quarta-feira, 20 de julho de 2011

Da Trigésima Sétima Palestra

E voltei a dar palestra lá na Fraternidade de Icaraí, segunda-feira passada, tema: os três primeiros capítulos de Abrindo O Canal Da Provisão Infinita. Como não existe uma divisão de capítulos no referido livro, peguei um especificamente e dei a palestra. O capítulo? Olha ele aí!

PALESTRA – 18.07.11 – ABRINDO O CANAL DA PROVISÃO INFINITA – CAMINHO PARA OBTER A PROVISÃO INFINITA – PGS. 61/73

A fé verdadeira não objetiva a obtenção de bens materiais

Na Revelação Divina de 10 de abril de 1932 da Seicho-No-Ie, Deus afirma:
“Eu vim, não por causa da matéria, mas da vida; não por causa da carne, mas do espírito. São poucos os que compreendem isso. Aquele que, com a mente sujeita à mudança das condições materiais, aumenta a fé quando os bens materiais aumentam e perde a fé quando eles diminuem, ou louva a Deus quando o corpo se torna saudável e descrê dEle quando alguém da família adoece, está acreditando na matéria, e não em Deus. A matéria é algo que acaba se alterando; portanto, a fé embasada em graças materiais se desmorona conforme as alterações da matéria.”
Essa Revelação começa com a afirmação categórica: “Eu vim, não por causa da matéria”. No entanto, existem muitas pessoas que procuram a Seicho-No-Ie pensando tratar-se de uma religião que proporciona graças terrenas e materiais, porque tomaram conhecimento de muitos casos de pessoas que, passando a frequentar a Seicho-No-Ie, obtiveram graças tais como: cura de uma doença difícil de ser debelada por meio de tratamento médico, harmonia no lar, lucros financeiros etc. No entanto, quem pensa “Recebi graças. Deus seja louvado” ao conseguir bens materiais certamente perderá a fé quando sofrer prejuízo e pensará: “Esta religião não me serve, pois não me proporciona graças”. Quem pensa na graça de Deus ao recuperar a saúde provavelmente perderá a fé quando a saúde declinar. A fé dessas pessoas não é autêntica, pois não está alicerçada na sólida base de conscientização da Verdade, mas na instável base de graças fenomênicas. Todas as coisas fenomênicas são transitórias e um dia acabam se desfazendo e desaparecendo. Por isso, a fé motivada por graças materiais enfraquece mais dia, menos dia. Quem recorre a Deus somente em busca de graças fenomênicas não possui fé verdadeira; não passa de um materialista ganancioso. Recorrer a Deus em busca de coisas materiais é uma atitude que denota o instinto natural do homem primitivo, e não é um ato de fé verdadeira. Tal modo de proceder é comparável a um empreendimento com fins lucrativos. Como disse no início, existem pessoas que procuram a Seicho-No-Ie pensando em obter graças materiais. Esse procedimento não é próprio de quem deseja alcançar a fé verdadeira.

A fé verdadeira consiste no despertar espiritual

Deus revelou que não veio pela matéria, mas pela Vida, pelo Espírito. Ao proporcionar graças ao ser humano, Deus não visa ao favorecimento fenomênico. O que importa a Ele é o grau de aprimoramento que a alma da pessoa alcança com o recebimento de graças. É esse o significado da Revelação acima mencionada.
Mesmo que alguém receba como graça fenomênica uma soma de 10 milhões de ienes, não poderá levar essa fortuna quando morrer. Deus sabe que não adianta conceder-nos coisas que não duram eternamente e, por isso, deseja proporcionar-nos algo que permanecerá conosco mesmo quando morrermos. Que graça é essa que poderemos manter conosco mesmo após a nossa morte? É o acúmulo de méritos estritamente ligados à alma – ou seja, o aprimoramento espiritual. O aprimoramento espiritual é o maior tesouro do ser humano. Qualquer que seja a outra graça obtida, não é tão importante. No íntimo, todos sabem disso, e por isso, desde os tempos antigos, as pessoas menosprezam quem é muito apegado aos bens materiais, tachando-o de avaro, ganancioso etc. Está latente no ser humano a consciência de que não é digno nem correto apegar-se às coisas materiais.
As pessoas ficam envergonhadas ou ofendidas ao serem tachadas de avarentas ou gananciosas. No entanto, a maioria deseja ganhar dinheiro. Sem dúvida, os bens materiais e a saúde são necessários ao ser humano. Os recursos materiais são necessários para que o ser humano possa cuidar do “instrumento” chamado corpo carnal, conseguir lugar para morar etc. Portanto, não há nada de errado em obter recursos materiais na medida adequada, pelos meios lícitos. Errado é valer-se de meios ilícitos para conseguir o que deseja ou ter a atitude mental mesquinha de colocar uma moedinha de 10 ienes na caixa de doação de um templo e esperar um retorno de 100 mil ienes. Se alguém rezar diante do altar com essa intenção trapaceira, será impossível sintonizar com as vibrações espirituais de Deus.
Ao ver um homem colocar uma moeda de 10 ienes na caixa de doação de um templo e rezar pedindo a graça de obter 100 mil ienes, com certeza Deus pensará: “Que atitude mesquinha!”. É óbvio que Ele não considerará digno um devoto que age dessa forma.
Deus nos adverte que não devemos cultivar a fé tendo como base a intenção de obter graças materiais. Talvez alguém pergunte: “Então, o certo é viver pobre?”. Obviamente, a resposta é “não”. A pobreza não é o estado natural do ser humano; por isso, o homem não deve buscar a vida de pobreza. Deus é a fonte de riqueza, e o homem, sendo filho de Deus, é próspero por natureza. Em outras palavras, na Imagem Verdadeira, o ser humano é dotado de riqueza infinita. Não é certo manifestar o aspecto de pobreza, porque isso significa estar projetando a “sombra” de uma atitude mental que não está em conformidade com a Imagem Verdadeira. Com exceção de pessoas de alma pura como São Francisco de Assis, as que vivem na pobreza geralmente possuem tendência gananciosa. Muitos dos pobres são mesquinhos e justamente por isso permanecem na pobreza. Existem também os que reivindicam um determinado salário e teimam em não trabalhar por menos, e, por causa disso, não conseguem sair da pobreza. É preciso partir de um pensamento nobre e positivo: “Quero realizar algo útil às pessoas, mesmo gratuitamente”. Esse espírito de doação é espírito de uma pessoa verdadeiramente rica, pois baseia-se na conscientização de estar na condição de doar. Quem é rico em espírito torna-se rico também no plano fenomênico.
Quando a pessoa manifesta em atos a postura mental de realizar algo útil aos outros, surgem naturalmente recursos necessários para essa finalidade. Portanto, mesmo que alguém perca o emprego, logo encontrará o outro se tiver essa disposição mental. Existem muitas oportunidades de trabalho, mas faltam empregos para as pessoas que se recusam a trabalhar se não for aceita a sua pretensão salarial.

Relato de experiência da sra. Morotake

Por ocasião do Seminário da Seicho-No-Ie realizado em 10 de dezembro de 1958 no salão da Loja de Departamentos Taiyo, na cidade de Kumamoto, foi apresentado o seguinte relato de experiência da sra. Kazuko Morotake, moradora dessa cidade. Quando o marido dela perdeu o emprego, o casal resolveu fazer gratuitamente a varrição de algumas ruas; como consequência disso, o marido da sra. Morotake conseguiu um emprego ideal para ele. Leia na íntegra o relato da sra. Kazuko Morotake:
Faz quatro anos que viemos morar aqui em Kumamoto. Algum tempo depois que mudamos para cá, surgiu um problema inesperado: por causa de uma situação de desarmonia, a firma em que meu marido trabalhava acabou fechando e ele ficou desempregado. Não tínhamos parentes nem velhos conhecidos nesta cidade, mas felizmente pudemos contar com a colaboração dos adeptos da Seicho-No-Ie, principalmente dos professores Hirai e Goshi, e, meses depois, meu marido conseguiu emprego numa excelente firma. Porém, durante os nove meses em que meu marido ficou desempregado, tanto ele como eu vivíamos tensos e irritados e brigávamos muito. Meu marido chegou a me dizer: “Não podemos continuar assim. Eu fico aqui com o filho mais velho, e você vai para a casa de sua família levando o mais novo”. Meus pais já haviam morrido, e eu só tinha uma irmã na minha terra natal. Essa irmã se colocou à disposição para vir buscar a mim e ao meu filho mais novo. Mas eu pensei: “Antes de me decidir, vou pedir orientação espiritual a um professor da Seicho-No-Ie”, e então tive a feliz oportunidade de contar com a ajuda da esposa do prof. Goshi, que é uma das dirigentes da Associação Pomba Branca desta cidade. Graças a ela, meu marido e eu pudemos receber a orientação do prof. Hirai.
Contei a ele o problema que estávamos enfrentando e também falei sobre certos fatos que me preocupavam: meu pai se casara em segundas núpcias, e, quando ele faleceu, a minha madrasta – a “mãe sucessora”, conforme os ensinamentos da Seicho-No-Ie – deixou os restos mortais (ossos) dele no templo, fez uma doação de 10 mil ienes para que fosse efetuado o culto perpétuo e depois nunca mais deu notícias. Eu, como filha, vinha sentindo peso na consciência por não ter cumprido o meu dever filial, isto é, não ter ido buscar os ossos de meu pai para colocá-los no túmulo. Meu marido e eu expusemos todos os problemas que nos afligiam, e o professor orientou-nos demoradamente, numa sessão que começou às 7 horas da noite e terminou por volta das 2 horas da madrugada.
Na manhã seguinte, acordamos às 5 horas e começamos a varrer as ruas. O prof. Hirai nos dissera: “Enquanto varrem, entoem repetidas vezes a frase 'Existem somente o bem e a prosperidae', com bastante fé”. Por isso, varremos as ruas entoando essas palavras. Era a única coisa que restava fazer, pois já havíamos lido os livros da Seicho-No-Ie, entoávamos com frequência a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade e praticávamos assiduamente a Meditação Shinsokan. Por isso, empenhamo-nos em agir conforme a orientação do prof. Hirai: varrer as ruas entoando “Existem somente o bem e a prosperidade”, a fim de acumular virtudes. Ao varrermos as ruas, estávamos, na verdade, “varrendo” a nossa própria mente. Na região onde fazíamos a varrição havia muitas ladeiras. Para varrer uma das ruas, cujo declive era particularmente acentuado, chegávamos a gastar cerca de vinte e cinco minutos. Meu marido e eu íamos varrendo sem parar de entoar: “Existem somente o bem e a prosperidade. Obrigado, obrigado”. Ao cabo de algum tempo, ficamos com bolhas nas mãos. Os vizinhos pareciam pensar que nós havíamos ficado malucos. Certo dia, ouvimos alguém comentar: “Aquele casal frequenta a Seicho-No-Ie, mas o marido está desempregado. Isso significa que os adeptos da Seicho-No-Ie também perdem o emprego”. Tanto o meu marido com eu ficamos muito sentidos com esse comentário. Eu pensei: “Desculpem-nos, prof. Taniguchi e adeptos da Seicho-No-Ie, por termos agido de modo a provocar comentários negativos dos outros. Mas não se preocupem, pois já nos reerguemos e prosseguiremos praticando a fé”. Assim, continuamos nos dedicando todos os dias à limpeza das ruas.
Ao ler um dos volumes de A Verdade da Vida, deparei com um trecho no qual o prof. Taniguchi diz que um dos meios para que uma pessoa desempregada consiga emprego é “ter a disposição de efetuar um trabalho que seja útil a maior número possível de pessoas”2. E no volume 5 de A Verdade consta um conto de Andersen cujos personagens principais são um casal de velhos.3 O resumo do conto é: a velha esposa confiava inteiramente no marido, apoiava-o sempre dizendo “O meu velho não erra nunca”, e por fim o casal acabou ficando rico. Resolvi adotar como lema a convicção da velha esposa desse conto. Escrevi a frase “Meu marido não erra nunca” em várias folhas de papel e colei-as em toda parte da casa: cozinha, sala, corredor e até no banheiro.
Prosseguimos no trabalho de varrer as ruas, com a convicção: “Temos feito tudo o que nos cabe fazer. Quanto ao resto, deixamos a critério de Deus”. Na tarde do quinto dia, uma senhora da vizinhança aproximou-se de mim e disse:
– Obrigada por varrer as ruas todos os dias.
– Eu é que lhe agradeço pela atenção – respondi.
Após pensar um pouco, a senhora falou:
– Talvez eu esteja sendo intrometida, mas não gostaria de trabalhar numa empresa?
– Oh, claro que gostaria! Se houver um lugar que aceite pessoas como eu, por favor, me apresente. Ficarei muito grata.
– Existe uma vaga na empresa onde minha irmã trabalha. É uma fábrica de produtos alimentícios, pequena, mas sólida. Para falar a verdade, é um pouco longe daqui, pois fica em Motoyama.
Para mim a distância não importava. Nessa época, meu marido ia todos os dias ao centro de triagem de trabalhadores diaristas, mas custava a ser escolhido. Naquele dia, ele fora escolhido para trabalhar numa loja de instalação de cartazes. Foi na ausência dele que conversei com essa senhora e recebi essa proposta de trabalho. Ela disse:
– Então, prepare o seu currículo. Posso levá-la à firma amanhã de manhã.
Como já disse, naquele dia meu marido saíra cedo para trabalhar na instalação de um cartaz. Essas firmas de colocação de cartazes dão aos trabalhadores temporários os pedaços de madeira que sobram. Assim, ao terminar o trabalho, já ao anoitecer, meu marido voltou para casa carregando nas costas uma grande quantidade de pedaços de madeira.
Eu, que havia recebido uma proposta de trabalho por meio de uma senhora da vizinhança, aguardava feliz e ansiosa a volta do meu marido, para contar-lhe a novidade. Era noite de lua cheia e, ao olhar para fora, avistei meu marido chegando com pesado fardo nas costas. Entrou em casa com passos trôpegos e disse que caminharia oito quilômetros pronunciando “Muito obrigado, muito obrigado”. Fiquei tão comovida que me ajoelhei diante dele e o reverenciei. Anteriormente, ele sempre ocupara cargo de direção e nunca havia feito trabalhos pesados. No entanto, nesse dia, depois de ter trabalhado até tarde na instalação de um cartaz, caminhou oito quilômetros carregando um pesado fardo de pedaços de madeira para serem aproveitados como lenha. Ele fez isso por amor a mim; o amor o imbuiu de uma grande força. Ele me contou, satisfeito, que recebera 350 ienes pelo trabalho desse dia, o que era um ganho acima do estabelecido para a tarefa. Eu também fiquei muito contente e disse:
– Que bom, querido! Você é maravilhoso! Talvez suas irmãs fiquem decepcionadas se souberem que você se tornou um trabalhador diarista e faz serviços pesados. Mas eu o admiro por isso, e agora há pouco, quando vi você chegando sob o luar, com o pesado fardo nas costas, sua imagem me pareceu divina e não pude deixar de reverenciá-lo.
Meu marido disse, emocionado e um pouco encabulado:
– Puxa! É bom saber isso. Quanto aos 350 ienes que ganhei hoje, resolvi usá-los para comprar arroz.
Contei-lhe, então, a novidade:
– Querido, tenho uma boa notícia. Uma senhora que mora perto daqui disse que tem um serviço adequado para mim na fábrica onde a irmã dela trabalha, e sugeriu que me apresentasse à empresa. Parece que é para trabalhar na seção de embalagens. Gostaria de saber a sua opinião.
– Para ser franco, não me agrada muito a ideia de minha mulher ter de trabalhar fora. Mas, na situação atual, não importa se me agrada ou não. Aceite a proposta, se você quiser.
– Prometi apresentar-me amanhã cedo, às 8 horas. Você poderia ir comigo.
Preparei o meu currículo essa noite.
Mas, ao acordar na manhã seguinte, por volta das 6 horas, senti uma dor de cabeça muito forte e nem consegui me levantar.
Meu marido, que tinha acordado antes, me chamou:
– Não está na hora de se levantar? Justo hoje você dormiu demais.
– Não é isso, querido. Estou com uma terrível dor de cabeça, sinto-me tão mal que não consigo me levantar. É uma dor horrível.
Preocupado, meu marido perguntou se eu tinha preparado o meu currículo, e eu respondi que sim. Então, ele disse:
– Eu vou a essa empresa para entregá-lo.
Foi Deus quem fez com que esses fatos acontecessem. Esse é o ponto principal do meu relato. Na verdade, tudo transcorria conforme a orientação de Deus. Até mesmo o fato de eu ficar acamada gemendo de dor de cabeça foi para o nosso bem. Se tivesse percebido isso, teria me sentido grata. Mas, naquela hora eu não compreendi isso e lamentei o sucedido.
Meu marido se apresentou à referida firma e, para sua surpresa, foi recebido pelo dono da fábrica.
Após cumprimentá-lo, meu marido explicou.
– Minha mulher tinha uma entrevista marcada para hoje, a fim de se candidatar a uma vaga nesta firma, mas acordou com cefaleia muito forte e ficou muito acamada. Na impossibilidade de ela comparecer, eu trouxe o currículo dela.
O dono da fábrica disse:
– Lamento que sua esposa tenha adoecido. A propósito, o que é que o senhor faz?
– No momento, estou desempregado – respondeu meu marido.
– Um pai de família desempregado? Isso não é bom – disse o outro – Talvez o senhor queira trabalhar para nós. Acabamos de comprar um carro para ser usado como veículo de propaganda e estamos procurando alguém para trabalhar nele. Já recebemos sete ou oito currículos de candidatos, mas, se o senhor se interessar, poderá nos apresentar o seu. O senhor parece ter a idade adequada para o cargo.
Diante dessa proposta inesperada, meu marido entregou o meu currículo, voltou apressado para casa e me disse:
– Agora sou eu quem precisa preparar o currículo.
Dizendo que era necessário purificar-se antes de começar a preparar o seu currículo, ele entoou a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade e fez várias práticas de purificação. Disse também que não se deve redigir um currículo com disposição mental pessimista, mas sim como alegria e gratidão, pois o estado mental do candidato pode ser percebido na redação. Ele chegou a cantar durante cerca de dez minutos o hino Arigato-san. Certo de que a sua vida futura dependia desse currículo, e com fé nos ensinamentos do prof. Taniguchi, meu marido preparou o currículo com sentimento de amor, alegria e entusiasmo e levou-o para a empresa. Dois ou três dias depois, ele foi fazer o teste. Após a primeira “peneirada”, sobraram três candidatos, e no final meu marido foi o escolhido.
Meu marido está nesse emprego há um ano e oito meses, e dizem que as vendas da empresa duplicaram depois que ele começou a fazer a propaganda dos seus produtos. Muita gente pergunta-lhe o segredo do seu sucesso. Quem for a nossa casa descobrirá o segredo: numa das paredes, está afixado um papel em que eu escrevi: “Meu marido é o vendedor mais eficiente do Japão”. Até mesmo donos ou gerentes de lojas com fama de serem muito exigentes e implicantes recebem com boa vontade a visita de meu marido e fazem pedidos de mercadorias. O fato é que, depois da admissão de meu marido, a empresa passou a ter maior lucro. Meu marido e eu estamos felizes com isso. Claro que estamos contentes com o salário que a firma nos paga, mas o que nos alegra é a prosperidade da empresa, que se reflete no bem-estar dos empregados.
Recebemos também outra graça. Meu filho mais velho, de 11 anos, sofria de enurese noturna, e eu me preocupava muito com esse problema. Ao ler os livros da Seicho-No-Ie, procurava trechos em que constam explicações sobre este problema e lia-os repetidas vezes. Queria saber quantas vezes por dia eu precisava ler a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade para conseguir a cura da enurese noturna de meu filho. Certo dia, conversei a esse respeito com a sra. Kuranaga, que faz parte da Associação Local a que pertenço. É uma pessoa maravilhosa, possuidora de grande fé. Dizem que, quando ela teve de se retirar da Manchúria em meio à situação caótica do final da Segunda Guerra Mundial, manteve sempre consigo um volume de A Verdade da Vida. Admiro muito a firmeza de sua fé. Pois bem, ela me emprestou esse volume de A Verdade da Vida, o que considerei uma honra para mim. Numa das páginas, o prof. Taniguchi aconselhava os pacientes de tuberculose a não se preocupar com a hemoptise, pois cessa naturalmente. Percebi que poderia aplicar esse conselho ao problema de enurese noturna de meu filho. Assim, escrevi num papel a frase: “A enurese noturna de meu filho vai parar naturalmente. Não há razão para me preocupar tanto”. Durante duas semanas, li essa frase junto com meu filho, todos os dias, e ele obteve a cura. Estamos realmente felizes com essa graça. Temino aqui o meu relato de experiência.

Comentário sobre o relato da sra. Morotake

No relato da sra. Morotake, o ponto que merece especial atenção é o fato de ela e o marido terem se dedicado gratuitamente ao serviço de varrer as ruas visando unicamente à purificação espiritual. Costumo dizer que não há razão para se afligir com a perda de emprego porque existem em toda parte trabalhos a ser feitos. O significado é o seguinte: se a pessoa procurar em torno de si alguma atividade que contribua para o bem do próximo, descobrirá muitos serviços a fazer. A sra. Morotake e o marido não começaram a varrer as ruas esperando ganhar dinheiro com isso. Enquanto varriam, entoavam a frase “Existe somente o bem e a prosperidade” e mantinham a mente repleta de pensamentos positivos, que atraem o bem e a prosperidade.
Como o mundo da realidade fenomênica de cada pessoa é a concretização dos seus pensamentos, a vida do casal Morotake tomou um rumo positivo de acordo com a atitude mental positiva dos dois. Por um desenrolar natural de acontecimentos, primeiramente a sra. Morotake recebeu uma proposta de trabalho, e em seguida, por uma circunstância inesperada, o marido acabou conseguindo um bom emprego. Analisando o relato da sra. Morotake, percebemos que o importante não é agradecer depois de obter os bens, mas sim mentalizar a prosperidade da Imagem Verdadeira e, além de agradecer em pensamento, mostrar o sentimento de gratidão em palavras e atos. Assim procederam o sr. e a sra. Morotake, e a mente deles sintonizou naturalmente com as vibrações do mundo da Imagem Verdadeira, de provisão infinita. Em consequência, a prosperidade do mundo da Imagem Verdadeira manifestou-se no mundo fenomênico.

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