Quando eu falo que essa Revelação Divina é muito circular, é a isso que me refiro: esta frase é praticamente uma reescritura da frase anterior, senão vejamos:
"Se
escondeis o pecado, é porque ainda tendes apego a ele" com
"Se temeis a
exposição do pecado, é porque ainda estais apegados a ele"
Aí eu vos pergunto: qual a diferença entre o charme e o funk? Ou melhor, redefinindo a pergunta, girafalesmente falando: por que causa, razão, motivo ou circunstância estas ideias são tão circulares? Parece que esta Revelação não anda! Já estamos na décima frase e até agora o que eu mais falo é que ela não sai do lugar, traz pouca coisa nova!
Bom... se é verdade que para tudo na vida tem Sedex, também para isso tem explicação. Só quero combinar uma coisa com vocês: quanto ao conteúdo da frase, como ela é praticamente a repetição da anterior, peço que se remetam ao post anterior, na análise da nona frase, certo? Agora, se vocês querem saber o porquê de tanta repetição, permaneçam aqui que a resposta já será dada na próxima linha...
Logo no início, lá pelas segunda ou terceira frases, antes de ver o quanto ela é redundante, eu tinha explicado que esta Revelação Divina tratava de um dos temas mais espinhosos da Seicho-No-Ie (e, convenhamos, uma daquelas que mais levam os críticos de nossa filosofia a achar que mais do que loucos por acreditar que o pecado, a doença e a morte não existem, somos hereges condenados non-stop ao Fogo Eterno...): a inexistência do pecado.
E, sejamos sinceros também: muitos dos adeptos e dos que hoje sentam nas nossas cadeiras ainda não têm uma noção muito exata do que isso significa, além do pouco que ele se interessou ao ler o seu livro favorito, ao ouvir o seu preletor de estimação, ou então ver e rever o Heitor Miyazaki (o preletor favorito de muitos) recomendar firmemente a leitura, estudo, transcrição, whatever, da "Humanidade é Isenta de Pecado" (também o livro de estimação de muitos). O tema é muuuuuito espinhoso, e decorre, creio eu (agora, uma opinião pessoal, de pura orelhada, não levem a sério esta tese a não ser que eu resolva me aprofundar, o que será um tanto quanto difícil no momento), de uma certa dificuldade na tradução de alguns termos japoneses para os portugueses. Não que exista erro de tradução, longe de mim levantar esta lebre. Mas, um termo em japonês pode ter uma extensão que em português não tenha, e vice-versa. Querem um exemplo? O trocadilho em japonês entre tsumi (pecado) e tsutsumi (encobrir) que o Mestre vira e mexe faz alusão: algo semelhante na língua de Camões é impossível.
Mas, espinhos à parte, voltemos à rosa: por ser um tema bem controverso, o melhor é fazer uso da repetição para que se possa ter uma melhor compreensão do que está sendo lido/estudado. O Mestre mesmo fala que os volumes da coleção A Verdade da Vida devem ser incessantemente lidos para que se fixe intelectual e emocionalmente o seu conteúdo, bem como à guisa de uma pura faxina mental (para isso, nada melhor do que a Sutra Sagrada, ao meu sentir).
Então, para que se entenda beeeem explicadinho, nos seus mííííínimooooossss detalhes, é que o autor desta Revelação especificamente dá voltas e voltas em torno do mesmo assunto.
E, só para já dar um spoiler, não vai ser muito diferente até o final não. Um ou outro assunto vai ser introduzido (como a noção do apego na frase anterior e consequentemente nesta também, por exemplo), mas a ideia geral da Revelação já foi passada nestas primeiras frases; o resto é só desenvolvimento do tema...
Continuemos, pois!
Nenhum comentário:
Postar um comentário