Uma das características desta Revelação Divina é que ela é muito circular, redundante. Esta frase é um exemplo disso: já foi explicado frases anteriores a razão pela qual se deve confessar o pecado, e nesta frase mais uma vez se dá a mesma explicação: quando se mantém oculto o pecado, a consequência é a morte. Qual a razão disso? Já explicamos em pelo menos dois ou três posts, mas não custa repetir aqui, em obséquio da ênfase: por conta do nosso autojulgamento, que leva a uma autocondenação cuja pena é a autopunição. Julgamo-nos pecadores, preferimos esconder (ou ocultar) os nossos "pecados". Lançamos uma condenação e, por fim, cumprimos a "pena" por nós mesmo estabelecida.
Só que na Seicho-No-Ie partimos do pressuposto que o Código Penal é inexistente. Se é inexistente, não há razão para nos julgar, condenar e principalmente punir.
Bom, Código Penal inexistente é um termo um tanto quanto deslocado aqui. O melhor aqui é considerarmos que os crimes tipificados neste Diploma Legal (calma, que vocês estão lendo um blog de um advogado...) ou já foram revogados ou sequer foram tipificados. Nós é que criamos esta lei, digamos, falsa, pois o Detentor do Monopólio Punitivo (isto é, Deus) sequer pensou em Sua sabedoria de condenar alguém por alguma coisa. Mas nós, justiceiros de nós mesmos, o que fazemos? Ignoramos as leis divinas (ou pior, tornamo-nos mais realistas que o rei) e nos consideramos criminosos, pecadores ou coisa que o valha (!?). E isso, jurídica e espiritualmente falando, através de quê? Da tal da Lei de Causa e Efeito, a única lei espiritual válida no mundo fenomênico (podem pesquisar: em outras tradições espirituais ela vem embalada com os termos Lei de Atração, Pena de Talião, etc, etc, etc, mas todos estes rótulos se referem a mesma velha e bem sabida Lei de Atração dos Semelhantes...)
Só que mais uma vez, reforço o que disse posts atrás (caso este seja o primeiro que esteja sendo lido sobre o assunto): dizer que o pecado não existe, ainda mais empregando termos como Código Penal, não significa que a Seicho-No-Ie prega um amoralismo bundalelê ao melhor estilo Vale Tudo, como se tudo fosse permitido fazer, já que não existe pecado abaixo (e também acima) da linha do Equador: A Seicho-No-Ie prega uma moral e uma ética (vide o volume 13 da Verdade da Vida que pressupõe a união de todos os seres humanos (e agora, depois de Masanobu, também dos elementos da natureza) numa coisa só, ou seja, se eu machuco meu semelhante, é a mim que eu machuco.
Em outros termos, a moralidade e a ética dentro da Seicho-No-Ie se equivalem muito ao dilema da criança e da tomada. Todos nós sabemos (ou devíamos saber, pelo menos) que não se deve enfiar o dedo na tomada por conta do risco de levarmos um choque. Se levarmos um choque, é porque além da lei de causa e efeito, a lei da eletricidade também se manifestou aí. Uma criança mete o dedo lá e leva o choque porque não tem consciência de que aquilo vai lhe causar dor. Pois bem: muitas vezes, em diversas situações, nós somos iguais a esta criança: metemos o dedo onde já sabemos previamente que vamos sentir dor, e sentimos. Às vezes até querendo até se fingir de sabichões ou corajosos, mas a lei não quer saber: toma-lhe um choquito no seu dedito!
Enfim, é isso: não existe pecado, existe apenas cumprimento de leis naturais. Pode parecer uma conclusão fria, distante, mesmo mecânica, mas é exatamente isso que ocorre...
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