Voltando também ao estudo frase por frase da Revelação Divina (viram só como estou focado?), vamos a uma dúvida muito comum que boa parte dos adeptos têm da doutrina. E ela se resume na seguinte indagação de nosso adepto fictício, que chamaremos de Adeptino (criatividade, a gente vê por aqui, só que não...)
Adeptino: Espera aí, preletor! Se para a Seicho-No-Ie o pecado não existe, como posso confessar algo "inexistente"?
Preletor (tipo, eu...): Veja bem, meu caro Adeptino: para a Seicho-No-Ie o pecado nunca existiu, não existe e vai continuar per omnia saecolorum, forever and ever sem aparecer. Ponto pacífico, ok?
Adeptino: Sim, mas...
Preletor: A grande questão, caríssimo, está no "mas"... leia a frase de novo e tente encontrar a palavra-chave de toda a sua questão...
Adeptino: "Se, após um exame de consciência, julgais ter algum pecado, confessai, sem nada esconder, ao orientador de Meu ensinamento"
Preletor: Achou a tal palavra chave?
Adeptino: Confesso (desculpa o trocadilho...) que não...
Preletor: Está no termo "julgar"...
Adeptino: Não entendi...
Preletor: Se lembra que Cristo falou em algum momento de algum Evangelho que "O Pai não julga, mas entrega todo o julgamento ao Filho"?
Adeptino: Me lembro de ter lido isso...
Preletor: Pois bem, o Pai é Deus e o Filho é quem?
Adeptino: Nós?
Preletor: Bom, eu sou filho de Deus, quanto a você, já não sei kkkk...
Adeptino: Então tudo se resume no julgar?
Preletor: Se eu julgo eu valoro algo. Se eu valoro algo eu digo que uma coisa é boa e outra coisa é ruim, eu começo a fazer distinções...
Adeptino: Mas existem coisas que fazemos que são inerentemente más, não?
Preletor: Que não são condizentes com o Filho de Deus que nós somos...
Adeptino: Condizentes ou não, nós fazemos, né?
Preletor: No mundo fenomênico, apenas. Na Imagem Verdadeira não.
Adeptino: Então, se eu mato alguém, eu mato apenas no fenômeno?
Preletor: Bingo!
Adeptino: Mas se eu julgo que cometi um assassinato, eu fiz um pecado, não é isso?
Preletor: Sim. E devo adverti-lo que isso também é tipificado como crime no nosso Código Penal, artigo 121...
Adeptino: Então, é o que eu falo...
Preletor: Só que tudo isso é FE-NÔ-ME-NO. Não tem consistência...
Adeptino: Mas, com consistência ou não, deve ser pago...
Preletor: Porque você está condicionado à lógica do pecado. Leia A Humanidade é Isenta de Pecado e você vai entender!
Adeptino: Não me mande ler nada porque não tenho tempo, me explica agora!
Preletor: Não sabe o que está perdendo... mas vamos lá... quando você tem a consciência do pecado, você entra num círculo de autopunição que o único prejudicado é você...
Adeptino: Sim, mas se formos levar este raciocínio a ferro e fogo, acabou-se a moral e a ética, tudo passa a valer para a Seicho-No-Ie porque está tudo liberado...
Preletor: Necas de pitibiriba! Você já leu o volume 13 d´A Verdade da Vida?
Adeptino: Outro livro? Já disse que não tenho tempo...
Preletor: Então estude, e depois venha com suas dúvidas devidamente formuladas... mas vou quebrar o seu galho... no que a ética da Seicho-No-Ie consiste?
Adeptino: Não tenho a menor ideia...
Preletor: Já ouviu falar no musubi? Uma expressão xintoísta que significa "eu e o outro somos um"? Pois bem, ela é a base da ética da Seicho-No-Ie. Se eu sou um contigo e se eu te prejudico, pequeno gafanhoto, a quem eu vou prejudicar em última instância?
Adeptino: Eu?
Preletor: Sim, você mesmo. E você quer se prejudicar?
Adeptino: Claro que não!
Preletor: Então você procuraria realizar estes "atos não condizentes com a natureza divina" por qual motivo?
Adeptino: Existem vários fatores...
Preletor: Algum deles ligados à Imagem Verdadeira?
Adeptino: Não que eu saiba...
Preletor: Então... xeque-mate! Respondida sua questão!
Adeptino (pensativo): Então me resuma a frase...
Preletor: Se você reflete sobre seus atos e viu que fez algo errado, fale comigo... ou a qualquer outro orientador do ensinamento dEle...
Adeptino: E por que isso?
Preletor: A resposta você terá nas próximas frases...
Enfim, desculpem se me alonguei, mas o tema é bem intrincado e mereceria uma explicação um pouco mais embasada. A forma de diálogo acho que ajudou a sanar algumas dúvidas (principalmente se vocês estivessem na posição do Adeptino...
Espaço destinado a apresentar ideias da Seicho-No-Ie e discutir temas filosóficos, do cotidiano e religiosos em geral (o que dá quase a mesma coisa!) OBS.: TUDO O QUE EU ESCREVER, POSTAR OU CONJECTURAR AQUI É DE MINHA ÚNICA E EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE, SENDO QUE ESTE BLOG NÃO POSSUI NENHUMA RELAÇÃO COM A ENTIDADE RELIGIOSA SEICHO-NO-IE SALVO A PROFUNDA IDENTIFICAÇÃO QUE TEM PARA COM SUA FILOSOFIA E SEUS ENSINAMENTOS.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
3 - Se, Após Um Exame de Consciência, Julgais Ter Algum Pecado, Confessai, Sem Nada Esconder, Ao Orientador de Meu Ensinamento
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Estudo Sobre a Revelação Divina da Confissão
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Olá Leo. Tbm estou de volta, rsrs. Gostei da maneira como foi abordado o assunto. Bastante esclarecedor.
ResponderExcluirAinda bem que você gostou! Essa Revelação Divina é bem intrincadinha, cheia de nuances, como você verá nas frases seguintes... mas boa parte da doutrina da Seicho-No-Ie é explicitada ali...
ExcluirBeijos e welcome back!