o final da música uma série de "obrigações sociais" que aprisionam a alma humana... lembro-me nesta parte do Mestre e sua revolucionária teoria de abolir o "precisa ser assim"...

Gostaram? Aguardo comentários!

PS: Sílvia, esta música vai merecer entrar na sua lista de clipes do orkut tb?

Continuando a Instintiva Investigação...

Me alonguei muito no post anterior, mas o assunto merecia. Interrompi-o para continuar aqui.
Façamos agora um paralelo entre a biologia ateia e a religião.
A biologia ateia visa a melhoria dos instintos genéticos do homem, despertando-o para sentimentos nobres, tais como o altruísmo, por exemplo.
Neste sentido, entende-se que nossos genes são, como Dawkins mesmo disse, egoístas, alright?
Partindo deste pressuposto, quais eram mesmo os principais carmas do passado, que falei no post anterior, transcrito na página 193 do vol. 15 da Verdade da Vida? Não precisam retornar até lá, eu repito para vocês!
"(1) a ideia de que o eu carnal é existência real e (2) a ideia de que a matéria existe realmente, as quais constituem a base do egoísmo e da ganância" (o grifo é nosso, em obséquio da ênfase)
Nossos instintos mais profundos (e quando falo isso é impossível não me lembrar de Roberto Jefferson na CPI do mensalão falando para José Dirceu que este lhe "despertava os seus instintos mais primitivos") foram forjados em priscas eras onde o ser humano ainda não despertara para a espiritualidade, e trazemos marcas disto até hoje.
Assim, questiono mais uma vez: mudar este ranço de animalidade que existe entre nós não é o objetivo básico tanto da biologia ateia quanto da religião, em busca de uma ética, no primeiro caso, ou de uma espiritualidade, no segundo, que possam pelo menos equiparar moralmente o homem ao grande avanço tecnológico que ele, merecidamente, conseguiu ao longo dos séculos?
Se a resposta for sim, então, meu caro leitor, conseguimos a unidade não apenas de toda o pensamento religioso, mas acabamos de incluir, aqui, o pensamento bioateu em nosso Movimento de Iluminação da Humanidade! Que sejam bem-vindos e que tragam boas novas para toda a humanidade!

sábado, 18 de setembro de 2010

Do Instinto...

Fechado o parêntese da palestra, vamos retomar o tema de onde paramos ontem, à guisa de introdução para o que vem por aí, ou seja, Freud e seu "Futuro de Uma Ilusão"... desta vez, vamos trocar algumas ideias sobre um ponto que me chamou deveras a ateñção ontem, a saber, a nossa luta (da ciência e da religião) para combater os instintos...
Instinto, segundo o que Silveira Bueno me informa, é "Disposição natural; tendência ingênita; impulso; atração; inspiração". Ou seja, algo inato. Que nasce com a gente.
Vou me socorrer do capítulo que estou estudando para a palestra do sábado que vem: nela, o Mestre Masaharu Taniguchi, em uma incrível coincidência, nos explica que "dentro da mente de cada indivíduo, num lugar bem mais profundo do que o da camada do subconsciente que retém os fatos registrados em sua memória desde que ele nasceu, existe o que podemos chamar de 'mente da tendência' (mente que age segundo suas tendências ou hábitos), a qual já vinha trabalhando antes mesmo de seu nascimento neste mundo (...) Toda pessoa nasce sabendo essas coisas porque antes mesmo de vir a este mundo já possuía a 'mente que trabalha segundo determinada tendência ou determinado hábito'" (Verdade da Vida, vol. 29, pg. 97).
Legal, não? Agora, melhor é saber que o Mestre falou, em mais oportunidades, desta mente do hábito ou da tendência, leiam, por obséquio o que ele escreveu no volume 8 da mesma coleção, logo no início...
"Se pensarmos que a mente só trabalha quando estamos despertos, estamos bastante enganados. A mente desperta mal equivale a 5% da atividade da mente global. Assim, como acontece com o carro, se deixarmos a mente global em movimento, ela continuará indefinidamente em atividade criadora, avançando com determinação na mesma direção, razão pela qual denomino-a 'mente da tendência' ou 'mente do hábito'. Mudar a direção da 'mente da tendência' de acordo com a necessidade é que é a função desses 5% que constituem a 'mente desperta'. A 'mente desperta' corresponde ao motorista que tem nas mãos o volante de um veículo cujo peso é dezenas de vezes superior ao do próprio corpo" (A Verdade da Vida, vol. 8, pg. 18-19)
Interessantíssimo, não acham? A que conclusões chegaríamos?
1.Instinto é uma tendência, fortemente arraigada numa mente mais profunda do que o profundo subconsciente. Traduzindo para algo bem comum em nossos dias, é como se o instinto fosse a camada pré-sal de nossa mente, muito abaixo de toda especulação mental individual. Aliás, para delimitar melhor nosso campo de atuação, podemos acertadamente dizer que o instinto seria a porção individualizada de nosso inconsciente coletivo.
2. Este instinto, ou seja, esta fatia individualizada do inconsciente coletivo, mais arraigado que o nosso subconsciente, com ele se comunica, transmitindo-lhe impressões amiúide equivocadas sobre nós mesmos e o ambiente que nos cerca...
3. Traduzindo em seichonoiês, trasmite-lhe impressões equivocadas sobre a verdade vertical e a verdade horizontal... ou seja, distorce a Realidade ("A Realidade é eterna, a Realidade não envelhece, a Realidade não morre etc etc etc...")
4. Estas impressões equivocadas são frutos de percepções transmitidas há várias gerações, mente após mente, baseadas, adivinhe no quê? Nos nossos cinco sentidos!
5. Aí os mais espertos podem focalizar bem o erro, não? As impressões são equivocadas porque partem de um pressuposto errado, o pressuposto sensorial.
6. Pausa para ler o Mestre novamente? Vamos lá...
"No volume 8 de A Verdade da Vida, no capítulo intitulado 'Fundamental Método de Afinação da Mente', falei sobre a 'mente que segue o hábito' ou 'mente que segue a tendência', e expliquei que podemos compará-las a um carro: se o motorista direcioná-lo para um rumo e depois adormecer no volante, o veículo continuará avançando naquela direção até se chocar contra um obstáculo, como, por exemplo, árvore à beira da estrada. Acho que, se compreendermos bem o o que é 'mente que segue o hábito' ou 'mente que segue a tendência', poderemos entender melhor o processo de manifestação dos carmas,. O significado da expressão 'mente que segue o hábito' é o seguinte: A mente, uma vez direcionada num sentido, habitua-se a agir nessa direção e não muda enquanto não receber um estímulo para seguir outro rumo. O pensamento é, por assim dizer, uma voz silenciosa - ou seja, uma vibração mental" (A Verdade da Vida, vol. 15, pg. 188)
7. Coloquei o trecho acima apenas para reforçar o que escrevi acima. Mas, voltando ao que escrevi no ponto 5, sobre o fato do instinto se basear nas impressões captadas pelo nossos cinco sentidos, ou seja, pelo nosso eu carnal, o mesmo volume 15 nos dá, poucas páginas após este trecho, mais precisamente entre pgs. 192 e 193 a estarrecedora conclusão:
"Portanto, todos carregamos alguns carmas desde o momento em que nascemos. A natureza dos carmas são vibrações mentais do passado acumuladas no ser humano (...) Dentre os carmas do passado que trazemos conosco, os principais são (1) a ideia de que o eu carnal é existência reals e (2) aideia de que a matéria existe realmente, as quais constituem a base do egoísmo e da ganância".
8. Sim senhores, se chegaram a mesma conclusão que eu, podemos afirmar convictamente de que nossos instintos são nossos carmas. Se ainda têm dúvidas, comparem estes trechos: "dentro da mente de cada indivíduo, num lugar bem mais profundo do que o da camada do subconsciente que retém os fatos registrados em sua memória desde que ele nasceu, existe o que podemos chamar de 'mente da tendência' (mente que age segundo suas tendências ou hábitos), a qual já vinha trabalhando antes mesmo de seu nascimento neste mundo" com
"A natureza dos carmas são vibrações mentais do passado acumuladas no ser humano". Ou seja, podemos efetivamente encerrar este post com a seguinte equação: INSTINTO = CARMA.
9. Resumindo: Acumulamos vibrações mentais no passado, que neste mundo veio sobre a forma cientifica e asséptica de instinto. Este instinto é gerado por nossa mente do hábito ou mente da tendência, que segue um determinado padrão de pensamento até que alguma coisa seja alterada neste padrão. É nosso arquivo individual, pré-nascimento de conhecimento do mundo, filtrado em nosso aparelho sensorial, logo, de duvidosa, para não dizer falsa, origem.
10. Mas tem mais...

Da Vigésima Primeira Palestra

Ok, ok, vamos combinar que não era bem uma palestra, e sim aulas que dei nos módulos de estudo da SNI, mas vale como se fosse... dei quatro aulas, duas no módulo 2 (correção e convergência ao centro) e mais duas no módulo 1 (princípios da prosperidade e 5a e 6a Normas Fundamentais). Foi bem e acho que fui melhor do que nas minhas aulas de estreia, lá pela primeira aula do módulo...
Agora, se tudo sair conforme o script, a vigésima segunda palestra será no próximo sábado, quatro da tarde, no Departamento Feminino. Se tudo sair, pois provavelmente nada teremos em virtude de uma caravana à Ibiúna... mas, pelo menos, estou escalado até lá, do contrário, estas aulas de módulo, que caíram no meu colo (Maria Inês me pediu para dar as aulas na última terça) entram para minha contabilidade particular de palestras como se fosse...

Enquanto Isso...

Enquanto isso, vejam: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/papa+associa+ateus+a+nazistas+e+abre+nova+polemica+em+visita/n1237778626092.html

Muito me espanta que Sua Santidade, ainda mais sendo alemão e antigo membro da Juventude Hitlerista (por favor, que isso não cause nenhuma repulsa aos meus leitores, nem imaginem, de maneira alguma que estou depreciando da figura do Santo Padre, mas trata-se de um fato histórico) tenha dito isso...
Para quem não sabe, recomendo a excelente obra "Os Arcanos Negros do Hitlerismo" de Robert Amberlain, no qual o autor nos informa que o nazismo, o nacional-socialismo era intrinsecamente teísta, e, acaso se ele tomou posição por uma ideologia fortemente materialista, como a ideia da superioridade da raça ariana, isso em nada se deve ao teísmo nazista, que, neste caso, serviu apenas de muleta, de suporte para tais crenças...
Então, tal associação pode ferir suscetibilidade de ambos os lados: ateu não é sinônimo de nazista e muito menos o contrário.
Do contrário, os alemães não ostentariam nas fivelas de seus cintos a inscrição "Gott mit uns" (Deus Conosco).
E fim de papo!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Falando em Dawkins...

Leiam o tracho abaixo, pg. 247/248, logo abaixo vêm os meus comentários...

"A consciência espiritual é uma 'mentirinha inofensiva da natureza', um mecanismo selecionado em nossa espécie para aliviar a ansiedade debilitante causada pela consciência da morte. Mas a natureza programaria uma espécie, embutindo nela uma mentira? Verdade, mentiras, realidade. Esses são conceitos humanos que não têm nada a ver com a maneira pela qual a natureza nos formou. O proceso de seleção natural não se importa com ideias humanas como 'real' ou 'verdadeiro'. O único impulso da natureza é criar um organismo mais capaz de sobreviver, que possa transmitir seu material genético a futuras gerações. Nada mais que isso. Como Richard Dawkins, autor de O gene egoísta, disse: 'Nós e todos os outros animais somos máquinas criadas por nossos genes. Somos máquinas sobreviventes, veículos-robôs programados, cuja tarefa é preservar as moléculas conhecidas como genes'".

E mais este, tirado do mesmo livro de Dawkins, citado em pg. 253/254:

"Se quisermos construir uma sociedade em que os indivíduos colaborem para o bem comum generosamente, sem egoísmo, receberemos pouca ajuda de nossa natureza biológica. Tentemos ensinar generosidade e altruísmo, porque nascemos egoístas. Vamos tentar compreender o que nossos genes egoístas estão tramando, porque, então, poderemos ter uma chance de estragar seus planos, algo que nenhuma outra espécie jamais aspirou fazer".

Prontos?

1. Primeiramente, "mentirinha inofensiva" é uma pinoia! Quantas mortes ocorreram no mundo, quantas noitas de São Bartolomeu a humanidade passou por conta desta mentirinha inofensiva?
2. O autor resume neste trecho, e logo depois, ao citar Dawkins pela segunda vez, tudo o que eu queria saber da obra. Ou seja, as trezentas páginas dele se resumiram, no que me interessava, em apenas essa meia página... e respondeu a mais uma de minhas indagações feitas anteriormente, que é o fato da natureza nos iludir. Ele põe a culpa, primeiro, em nossos conceitos humanos e na visão aterradora de que não temos um pingo de livre arbítrio, somos máquinas escravizadas por nossos genes... tem gente que adora pensar assim...
3. Quanto aos conceitos humanos, retruco dizendo que, se são humanos, são tão instintivos quanto o instinto religioso, assim, conceitos como verdadeiro e falso podem muito bem serem falsos, deste ponto de vista... mas o conceito de falso e verdadeiro, pelo menos para mim, se liga ao instinto da Verdade, do Bem e do Belo, a Santíssima Trindade dos atributos divinos, que desde Platão vem elucidando as características divinas...
4. Quanto ao fato de sermos máquinas de gens, isso explica o fato de odiarmos homossexuais, por exemplo, por eles não quererem transmitir seus genes para a posteridade... entre outras aberrações plenamente justificáveis e corretas, deste ponto de vista...
5. Mas, eis que nosso bom amigo Dawkins, tal qual um evangelista ateu, se é que tal paradoxo possa existir, nos vem com a luz: nós temos a chance de estragar os planos dos genes, coisa que nenhuma espécie fez anteriormente.
6. Peço que leiam novamente o trecho, que repetirei para os preguiçosos: "...poderemos ter uma chance de estragar seus planos, algo que nenhuma outra espécie jamais aspirou fazer..." Pensem bem no que ele falou. Leiam e releiam a frase, e vejam se a conclusão que vocês chegaram é a mesma que a minha...
7. ORA PIPOCAS, ESSA CHANCE DE ESTRAGAR OS PLANOS DOS NOSSOS INSTINTOS MAIS GENÉTICOS DE EGOÍSMO NÃO É A AMBIÇÃO DE TODA RELIGIÃO SÉRIA? Não seria este o objetivo de toda religião, nos tornarmos melhores, nos religarmos a Deus, esquecendo do fenômeno, dos genes e de tudo o mais que seja material?
8. Se é isso, onde está a originalidade ateia? Só posso mesmo concordar com o Mestre, em vários de seus livros, de que mesmo o ateu, no fundo no fundo, é um espiritualista, pois, do contrário, como entender esse anseio de Dawkins senão como uma velada tentativa de nos tornarmos seres melhores, em busca da Verdade, do Belo e do Bem?
9. Ou seja, tudo flui para o mesmo caminho, apenas com linguagens diferentes. Deste modo, a única coisa que posso dizer é que o ateu mais arraigado também procura dentro de si instintos que só o que ele mais renega pode lhe dar...
10. Assim, vou eu lá ter medo ou rejeição a um ateu? Nada disso, no fundo no fundo, ele é tão religioso e íntegro como eu, mas Deus, este ser grandioso porém humilde, não quer aparecer tanto, deve ser para não dar tanto na pinta...

A Parte Divina do Cérebro - As Impressões Terminam...

Boa noite para todos neste início de fim de semana... queria ter escrito mais durante a semana, mas no único dia que estive disponível para escrever tinha visita em casa... umso besser, hier bin ich zurück, tanto faz, estou aqui de volta, e desta vez para encerrar minhas impressões finais sobre nosso livro...
Desta vez não tive tamanho escrúpulo em anotar as partes interessantes, como no post passado, mas, mesmo assim, vou tentar destacar alguns pontos que me chamaram a atenção, e, claro, recomendando fortemente a leitura desta obra, não para virar ateu ou à-toa, mas, sim, para obter algumas informações válidas sobre como nós processamos a nossa fé... no mais, reitero minha posição religiosa, no sentido de que existe um algo superior a toda esta criação, mesmo por inferência lógica, de que não há efeito sem causa... e Deus seria esta Causa. Agora, como esta Causa se mostra perante o mundo, bem, aí já é outra história... vamos lá então?
1. O autor aponta, de forma bastante convincente, o processo fisiológico da fé para, depois, apresentar capítulos pontuais em que defende sua tese diante dos mais variados temas, como a prece, a conversão religiosa, experiências de quase morte, a "anomalia" geopolítica dos Estados Unidos serem uma grande nação e - horror dos horrores! - profundamente religiosa etc etc etc;
2. Sobre a prece o autor descreve a sua ação benéfica perante o corpo. Nada de novidade para quem estuda o funcionamento da prece perante o corpo e a liberação de certas substâncias orgânicas... isso me lembra, e quem quiser consultar, esteja à vontade, o volume 3 da Verdade, em um de seus capítulos iniciais, quando o Mestre fala da incoerência de querer atribuir inteligência aos elementos materiais do corpo, sem que "algo" por trás fosse o responsável por isso... como disse anteriormente, não há efeito sem causa...
3. Lembram-se de um dos meus questionamentos anteriores, do fato da anomalia genética o fato de existirem ateus? Pois é, não é que ele explica este fato também?
4. Uma das coisas que me fazem recomendar fortemente a leitura do mesmo é sua honestidade intelectual para com o amável leitor. Dou um exemplo que me chamou bastante a atenção, no finalzinho da parte em que ele trata da existência dos ateus, nota de rodapé da pg. 201:
"Como a maioria das ideologias ateístas são fundamentadas na mera negação da existência de Deus, eu gostaria de salientar que nenhuma filosofia se mantém sem que haja uma lógica que apoie seus princípios básicos. Sem tal lógica, o que chamamos de uma filosofia na realidade não passa de mais um sistema de crenças baseado na emoção, em vez de na razão. Vejo isso como o principal problema enfrentado pelo movimento ateísta de hoje, que, sem ter uma ciência própria, apóia-se, para se sustentar, nas falhas que vê na lógica das crenças que busca contestar. E, embora seja um fato que nenhuma religião jamais foi capaz de defender seus princípios pela razão, nenhuma filosofia legítima pode se manter com base apenas na negação. As contradições de um sistema de crenças não dão validade aos princípios de um outro. Declarar que algo não é branco, por exemplo, não faz com que seja negro. De modo análogo, encontrar falhasa nas convicções de todas as religiões do mundo não constitui prova de que Deus não existe. Assim, para ser viável, o ateísmo precisa ter seus próprios princípios, sua própra base lógica, algo que, acredito, essa nova ciência da bioteologia está finalmente provendo"
Aprenderam, Dawkins et caterva?
5. Outro ponto digno de nota é a diferenciação que ele faz do sentimento espiritual do sentimento religioso, duas coisas totalmente distintas e estanques entre si, muito embora amiúde secantes e comunicantes. O primeiro é o sentimento de comungar com a divindade sem estar preso a um determinado ritualismo religioso, e o segundo, como podem imaginar, é o sentimento ritualísitico religioso. Ele afirma, com razão, que o perigo de existirem fanáticos religiosos está mais centrada neste segundo grupo. Isso me fez lembrar as considerações expendidas pelo Prof. Masanobu em seu Caminho de Paz pela Fé em relação aos fundamentalistas...
6. Falando em Dawkins, bom, este post está bem grandinho, não? Vamos abrir um novo, aguardem, o trecho seguinte suscita várias interpretações e, até uma conclusão assaz interessante...

domingo, 12 de setembro de 2010

A Parte Divina do Cérebro - As Impressões Continuam...

Oi, amigos, tudo em paz? Continuemos aqui com nossa pequena análise da obra de Matthew Alper já informada no post anterior, "A Parte Divina do Cérebro". Li hoje de manhã da pg. 79 até a 115, com as seguintes impressões (cheguei até a anotar alguma coisa, coisa rara de fazer, o que eu não faço pelos meus leitores...):
1. O Autor insinua que a crença em Deus seria um padrão de comportamento, adquirido via genética. Pois bem. Pensando assim, poderíamos intuir que os ateus são uma "aberração genética" assim como os que sofrem de uma doença orgânica digamos, de fundo genético? Em outra parte do livro, o Autor é sincero o bastante (e isso é uma característica louvável dele!) em afirmar que mesmo o mais aferrado dos ateus pelo menos uma vez na vida imaginou uma vida espiritual...
2. Continuando a aberração genética e com o que ele falou antes, um ateu, que assim se admite mediante provas, digamos, inequívocas da existência de Deus, pode ser considerado uma mutação genética, digna de, por exemplo, transmitir instintivamente tal comportamento aos seus descendentes? Ou tal comportamente seria recessivo?
3. Continuando ainda no tema "padrões de comportamento", o Autor enumera vários exemplos destes, como, por exemplo, o sorriso, dizendo que em todas as raças do mundo e em todas as situações, o sorriso é sempre igual, é um comportamento padrão humano. Instintivo, pois. Sendo assim, poderia se modificar, mesmo que a base de muito esforço pessoal e humano, a maneira de se sorrir? Outro exemplo que ele dá é o do miado do gato. Poderia o gato (aí sei q seria mais difícil) ser ensinado a produzir outro tipo de som que não fosse o nosso já conhecido e famoso "miaaaauuuu"?
4. Ou seja, o que nosso bravo Alper quer nos provar é que a crença em Deus é tão instintivo em nõs como o sorriso ou o miado do gato, ou seja, acho que o tiro dele saiu pela culatra...
5. Continuando ainda com mais uma indagação comportamental, ou melhor, de padrão comportamental: seria este padrão comportamental a natureza inerente a cada ser, ou o que englobaria cada espécie e a classificaria como pertencente a um determinado grupo de seres?
6. Esta aqui foi triste de engolir, e não tem muito a ver com nosso tema, mas merece comentário: na pg. 86, o Autor nos dá como outro exemplo a música, sendo esta característica única dos seres vivos. Repetirei até as palavras dele: "Nenhuma planta, nenhum inseto, peixe, gato, cachorro ou mesmo chimpanzé usa alguma parte do corpo ou vários materiais para criar uma combinação rítmica de sons". Certo, não? Pois é, eu quase caí nessa, sendo que fui salvo por um passarinho que alegremente cantava lá perto da varanda de casa... que é isso... e as aves, Mr. Alper, and the birds? Nem mesmo uma pequena exceção ou explicação a este fenômeno o Autor fez... isso é o que dá não conhecer as aves canoras de Niterói, porque só aqui, como Gonçalves Dias já recitava e eu coloquei posts atrás, as aves gorjeiam como não gorjeiam por lá...
7. Ainda no exemplo da música, então se somente os seres humanos (meu inexistente Deus, perdoai!) tem a capacidade de "cantar, e cantar e cantar", significa que a música, ontologicamente, tal como Deus, é inexistente?
8. Por último mais uma bela prova da honestidade intelectual de Mr. Alper, razão pela qual mais uma vez renovo a recomendação de ler tal obra. A nota de rodapé constante na pg. 113 derruba todo e qualquer esforço de convercer-nos com sua tese que ele vem tentando bravamente nos convencer ao longo de 300 páginas. Leiam: "Embora ninguém nunca tenha provado que não existe uma realidade espiritual, tal hipótese sem dúvida apoia a possibilidade de que alguma deve de fato existir. [Ora bolas, o que estou fazendo aqui então? Tentando me convencer que Deus não existe através de um mal formulado princípio da incerteza de Heiselberg???] Na verdade, é impossível provar que qualquer força ou ser imaginários não existam [!!!??? E o tal padrão comportamental, e nosso Deus Ganesha chamado Evolução???]. Como, por exemplo, pode alguém provar que invisíveis elefantes cor-de-rosa não existem? Só porque nunca vimos um, isso não prova que eles não existam. Dessa forma, a mera tentativa de refutar a existência de um ser fantástico é um esforço vão. Devemos aceitar o princípio de que o ônus da prova reside na confirmação da existência de alguma coisa, não na de sua não-existência".
9. Resumindo, a velha lógica popperiana do cisne negro. Em outras palavras, Alper nos diz: "queridos leitores, estou escrevendo isso para provar que Deus não existe, ele não passa de um bem elaborado mecanismo para nossa sobrevivência neste mundo cão em que é necessário sobrevivermos pela seleção natural. No entanto, nada do que eu disser aqui pode ser considerado verdade se por acaso alguma coisa ex nihilo, do nada, surgir. Como isso se torna impossível, fica a critério de vocês acreditarem no que eu falo, procurando a vida toda pela existência de Algo, ou não"...
10. Ou seja, bem razão tinha o salmista em afirmar: "Diz o insensato em seu coração: 'não há Deus'"...
11. Amigos, para encerrar o cotejo: meu propósito aqui não é falar mal do livro, que, repito, é muito bom. Graças a ele, por exemplo, descobri que Jung foi quem cunhou um termo tão caro a nós, que se chama inconsciente coletivo. Mas quero apenas criticar seus pressupostos, e isso acredito que estou conseguindo razoavelmente fazer, ainda que minha ignorância leiga no tema me impeça de me exprimir melhor.

A Parte Divina do Cérebro - Primeiras Impressões

Bem amigos, esta semana comecei a retomar o meu ciclo normal de leituras, iniciando pelo livro título deste post, "A Parte Divina do Cérebro", de Matthew Alper, que pretende, em suas três centenas de páginas, nos convencer de que a crença num poder superior nada mais é do que uma artimanha do sistema evolutivo para nos convencer a vivermos a nossa vida sem temor da morte, já que somos a única espécie dentre os viventes e semoventes que têm a noção pré-determinada da morte. Pelo menos foi isso que entendi da apresentação do mesmo.
Bom, eu ainda estou lá pela página 79 ou 80, mas, pelo que li até o momento posso fazer meus pequenos, mas incisivos, comentários...
1. Primeiramente, muito embora o autor não confirme, ele parece ser ateu. Mas seu livro é bem escrito, e de uma honestidade comovente. Honestidade porque o livro parece ser o ápice da busca dele pelo algo divino que está entre nós, e se ele achou este algo divino dentro da matéria, e com a explicação que resumi acima, deverei ao menos respeitar e conhecer este algo, muito embora tenha algumas objeções que seguirei abaixo...
2. Eu ainda não cheguei nesta parte, mais específica, mas, se ele fala na ideia de Deus como uma artimanha do nosso sistema evolutivo, o que isso nos parece? Que, se não existe Deus, existe um Sistema Evolutivo por trás disso, e se há um Sistema Evolutivo por trás disso, existe Deus, nem que Ele se chame Sistema Evolutivo...
3. Além do que, este Sistema Evolutivo (sim, elevemos esta misteriosa entidade schopenhaueriana ao nível "divino") em nada se parece com a imagem do Deus de Bondade, ou, em seichonoiês, no Deus da Verdade, do Bem e do Belo... e, mais, num Deus digno do Velho Testamento, que pouco se importa com a vontade individual de cada ser, e sim, de sua evolução. Evolução e mais nada...
4. Uma Evolução aética, schopenhaueriana, a Vontade da Vida que o filósofo alemão tanto falava e que o Mestre Masaharu Taniguchi insuflou com um conteúdo ético, adjetivando-a de A Grande Vida...
5. Mas voltemos ao texto... Se este Sistema Evolutivo, utilizando do método da Seleção Natural, resolveu "inventar" a figura de um Deus para a única espécie que sabe de antemão da morte (o que, por si só, já é um erro, pois os elefantes também tem tal ciência, tanto que eles sofrem com a perda de um de sua grei, realizando até funerais para os falecidos paquidermes), nos livrando assim da perplexidade de uma vida sem sentido e garantindo uma vida menos sofrida, existencialmente falando, até nossa morte, ou o retorno ao nada, então...
6. Então este Sistema Evolutivo nada mais vem a ser do que um grande manipulador de nossas consciências, voltado somente para os seus interesses e nada mais. E nós aqui, vivemos, choramos, rimos, experimentamos as mais distintas e variadas experiências para um belo dia a morte nos colher e puf!
7. Bingo, descobrimos o nada! E o nada arquitetado pelo Sistema Evolutivo... com conteúdo auto-enganador, e vou explicar o porquê...
8. A tal da seleção natural escolhe os mais fortes e capazes em detrimento dos mais fracos e incapazes. Explico. Girafas com pescoço maior e que tendem a se alimentar melhor das copas de árvores mais frondosas têm mais chances de sobreviver do que suas companheiras mais atarracadas. Assim, o pescoço maior é uma vantagem, até certo ponto consciente, de que o animal que a possui pode, efetivamente, se "vangloriar" para continuar sobrevivendo.
9. E quanto à crença em Deus? É algo que também o homem pode se vangloriar para continuar sobrevivendo, mas com uma diferença: ao contrário do pescoço da girafa, ele não existiria objetivamente. Assim, o tal do Sistema Evolutivo promove o auto-engano, ou seja, a ilusão. Promovendo a ilusão, resta-nos, literalmente, cair na real e nos indagar: o que diabos estamos fazendo aqui, pelo amor de um inexistente Deus?
9. Sim, senhores, fomos durante milênios enganados por um tal de Sistema Evolutivo que queria apenas nossas vidas e esforços para se perpetuar sobre a terra, pouco se importando com nossas dores. Que Deus mais canalha que nos foram arrumar? Sim, porque Deus, ao contrário do que Alper fala, transcendeu a mera palavra escrita, Ele existe e se chama Sistema Evolutivo. E, a julgar pelos até agora conhecidos únicos animais que tem conhecimento da morte, ele bem deve ser os cornos (ou melhor, os marfins) de Ganesha!!!
10. Apenas para terminar: sabiam os senhores que o próximo passo que o Sistema Evolutivo, o Deus com cara de Ganesha, pretende dar é sumir com o nosso dedo mindinho do pé por ser algo da mais pura inutilidade? Ele nos consultou sobre isso? Nada! Apenas vai sumir com ele, e no futuro teremos apenas 18 dedos... pensando bem, ainda bem que inventaram o computador e sua forma de aproveitar todos os dedos das mãos para o teclado, pois, já pensaram? O Grande Deus Sistema Evolutivo Ganesha achar que o nosso dedo mindinho da mão também não tenha a menor função no ser humano? Onde, meu Deus, onde eu conseguiria digitar o A e o Ç...?
11. Resumindo, por mais bela que seja a busca de Alper, se a história do livro convergir para o que até agora narrei, ele não é ateu, apenas considera como seu Deus um Sistema Evolutivo tão canalha e utilitarista que usa a figura de algo inexistente para nos convencer que é existente e transformar nossas vidas em vidas menos ordinárias...
12. Mesmo assim, pelas poucas páginas que li, achei-o mais sincero e humilde que Dawkins, Onfray e Hitchens...
13. Ou seja, queridos, mais um livro que até tenta, mas não me convence a dizer que Deus não existe. Esse até tenta, mas cai numa armadilha engendrada por ele mesmo, e nos apresenta um Deus mais canalha do que nossa vã e benevolente imaginação possa acreditar...
15. E isso que não falei do paradoxo que ele utiliza entre a certeza da ciência e a incerteza de acreditarmos em nossos cinco sentidos...
16. Mas não dá nada, amigos ateus! Vocês ainda têm algumas boas chances. Na minha estante esperam impacientemente "O Futuro de Uma Ilusão" e "O Mal-Estar na Cultura", dois livros de Freud de cabeceira para qualquer ateu! Será que finalmente, Freud explica de maneira convincente a inexistência de Deus? Não, acho que nesse caso nem Freud explica...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Poema de Congratulação Pelo Sesquicentenário da Independência do Brasil - Masaharu Taniguchi

Finalizando esta série de pequenas mas sinceras homenagens ao Brasil, vamos postar o belo poema que o Mestre Masaharu Taniguchi escreveu para homenagear os 150 anos de independência do Brasil, isso lá no longínquo 1972, quando o autor destas linhas existia somente no Mundo da Imagem Verdadeira, sequer era espermátide em seu pai e ainda estava alojado no ovário de sua mãe... quando eu era presidente da Associação Local, eu li umas duas ou três vezes para os adeptos.
Peço aos leitores que comparem esta poesia com a do Olavo Bilac, postada ontem. Não que seja igual, mas tem muitos pontos convergentes. Vamos lá? Para quem quiser saber a fonte, é o livro A Luz Avança Transpondo Fronteiras, de Miyoshi Matsuda, pg. 173:

"De muito longe, saúdo o Brasil,
segunda pátria do povo japonês
Muitos irmãos nossos para aí imigraram
e contribuíram para o progresso desse país.
Um país ideal, jamais visto até hoje em magnanimidade.
Acolhe povos do mundo inteiro, sem discriminação,
integrando-os e oferecendo-lhes uma pátria.
O Brasil é o único país capaz de realizar
o ideal da humanidade, a Federação Mundial dos Povos.
Com área vinte e três vezes maior que o Japão,
com verde a perder de vista,
com riquezas incontáveis nas florestas virgens,
a borracha, o café, o cacau, o algodão, a pimenta etc.
surgem com o esforço dos desbravadores,
em quantidade infinita.
As montanhas que despontam acima do verde,
com inúmeros vales em seus sopés,
abrigam ouro e pedras preciosas de todas as cores.
Reunindo infinitos afluentes de água potável
corre o rio Amazonas por 6.360 quilômetros,
com 3 milhas de largura.
Extraordinária é a generosidade do país,
acolhendo sem distinção povos do mundo inteiro,
lembrando o ideal do Japão quando de sua construção.
Belos, curiosos e incontáveis pássaros
voam nas verdes matas,
cantando em louvor ao sesquicentenário da Independência do Brasil,
fazendo ecoar a sublime sinfonia da Natureza.
Sim, o Brasil é o paraíso terrestre escolhido pela Natureza
que o enfeitou com todas as belezas imagináveis.
O profeta Dom Bosco já anunciava Brasília
como local escolhido por Deus
para instalar a capital e
iniciar o ciclo de prosperidade do Brasil.
Pois, chegou essa hora.
O desenvolvimento da capital
desse gigantesco país
prossegue firme
e nele festejam o sesquicentenário da sua independência.
Contemplando de longe nossa segunda pátria,
Sinto alegria sem fim.
Manifesto, com todas as minhas forças
e de todo o coração,
minhas congratulações ao país mais vituoso do mundo,
reverenciando-o deste longínquo Japão.

Três reverências"

É de emocionar, não é? Notem o fato da segunda pátria do povo japonês. Eu pensava que era mero elogio do Mestre, mas soube depois que o Brasil foi o país que mais recebeu japoneses no exterior.
Vejam as várias (e agora atualíssimas) referências à natureza. Muito lindo, não?
E vocês, o que acham? Aguardo comentários!

Oração Para Manifestação da Imagem Verdadeira do Brasil

E, claro, não poderíamos encerrar esta Cerimônia de Purificação da Mente sem antes recitarmos, todos juntos, a Oração Para Manifestação da Imagem Verdadeira do Brasil. Todos em posição de oração, por gentileza, por gentileza:

"Neste momento, fluem do mundo da Imagem Verdadeira a infinita Sabedoria e o infinito Amor de Deus. Através destas infinitas forças o Brasil se torna tão perfeito quanto já o é no mundo da Imagem Verdadeira. Deus, Muito Obrigado!"

Vamos fazer esta oração duas vezes, como manda o ritual, imaginando que nosso país já está manifestando toda a sua perfeição que lhe é inerente!
Muito obrigado!

Alguns Comentários

1. Quando liguei uma coisa na outra, logo me emocionei: vejam se todas as estrofes se equivalem a colocar no papel tudo o que de ruim existe no país para, na última estrofe, reafirmar a "perfeição" da Imagem Verdadeira do Brasil?
2. Os comentários no link do You Tube classificam esta música como se fosse o Hino Nacional Brasileiro. Eu não chegaria a tanto, muito embora reconheça a beleza da música. Mas que ela resume muito bem a natureza de uma Cerimônia de Purificação da Mente, ah, resume!
3. Para quem não sabe, essa Cerimônia funciona, individualmente, da seguinte forma: você coloca num papel tudo o que de ruim está acontecendo na tua vida, as injustiças e as tristezas que você está passando e que outras pessoas estão fazendo contigo. Aí, este papel em que você colocou tudo de negativo que existe é queimado numa cerimônia onde é lida a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade. Serve como um bom desabafo, e alivia muito, aliás, sendo ela bem feita...
4. E, nesta música o Renato Russo vem narrando todas as coisas ruins que acontece no Brasil para no final "celebrar a estupidez de quem cantou esta canção", ou seja, negar tudo aquilo que escreveu antes. Ou seja, na parte final ele "nega" tudo aquilo, dizendo que está "tudo morto e enterrado agora"... e finaliza com uma bela mensagem de que "nosso futuro recomeça"...
5. É ou não é uma bela mensagem para refletirmos neste Sete de Setembro?

A Purificação da Mente do Brasil

Salve salve, brava gente brasileira! Longe vá temor servil! Ou ficar a Pátria livre ou morrer sem feriado!!! Neste belo dia, que meteorologicamente contraria todas as vãs expectativas de um dia chuvoso, que tal fazermos algumas reflexões sobre o nosso Brasil brasileiro, nosso mulato inzoneiro?
Sim, amigos, vou cantar-te nos meus versos, nos meus, não, reconheço humildemente a genialidade de Renato Russo e sua Legião Urbana, que, em mui feliz composição, e creio que sem conhecer a Seicho-No-Ie, compôs a mais bela Purificação da Mente coletiva que já ouvimos, que vem a ser a música Perfeição. Leiam os versos dela, acessem o link do clip e vejam comigo se esta música é ou não é uma bela Cerimônia de Purificação da Mente, no caso a Mente Coletiva. É para escutar fazendo a sutra, inclusive!
Leiam:

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E sequestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...

O link para acessar o clip é: http://www.youtube.com/watch?v=UueCjRrQLM4&ob=av3n. Vejam e comentem: não é mesmo uma Purificação da Mente?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Canção do Exílio - Gonçalves Dias

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Pátria Minha - Vinícius de Moraes

"A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílioAssistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."

Soneto À Pátria - Olavo Bilac

"Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!
A Natureza, aqui perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que a vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! Jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece.
Criança! Não verás nenhum país como este!
Imita na grandeza a terra em que nasceste!"

Brasil-sil-sil!!!

Povo, amanhã o Brasil completa 188 anos de independência política, o que significa que nosso país tem 188 anos de vida...
Este blog, imbuído de sentimento patriótico, vai publicar aqui alguns dos textos mais bacanas que eu acho sobre o Brasil, textos positivos, bem ao estilo da SNI... Primeiramente, gostaria de começar com o Soneto à Pátria, de Olavo Bilac. Próximo post, por gentileza?

domingo, 5 de setembro de 2010

E Não É Que Deu Certo?

Amigos, confesso: estava receoso em colocar este último blog, pois imaginava que choveriam comentários a respeito de uma possível tentativa minha de menosprezar minha Regional, o que, nem de longe, corresponde à realidade, até porque acredito piamente que este não é um mal que acomete apenas a RJ-Niterói... por exemplo, nossa vizinha RJ-Copacabana, em julho, em 227 palestras nas AL´s daquela Regional (me enviaram a escala de julho), sendo que nenhuma, isso mesmo, NENHUMA foi baseada na VV...
Felizmente isso parece estar mudando, ainda que de forma tímida, lançaram uma campanha de leitura de toda a coleção da Verdade da Vida. Até onde sei, existia um plano de estudo que durava 18 meses, ano e meio para ler todos os volumes da coleção. Leiam o link para conhecer este projeto: http://www.ajsibr.org/ler/index.php?option=com_content&view=article&id=2&Itemid=2...
É isso aí, rapaziada! Conhecendo o pensamento da Verdade da Vida nos aprofundaremos mais, muito mais nesta doutrina maravilhosa!
Muito obrigado!

sábado, 4 de setembro de 2010

Mas, Porém, Todavia, Contudo...

Mas, porém, todavia, contudo... sejamos sinceros... e, neste sentido, conto com a ajuda dos adeptos de outras regionais que não a da minha RJ-Niterói... quantas palestras são dadas baseadas na coletânea "A Verdade da Vida"?
Tive a curiosidade de pesquisar a escala de setembro daqui de Niterói, deixe-me apurar os resultados...
Olhem só... (número de palestras/palestras baseadas em vols. da VV)

Domingo da SNI: 4/0 (o%) (com a agravante da escala vir da Sede Central)
Fraternidade:.... 30/2 (6,6%)
Pomba Branca:.. 76/13 (17,1%) (o melhor resultado em números absolutos)
Jovens:.............. 18/1 (5,5%)
Prosperidade:... 26/6 (23,07%) (o melhor resultado proporcionalmente)
Total:................ 154/22 (14,28%)

Viram só? Nem 15% das palestras são baseadas em volumes da Verdade da Vida. Mas, serei honesto num ponto: não computei palestras baseadas na Humanidade é Isenta de Pecado, o que fará com que este número suba mais um pouco... mas, em volumes isolados, o número é de estarrecer, não acham?
Ainda mais considerando-se, como diz o art. 2º da Constituição Religiosa da SNI, que trata-se da chave para a compreensão da doutrina.
Neste ponto, abro espaço para mais uma autocrítica: quando fui presidente da AL, mal escalava volumes da VV para estudo. Ao que me lembre, só o volume 11 para o prel. Lício...
Então, o que estamos esperando para lermos mais a Verdade da Vida? Ela é a chave da compreensão da SNI!

Alguns Comentários Iniciais...

Bom, leram? Vejam minhas considerações sobre o tema...
1. Sobre o tal texto espalhado por aí, traduzido por tradutores oficiais, eu obtive uma versão dele e, confesso, não me abalei muito com seu conteúdo. Aliás, a parte que dele tratava em nada bate com a versão apresentada no "ponto de vista"...
2. Mas, mesmo assim, no bojo de todo o documento apresentado pela SNI, concordo em sua grande maioria com ele, e me parece que toda esta campanha difamatória é resquício de uma certa mentalidade "fundamentalista" presente ainda em alguns membros da SNI. Aliás, "falei" disso na minha vigésima palestra, alguns posts atrás (peço que leiam a segunda parte da palestra, extraído de "Caminho de Paz Pela Fé"). O que se pretende fazer com a SNI é um resquício de fundamentalismo que, infelizmente, não atinge apenas a SNI. Vamos tomar como exemplo a Igreja Católica Apostólica Brasileira, que, não concordando com as diretrizes tomadas por sua congênere romana, ainda celebra missas em latim... mas, enfim...
3. Lembrem-se do que eu disse lá em cima? Concordo em sua "grande maioria", o que significa que alguma coisa eu acabei "concordando" com eles. Mas, o quê? Aí é que tá...

Do Ponto de Vista da SNI

Olá, amigos! Sem um bom livro a resenhar ou preceitos a comentar, este blogueiro volta à sua programação normal, comentando aspectos de nossa querida SNI... desta vez, temo mexer em casa de marimbondo, mas, com uma pequena observação a fazer, na forma de crítica e, porque não, autocrítica.
Inicialmente, peço que os caros leitores deste blogueiro acessem o link abaixo e leiam, atenciosamente, a despeito das 19 longas laudas, o seguinte ponto de vista da SNI, está em seu site, leiam: http://www.sni.org.br/pontodevista/versoes/doc_original_03_09.pdf. Aguardo a leitura de vocês para comentar alguns aspectos do mesmo no próximo post, e, em especial, uma conclusão interessante a que cheguei...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Palestras da Semana da Paz

PALESTRA – SEMANA DA PAZ – 01.09.10
1A PALESTRA – O SOL BRILHA A TODO MOMENTO – O PRINCÍPIO DO RELÓGIO DE SOL – PG. 85-103 – MASANOBU TANIGUCHI
O mal não é existência verdadeira
Na Seicho-No-Ie, chamamos de Imagem Verdadeira ou Realidade ao mundo tal qual Deus o fez. E pensamos que, por ser Deus o bem, o amor, a sabedoria infinita (onisciência), a capacidade infinita, Ele fez este mundo utilizando Suas sabedoria e capacidade infinitas, de maneira que todas as criações convivessem mutuamente bem, concretizando assim “um mundo bom”, “um mundo para se amar”. E, portanto, com o pensamento de que a Imagem Verdadeira e a Realidade criadas por Deus sejam o bem no seu todo, declaramos que “a Imagem Verdadeira é unicamente bem”. “Unicamente bem” significa que “não há nada que não seja bom” (...) o que quero dizer aqui é que não é, de modo algum, especial o pensamento de que, num outro lugar distinto deste “mundo material” que tão bem conhecemos, existe um mundo completo, feliz regido por um Ser sagrado como Deus, Buda. Se há algo especial no ensinamento da Seicho-No-Ie (eu não penso que seja especial), seria o fato de pensarmos que tal local denominado céu, mundo de Deus, terra pura ou reino búdico é que é o verdadeiro mundo, e que qualquer outro mundo não seria verdadeiro (existência verdadeira) e não existiria de fato, por não ser uma criação de Deus.
A Imagem Verdadeira do mundo é unicamente bem. No entanto, mesmo compreendendo isso por lógica ou suposição, poucas são as pessoas que, ao rever a própria vida, possam afirmar categoricamente “Realmente, no mundo existe unicamente o bem” (...) Significaria isso que Deus tenha feito, além da coisas boas, também as ruins?
Se a resposta a esta pergunta for afirmativa, então será preciso responder às seguintes perguntas:
Pergunta: Se Deus criou o mal, não seria errado afirmar que “Deus é bom”?
Resposta: Deus é bem, mas Ele utiliza o mal como um meio ou método para buscar a realização de um bem ainda maior.
Pergunta: Se Deus criou o mal, ainda que seja para utilizá-lo como um meio ou método, o mal seria algo necessário para Deus e para o mundo. Sendo assim, aniquilar o mal implicaria contrariar a vontade de Deus e, consequentemente, o homem não deveria rejeitar ou tentar eliminar o mal.
Resposta: O bem consiste em o homem buscar o bem e desejar aniquilar o mal. Justamente para conduzir e extrair o bem é que existe o mal.
Pergunta: Se assim for, ao destruir o mal, deixará de existir a oportunidade para o bem se manifestar. Então, tentar extinguir o mal estaria de fato contra a vontade de Deus?
Resposta: Tentar extinguir o mal está de acordo com a vontade de Deus, mas aniquilar totalmente o mal não o está.
Pergunta: Tentar extingui-lo sabendo que não deve aniquilá-lo totalmente? O homem não seria capaz disso.
Resposta: O mal não desaparecerá, por mais que o homem assim deseje e se esforce para tal. Portanto, o esforço para tentar extinguir o mal continuará eternamente. Com isso, o bem também continuará eternamente.
Pergunta: Não seria o contrário disso? Deus, sendo onipotente, não deveria conduzir a bondade do homem através do mal, mas sim, desde o princípio, criar um mundo monístico do bem. Se o bem somente se concretiza criando o mal e mantendo sob sofrimento as Suas criaturas, inclusive o homem, então não se pode dizer que Deus seja onipotente. E também: o pensamento de que o bem se realiza submetendo as criaturas ao sofrimento não difere muito de sadismo.
Resposta: Deus é um Ser que está acima da nossa compreensão. O verdadeiro bem, a vontade de Deus não estão ao alcance do pensamento humano. Não nos é permitido tecer críticas através da nossa limitada inteligência humana.
A discussão acerca de “Por que existe o mal, se existe Deus?” segue, desta forma, interminável (...) Por outro lado, passa a ser necessário respondermos à pergunta : “Onde está o tal mundo em que existe unicamente o bem?. E a resposta é “Está aqui e agora”.
Certamente, muitos não se sentirão satisfeitos com essa resposta. Lançarão indagações dizendo “Aqui, onde?”, apontarão diversos fenômenos ruins deste mundo material e dirão: “Chama isto de bem? E aquilo, é bem?”. A resposta para isso seria: “O mundo verdadeiramente existente transcende os sentidos do homem”. Em outras palavras, “O mundo que o homem chama de mundo real não existe de verdade, pois é um mundo projetado na mente humana”. No meio religioso se diz que “o mundo é reflexo da mente” ou que “o mundo fenomênico é manifestação da mente. Este é o pensamento de quem segue alguma corrente budista, principalmente.
O mundo material criado pela mente
Na parte I, discorri que o mundo que acreditamos que “esteja aqui”, com base nos nossos sentidos, é na verdade “criado pela nossa mente”, num duplo sentido. Primeiramente, os órgãos sensoriais efetivam a percepção, e em seguida, através da mente, é dado significado a uma parte desta informação captada. Utilizando termos da Psicologia, aquilo que foi percebido passa a ser reconhecido de forma seletiva1. Ou seja, o mundo que conhecemos como real não é a realidade no sentido original da palavra – um fato ou uma situação atualmente existente como fato (dicionário Daijirin) – , e sim uma obra mental que (1) passou pela percepção dos sentidos e (2) foi selecionada pela mente e ganhou significado. Em outras palavras, “o mundo concreto ganha forma conforme a percepção e a mente do homem”. Mesmo que se note a existência do mal neste mundo concreto, isso não passa de parte da obra mental. Por isso, na primeira parte do livro defini o mal da seguinte forma: o que chamamos de mal não existe como substância, ou, antes, é projeção exterior da força de negação (sentimento de rejeição) que surgiu na mente de quem está avaliando (...) trata-se de uma falsa impressão: apesar de ter sido gerada internamente na própria mente, buscou-se a causa no exterior e chegou-se à conclusão de que “ali está”. (...) o mal é algo incerto que não se sabe se existe ou não (...) e também o mal, por ser produto da subjetividade do homem, não se trata de criação de Deus. O que não foi criado por Deus não existe no mundo verdadeiro (Imagem Verdadeira). Portanto, o mal não existe (...) Na Seicho-No-Ie, pensamos que, ao reconhecer e manter firme na mente o aspecto luminoso da vida, a verdade, o bem e o belo, que já existem na Imagem Verdadeira (mundo verdadeiro), eles são naturalmente projetados neste mundo (mundo criado pela mente).
Contrariamente a isso, o mundo tem praticado amplamente um modo de vida no qual se concentram as atenções no lado obscuro e negativo do mundo material, gravando-o profundamente na mente.2 (...) assim como já foi dito, o mal é manifestação exterior do sentimento de rejeição gerado na mente das pessoas e, portanto, conforme o modo de pensar e de entender a questão, a intensidade do mal será diferente, podendo até vir a se tornar um bem.
O pensamento necessário para viver segundo o Princípio do Relógio de Sol
Conforme expliquei detalhadamente na primeira parte, o Princípio do Relógio de Sol é o modo de viver que ajusta o foco da nossa mente ao aspecto alegre da vida (...) Por isso, é muito importante não apenas pregar a teoria e o princípio, mas agir concretamente na vida cotidiana (...) para gravar fortemente algo na mente, é mais eficaz o método de se movimentar – pegar uma caneta, abrir um caderno ou um diário e registrar por escrito – do que simplesmente reter na mente. Se puder registrar isso em forma de romance, peça teatral ou blog, será possível transmitir a alegria da vida para muitas outras pessoas (...) Que tal o leitor registrar seus momentos optando por uma área do seu intersse, ou área em que se sente especialmente hábil? Contudo, há algo que deve ser lembrado nessa prática. É o fato de que o Princípio do Relógio de Sol não se trata de simplesmente ignorar o mal ou esconder a sujeira debaixo do tapete. O Princípio do Relógio de Sol é uma prática de vida baseada em duas premissas religiosas (ensinamentos): da “Imagem Verdadeira da existência única de Deus” e de que “Este mundo é manifestação da mente” (...) O Princípio do Relógio de Sol não é uma fuga do mal, mas vislumbra o bem no âmago daquilo que aparenta ser mal; Sendo o mal um estado negativo em que o bem não está plenamente exteriorizado, e por saber que por trás dele existe o bem, não surge o temor que nos faria desviar os olhos. Não é a existência ativa chamada mal que existe ali apenas aparenta ser mal a falta de existência do bem. Assim como não existe uma substância chamada escuridão, apenas enxergamos como tal a ausência de luz. A solução para eliminar a escuridão não é desviar os olhos dela, mas retirar aquilo que está encobrindo a luz, e deixá-la brilhar.
Vamos praticar o Princípio do Relógio de Sol
Não há uma “forma” previamente determinada para ver somente os aspectos iluminados da vida. Assim como há infinitas variações para o modo de elogiar as pessoas, há também infinitas maneiras de elogiar a vida. Se o presente livro conseguir aclarar parte dessas variações, isso representará, para mim, uma alegria sem igual.
2A PALESTRA – AS LIÇÕES DA NATUREZA – CAMINHO DE PAZ PELA FÉ – PG. 53-56 MASANOBU TANIGUCHI
Assim como o prof. Seicho Taniguchi tem demonstrado diversas vezes, a Seicho-No-Ie não adota a postura fundamentalista. Sem a premissa “A Verdade pode ser expressa em palavras na medida exata, ao pé da letra”, é impossível estabelecer o fundamentalismo. Pois, sem isso, não se pode reconhecer cada palavra, cada frase do livro sagrado como sendo a Verdade. Entretanto, é possível expressar a Verdade de infinitas formas, e vieram sendo usadas diversas formas de expressá-la, de acordo com o tempo e o local em que foi pregada. Expressando isso em outras palavras, significa que, em outro tempo, outro local e outra pessoa, a mesma Verdade será expressada de outras formas. Em suma, as palavras, em si, não conseguem expressar a Verdade de modo perfeito. É o mesmo pensamento do zen-budismo que diz furyomonji (é impossível expressar a Verdade por meio de palavras escritas ou faladas, só sendo possíel transmiti-la de mente para mente).
Mas, infelizmente, na Seicho-No-Ie também parece haver pessoas que pensam de modo fundamentalista. Penso que isso ocorre em todas as religiões, e eu também recebo, de vez em quando, cartas de pessoas que pensam de modo fundamentalista. São cartas de advertência, do seguinte teor: “O mestre Masaharu Taniguchi escreveu tal coisa em tal lugar, e a Seicho-No-Ie precisa colocar isso em prática agora. No entanto, você não o está colocando em prática. É falta de estudo”. Entretanto, esse modo simplista de pensar não é suficiente a um movimento religioso.
Na Natureza há mudanças, mas essa mudanças seguem uma linha lógica, e o nosso movimento também – como toda atividade vital – vai se desenvolvendo, mantendo aquilo que é imutável dentro das mudanças. Esta é a imagem da Natureza. Há pouco, o diretor presidente disse “Hoje é a 17a comemoração da sucessão da Suprema Presidência da Seicho-No-Ie”, mas penso que muitas pessoas estejam se lembrando das palavras ditas pelo prof. Seicho Taniguchi na ocasião em que ele assumiu a Suprema Presidência, neste mesmo local, Kensaiden3 do Templo Matriz: “Não vou repetir, tal e qual, tudo aquilo que o mestre Masaharu Taniguchi escreveu e disse”. Este é o pensamento da Seicho-No-Ie. Isso é necessário para que a Seicho-No-Ie não caia no fundamentalismo. E eu, que estou sucedendo os ensinamentos do Supremo-Presidente, também pretendo manter esta posição.
A Verdade desenvolve-se dentro das circunstâncias de constantes transformações, de um modo que corresponda a essas mudanças. O nosso Movimento também é assim, como também são os órgãos de divulgação. Há pouco, comentou-se sobre a internet. Se não der tempo de divulgar algo em revistas mensais, pode-se usar outros meios, sem qualquer inconveniência. É infundado pensar “O mestre Masaharu Taniguchi divulgou a Verdade usando as revistas mensais e, portanto, não se deve editar um jornal diário. Usar a internet, então, é inadmissível”.
Tendo como oportunidade a data de hoje, renovo o desejo de ir colocando em prática a nossa missão de filho de Deus, entendendo e comprovando os ensinamentos da Natureza: “Expressar algo passando por constantes transformações” e “So quando houver diversidade, esse algo se aproxima da expressão do mundo da Imagem Verdadeira”. Desejo que os senhores também vivifiquem cada qual a posição que ocupam agora e desenvolvam um Movimento de Iluminação diversificado.
1No livro “Quem Somos Nós” aparece um dado interessante: “Consideremos que só temos consciência de 2 mil bits de informação em 400 bilhões de bits de informação que processamos por segundo... como podemos saber tudo sobre todas as coisas que ignoramos?”
2O próprio Mestre Masaharu Taniguchi já alertava contra isso no volume 17 da Verdade da Vida, pg. 41: “A Seicho-No-Ie surgiu para enaltecer e louvar a humanidade, justamente porque no mundo atual proliferam palavras negativas a respeito do ser humano. Os jornais noticiam com sensacionalismo os casos de homicídio, agressão, assalto etc., porém, quando se trata de uma boa ação praticada por alguém, cita-a apenas em poucas linhas. Em geral, os meios de comunicação dão destaque a más notícias, esquecendo-se de divulgar palavras positivas. Isso equivale a conduzir a humanidade para a treva, pelo poder das palavras negativas. Foi com o intuito de combater energicamente tal tendência que surgiu o Movimento de Iluminação da Humanidade, da Seicho-No-Ie”. Compare este trecho com o prefácio do livro do professor Masanobu, em especial pg. 10.
3Kensaiden Refere-se ao santuário Chingo Kokka Shutsu Ryugu Kensaiden construído no Templo Matriz da Seicho-No-Ie e inaugurado no dia 21 de novembro de 1978.
PS.: Para encerrar a palestra, li, ao final, a belíssima Oração para Contemplar as Graças de Deus nas Obras da Natureza, do livro "Orações Diárias", pg. 78-83, do mesmo professor Masanobu Taniguchi, a qual recomendo enfaticamente a leitura, por se tratar de feliz síntese destas duas palestras.