PALESTRA
– PROSPERIDADE – 08.11.2012 – CRESÇA VIGOROSAMENTE –
SEICHO TANIGUCHI– CAP. 12 – ACREDITE EM RELIGIÃO
VERDADEIRA – PG. 107/112
Que é igualdade?
Vimos, pois, que os seres humanos não são iguais na
aparência física. O homem é muito diferente da
mulher (naturalmente, se ambos forssem iguais, não haveria
aumento de população). O negro e o branco são
diferentes, o gigante e o anão são diferentes. São
essas diferenças que distinguem as pessoas. Do contrário,
haveria a dúvida: “Ora, para que tanta gente igual?”
Mas ningueém aceita de prontidão a tese de que os
homens são desiguais, diferentes. Todos pensam, no fundo, que
deve haver igualdade entre os homens. Mas como, se um corpo é
claramente diferente do outro? A resposta está no fato de que
a igualdade está na alma humana, e não no corpo. Todas
as pessoas sabem disso intuitivamente e é por essa razão
que todas anseiam por igualdade.
Em outras palavras, todos sentem no íntimo que o homem é
espírito, alma – e não o corpo – e procuram a
igualdade espiritual. Nas escolas, em vez de ensinarem que o homem
possui natureza carnal, deveriam incutir na mente dos alunos que o
homem é, na verdade, uma existência espiritual.
Entretanto, quem afirma com segurança que o homem possui
alma? Na atualidade, é muito difícil encontrar quem
ensine isso com clareza. A razão é que o homem moderno
está envolvido de tal maneira pelo materialismo que só
consegue acreditar na existência daquilo que é visível
e perceptível aos sentidos. Ele alega não entender nada
de espírito e alma porque não pode vê-los.
Relação entre corpo e alma
Assim,
não é possível nem compreender como todos os
homens são fundamentalmente iguais. E, apesar disso, o ser
humano anseia por igualdade.
Para resolver esta incoerência, é absolutamente
necessário admitir que “o homem não é carne, é
espírito”. Isso significa que o homem continua vivendo,
mesmo depois que é destruído o seu corpo. Porque a sua
natureza não é carnal, e sim espiritual.
Existe um mundo onde o homem continua a viver depois de abandonar o
corpo físico. Este corpo é como uma roupa ou um veículo
para a alma. Ele pode virar cinzas, mas a alma continua perfeitamente
viva.
Se a alma fosse perecível, para que afinal o homem viveria?
– Vivi para, no fim, tornar-me cinzas e desaparecer.
Isso
seria o cúmulo da estupidez. E os homens sabem disso. Todo ser
humano vive à procura da igualdade e
de motivação para
viver. Esses dois anseios se tornariam inúteis e sem sentido
se a Vida terminasse com a morte do corpo. Sempre existiu nos homens
um profundo desejo de continuar a viver para sempre – ainda que
predomine a incredulidade sobre essa possibilidade –, exatamente
porque a alma é realmente imortal.
Não
há necessidade de prova visível
para acreditar nesta Verdade. O simples fato de você estar vivo
já o leva a esta conclusão. Ter fé religiosa é
acreditar nesta Verdade. Infelizmente, ainda há pessoas não
esclarecidas que desejam uma prova
para acreditar na eternidade da alma.
– Só acredito se me provar – é o que costumam
dizer.
Experiência
post-mortem
Na verdade, não constitui prova inequívoca aquilo que
se percebe com os olhos.
Houve
um estudante do ensino médio na província de Chiba que
se atirou do monte Nokogiri apenas para fazer experiência
sobre a existência ou não
da alma. Antes de morrer, ele escondeu dois objetos e pretendia
revelar o esconderijo através de um médium.
– É nisso que dá, quando se acredita na existência
da alma – dirão os incrédulos.
Mas o estudante não se suicidou porque acreditava na
existência da alma. Ele morreu porque acreditou no médium.
Foi um engano ter pensado que um médium sempre transmite a
verdade.
Um médium desempenha o papel de instrumento para transmitir
mensagens de espíritos desencarnados. Mas é muito
difícil ele transmitir a verdade. Às vezes, outro
espírito pode tomar o lugar daquele que é convocado e
transmitir palavras falsas, ou então o próprio médium
pode falar inverdades.
Mesmo que um médium em transe informe que o estudante
escondeu os objetos em determinado lugar e eles sejam efetivamente
encontrados nesse local, como comprovar que esses objetos são
exatamente aqueles que o jovem escondeu? Pode muito bem ser que o
próprio médium os tenha escondido nesse local.
Portanto, o estudante não se suicidou por acreditar na
existência da alma, e sim porque acreditou na capacidade
infalível do médium. Quem acredita realmente na
eternidade da alma não procura comprovar isso por meio de
experimentos. Suicidar-se para obter provas é sinal evidente
de incredulidade.
– Não tenho certeza. A solução é
experimentar na prática – deve ter dito o estudante.
Foi um ato infeliz que jamais seria praticado por quem conhece a
capacidade relativa de um médium.
As diversas modalidades de superstição
Terrível
é a ignorância. Daí porque Buda disse:
–
Conhecer é o primeiro passo para o despertar.
Ele nos ensinou que nada é mais importante do que conhecer a
Verdade. Muitas pessoas pensam que ter fé é acreditar
em algo anticientífico. Mas a verdadeira religião não
se opõe, absolutamente, à ciência. Esta pesquisa
os fenômenos sensíveis aos cinco sentidos e isso é
insuficiente para se conhecer a totalidade da Verdade, pois o mundo
verdadeiro está repleto de fenômenos impossíveis
de se ver e ouvir.
Por exemplo, a Vida em si é um fenômeno que não
se pode pegar, ver e ouvir. Por isso, a ciência ainda não
conseguiu detectar a natureza e a forma concreta da Vida. Até
agora, a ciência só tem constatado os rastros da vida,
ou as manifestações da Vida, não a Vida em si.
Os cientistas não sabem de onde ela vem, nem para onde vai.
Entretanto, a religião e a filosofia conseguem apreender e
sentir a Vida propriamente dita.
A ciência também não conseguiu, até hoje,
detectar concretamente o amor nem a sabedoria. Não conseguiu
vê-los nem ouvi-los. Mas todos sabem que eles existem porque
conseguem senti-los.
Portanto, a ciência é muito importante, mas não
é tudo. O verdadeiro cientista sabe perfeitamente disso. Quem
não sabe é o iniciante, que pensa que tudo pode ser
resolvido pela ciência. Ele é presa daquilo que
denominamos “superstição científica”.
Superstição não é somente crendice
relacionada a sentimento religioso. Existe superstição
em relação a materialismo, de quem acredita
exclusivamente na matéria. O pior é que esse
materialista possui convicção de que sabe tudo, que
consegue explicar tudo, quando o verdadeiro cientista sabe que
existem muitos mistérios inexplicáveis neste mundo.
Portanto, o supersticioso materialista ignora que a ciência não
consegue explicar tudo sobre a Vida.
Não se deixe influenciar pela superstição
materialista. Quanto mais você compreender que existem coisas
inexplicáveis pela ciência, mais se aproximará da
Verdade.
Não há progresso para quem pensa que compreende,
quando na verdade não entendeu nada. Os jovens ainda têm
muito para compreender, daqui para a frente. O ser humano seria um
monstro se, na juventude, já compreendesse tudo da Vida. Por
isso, não há vergonha alguma em não saber. Não
se deve fingir que sabe, nem ignorar que não sabe.
Vamos aprender os mistérios da Vida com modéstia e
otimismo! E aprendamos os mistérios não só desta
vida, mas de outra vida também, para vivermos todos em
plenitude a Vida eterna, meditando, refletindo e aperfeiçoando-nos
cada vez mais.
Boa palestra, boa assistência. E, chegando no final, uma interessante discussão sobre a velha dicotomia Ciência X Religião. Foi interessante...
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