Um dos barulhos que escuto no feicibuqui é a tal da ação que um membro do Ministério Público Federal ingressou querendo tirar a expressão "Deus Seja Louvado" das notas de Real, sob o argumento de que vivemos num estado laico. Minha opinião sobre o caso, se é que alguém perguntou ou se interessa, é a seguinte:
Num primeiro momento, uma resposta impulsiva a este cidadão seria: "Com tanta coisa importante a se fazer no país, vão querer mexer nisso?", ou, como diria o bom e velho JC: "Coais um camelo e filtrais um mosquito"... e que mosquito!
Quem me conhece sabe que sou favorável à laicização total do Estado. Como advogado, sou favorável, embora exista muita opinião respeitável contrária, à retirada de crucifixos dos Tribunais e locais públicos. Excepciono, no entanto, os gabinetes destes membros públicos: em seu ambiente privado de trabalho, eles podem ostentar o que quiserem e o que bem entenderem... mas, voltando...
Na minha modesta opinião, a qual eu tenho muito respeito, o termo "Deus" na nota de dinheiro não denuncia qualquer favorecimento à alguma entidade religiosa ou coisa do gênero, apenas demonstra a óbvia constatação de que, sim, o Brasil é um país teísta (os ateus pira!). E o que há de mais nisso?
Uma pequena sugestão ao nosso bem intencionado membro do MPF: se quer acabar com alguns laivos de religiosidade no país, porque não começar com uma medida bem mais impopular que esta: que tal acabarmos com os feriados religiosos?
Radical, eu? Não, estou adotando a mesma lógica do nosso amigo: qual a razão de ficarmos sem trabalhar, por exemplo, numa sexta-feira santa, se poucos sabem o verdadeiro significado disso? (quem aqui sabe que este foi o dia da morte de JC, o bom?).
Finados, para quê?
Natal, se não foi neste dia que Ele nasceu...
Nossa Senhora Aparecida que me perdoe, mas qual a razão dela ter um feriado nacional em detrimento de Nossa Senhora de Guadalupe, por exemplo? Se uma é (razão não tiro) padroeira do Brasil, a outra é das Américas, e o Brasil não faz parte das Américas, cáspita?
E aqui no Rio, um santo que adoro (e já expressei minha devoção neste blog), São Jorge? Por que o dia de um capadócio, atual turco, deve ser feriado em vez de Frei Galvão, por exemplo, legítimo (e até agora único) santo tupiniquim?
Isso significaria laicizar o Estado, que deveria comportar, no meu entender, como feriados o primeiro de janeiro (dia internacional da ressaca...), o carnaval (admito, é algo tão arraigado na cultura nacional que seria antipatriótico de minha parte dizer que deveríamos trabalhar numa segunda véspera da terça gorda e mais três feriados: um nacional (7 de setembro seria o escolhido, 15 de novembro com todo o meu respeito...), um estadual (só se comemoraria, com justiça, o 21 de abril apenas em Minas) e outro municipal (a fundação ou algo que o valha de todo e qualquer município brasileiro e só.
Vejam bem: não sou contra os feriados religiosos, no entanto, alçá-los a um patamar de feriado nacional é algo um tanto quanto surreal. Além de ser uma grandíssima injustiça com outros santos queridos do país, como Santo Antônio, Santo Expedito, São Judas Tadeu e tutti quanti, e a seus devotos também.
Aí um evangélico resolve propor o Dia do Evangélico como feriado nacional e alguém deveria reclamar? Na minha modesta opinião, não...
Vamos particularizar um pouco mais o caso: alguns dias na SNI eu considero que deveriam ser Feriados Nacionais. 01/03, a sua fundação; 27/09, Dia da RD da Grande Harmonia e, why not?, o 22/11, aniversário do Mestre. E nem por isso...
Enquanto isso, vemos nas notas de dólar que os americanos continuam trusting in God e nem por isso se faz este escarcéu todo...
Assim, que Deus continue a ser louvado e vamos ao próximo tema!
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