segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

6 - O Preço Do Pecado É A Morte

"Na Seicho-No-Ie sempre me devem meu salário"...
Esta frase é bem pequena, e faz remissão a um trecho bíblico, mais precisamente a Carta aos Romanos, capítulo 6, versículo 23, em que Paulo afirma que "o salário do pecado é a morte". Desconheço se no japonês "preço" e "salário" seriam termos intercambiáveis, mas enfim... o certo é que quando se diz que "o preço do pecado é a morte", se afirma que a consequência de termos o pecado é a morte...
Aí vocês podem coçar a cabeça e perguntar: "Mas, preletor, se a Seicho-No-Ie afirma que não existe pecado, nem doença, nem morte, como que o pecado e a morte podem aparecer aí?"
Boa pergunta. Afinal de contas, se o pecado não existe, a morte também não existe, tudo isso no Mundo da Imagem Verdadeira. E aqui no mundo fenomênico, como é que fica?
No mundo fenomênico o pecado "existe" (como falha/desvio ético/moral/legal) e a morte também "existe" (como cessação dos fenômenos biológicos que sustentam a nossa vida terrena). Se levarmos em consideração que por "morte" podemos entender a cessação de tudo e qualquer atividade, e se considerarmos que a "consciência" do pecado faz com que entremos numa espiral de autopunição, pensemos:

Eu pequei - logo, eu devo me punir - logo, meu corpo deve sofrer isso de alguma maneira simbólica (leiam "Assim se Concretiza o Bem" de Seicho Taniguchi, e vocês entenderão melhor esta questão do símbolo...) - logo, eu fico doente - logo, eu morro.

A dinâmica não necessariamente se dá em relação ao corpo carnal. Também situações do cotidiano são ativadas, tendo como resultado a "morte", ou seja, a "cessação" de alguma atividade. Vejamos:

Eu pequei - logo, eu devo me punir - logo, eu devo perder algo que é bom para mim - logo, eu posso perder, dependendo do castigo inconsciente que eu deva me aplicar, um casamento, um emprego, relações familiares etc - logo, me divorcio, sou despedido, entro em desarmonia com alguém.

Assim, se eu oculto o pecado, este vai me cobrar com a morte, não a Morte da carta do Tarô nem a Dona Morte da Turma da Mônica, mas como cessação, isto é, o final de uma situação aparentemente harmoniosa que não deveria ocorrer caso a espiral de autopunição não entrasse em ação.

Por isso essa necessidade premente em confessar o pecado: é jogar luz para desaparecer a treva e tirar todos estes pensamento bestas que viemos acumulando ano após ano, geração após geração, encarnação após encarnação, de que viemos aqui para sofrer, este é um vale de lágrimas e etc, etc, etc...

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