Sim, senhores, agora comecemos a dissecar um pouco a figura de Sigmund Freud... posts atrás informei aos amigos que dois livros dele estavam me aguardando ansiosamente por sua leitura, "O Futuro de Uma Ilusão" e "O Mal Estar na Cultura". Pois bem, já li o primeiro, e temos já algumas considerações a serem feitas...
Antes de mais nada, solicito aos meus diletos leitores que leiam alguns posts anteriores, em que tento esmiuçar a natureza de um termo chamado instinto, tema este recorrente na literatura freudiana. Acredito que consegui uma boa tradução, em seichonoiês, de instinto para carma, conforme alguns trechos extraídos das obras do Mestre Masaharu Taniguchi.
Vamos lá então?
1. Considerações iniciais: nosso amigo Freud vê neste pequeno opúsculo obra insignificante, de pouco significado prático. Sua humildade é cativante e atenua outras críticas, muito embora ele não esmiuce o significado histórico da religião, prendendo-se apenas e tão-somente ao seu aspecto psicanalítico, que ele, honestamente, garante não ser uniforme, haja vista a existência de psicanalistas teístas, fato por ele mesmo confessado.
2. Ademais, este livro tem uma coisa que sequer tinha visto em outra obra semelhante: ele dá espaço a críticas, críticas estas na forma de um mal-humorado interlocutor que se dedica, capítulo após capítulo, a rebater, em rábico estilo (e nisso ponto para a genialidade freudiana) os argumentos expendidos pelo douto escritor.
3. E que argumentos seriam estes? Basicamente: a religião surge para suprir a carência do homem num mundo cruel, e isso geralmente é feito pela ausência da figura protetora paterna. Ele então externaliza esta figura paterna na figura de Deus. Em nenhum momento ele trata isso com argumentos filosóficos, ontológicos ou mesmo antropológicos e sim puramente psicanalíticos.
4. Em resumo, Deus não existe porque a psicanálise assim entende. Será mesmo? Acho que não, pelo próprio fato de haver psicanalistas teístas, Sig mesmo falou isso...
5. Então ele trata o tema apenas de maneira clínica, nada mais, com direito a tiradas clássicas: que a religião é a neurose obsessiva universal da humanidade. Algo familiar?
6. Claro que sim: mais uma vez Sig critica a sombra e não o objeto que a faz: tal como Dawkins et caterva, ele critica a instituição religião. Deus, por sua vez, a não ser por uma ou outra pincelada na Sua figura edípica, pouco é mencionado.
7. Neste particular, encontro paralelo com o que o nosso amigo Alper falou posts atrás, sobre a diferença entre espírito religioso e espírito espiritualista (perdoem o pleonasmo!), e o perigo que pode residir no primeiro destes casos...
8. Não transcreverei nenhum trecho deste livro, deixo que os amigos leiam-no e tirem suas próprias conclusões. Mas, mesmo assim, ainda não obtive uma conclusão de que Deus efetivametne não exista!
Next, please!
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