sábado, 10 de novembro de 2012

Da Centésima Nona Palestra

Boa tarde de sábado a todos e a todas. Na última quinta-feira proferi minha 109a palestra, na Prosperidade de Itaipu. Cheguei, por conta do trânsito, cerca de dez minutos atrasado, mas mesmo assim consegui proferi-la, com os infelizmente habituais pedidos de desculpas. Qual o tema? Capítulo 12 de "Crescer Vigorosamente", do Prof. Seicho Taniguchi. Ei-lo:


PALESTRA – PROSPERIDADE – 08.11.2012 – CRESÇA VIGOROSAMENTE – SEICHO TANIGUCHI– CAP. 12 – ACREDITE EM RELIGIÃO VERDADEIRA – PG. 107/112

Que é igualdade?

Vimos, pois, que os seres humanos não são iguais na aparência física. O homem é muito diferente da mulher (naturalmente, se ambos forssem iguais, não haveria aumento de população). O negro e o branco são diferentes, o gigante e o anão são diferentes. São essas diferenças que distinguem as pessoas. Do contrário, haveria a dúvida: “Ora, para que tanta gente igual?”
Mas ningueém aceita de prontidão a tese de que os homens são desiguais, diferentes. Todos pensam, no fundo, que deve haver igualdade entre os homens. Mas como, se um corpo é claramente diferente do outro? A resposta está no fato de que a igualdade está na alma humana, e não no corpo. Todas as pessoas sabem disso intuitivamente e é por essa razão que todas anseiam por igualdade.
Em outras palavras, todos sentem no íntimo que o homem é espírito, alma – e não o corpo – e procuram a igualdade espiritual. Nas escolas, em vez de ensinarem que o homem possui natureza carnal, deveriam incutir na mente dos alunos que o homem é, na verdade, uma existência espiritual.
Entretanto, quem afirma com segurança que o homem possui alma? Na atualidade, é muito difícil encontrar quem ensine isso com clareza. A razão é que o homem moderno está envolvido de tal maneira pelo materialismo que só consegue acreditar na existência daquilo que é visível e perceptível aos sentidos. Ele alega não entender nada de espírito e alma porque não pode vê-los.

Relação entre corpo e alma

Assim, não é possível nem compreender como todos os homens são fundamentalmente iguais. E, apesar disso, o ser humano anseia por igualdade.
Para resolver esta incoerência, é absolutamente necessário admitir que “o homem não é carne, é espírito”. Isso significa que o homem continua vivendo, mesmo depois que é destruído o seu corpo. Porque a sua natureza não é carnal, e sim espiritual.
Existe um mundo onde o homem continua a viver depois de abandonar o corpo físico. Este corpo é como uma roupa ou um veículo para a alma. Ele pode virar cinzas, mas a alma continua perfeitamente viva.
Se a alma fosse perecível, para que afinal o homem viveria?
– Vivi para, no fim, tornar-me cinzas e desaparecer.
Isso seria o cúmulo da estupidez. E os homens sabem disso. Todo ser humano vive à procura da igualdade e de motivação para viver. Esses dois anseios se tornariam inúteis e sem sentido se a Vida terminasse com a morte do corpo. Sempre existiu nos homens um profundo desejo de continuar a viver para sempre – ainda que predomine a incredulidade sobre essa possibilidade –, exatamente porque a alma é realmente imortal.
Não há necessidade de prova visível para acreditar nesta Verdade. O simples fato de você estar vivo já o leva a esta conclusão. Ter fé religiosa é acreditar nesta Verdade. Infelizmente, ainda há pessoas não esclarecidas que desejam uma prova para acreditar na eternidade da alma.
– Só acredito se me provar – é o que costumam dizer.

Experiência post-mortem

Na verdade, não constitui prova inequívoca aquilo que se percebe com os olhos.
Houve um estudante do ensino médio na província de Chiba que se atirou do monte Nokogiri apenas para fazer experiência sobre a existência ou não da alma. Antes de morrer, ele escondeu dois objetos e pretendia revelar o esconderijo através de um médium.
– É nisso que dá, quando se acredita na existência da alma – dirão os incrédulos.
Mas o estudante não se suicidou porque acreditava na existência da alma. Ele morreu porque acreditou no médium. Foi um engano ter pensado que um médium sempre transmite a verdade.
Um médium desempenha o papel de instrumento para transmitir mensagens de espíritos desencarnados. Mas é muito difícil ele transmitir a verdade. Às vezes, outro espírito pode tomar o lugar daquele que é convocado e transmitir palavras falsas, ou então o próprio médium pode falar inverdades.
Mesmo que um médium em transe informe que o estudante escondeu os objetos em determinado lugar e eles sejam efetivamente encontrados nesse local, como comprovar que esses objetos são exatamente aqueles que o jovem escondeu? Pode muito bem ser que o próprio médium os tenha escondido nesse local.
Portanto, o estudante não se suicidou por acreditar na existência da alma, e sim porque acreditou na capacidade infalível do médium. Quem acredita realmente na eternidade da alma não procura comprovar isso por meio de experimentos. Suicidar-se para obter provas é sinal evidente de incredulidade.
– Não tenho certeza. A solução é experimentar na prática – deve ter dito o estudante.
Foi um ato infeliz que jamais seria praticado por quem conhece a capacidade relativa de um médium.

As diversas modalidades de superstição

Terrível é a ignorância. Daí porque Buda disse:
– Conhecer é o primeiro passo para o despertar.
Ele nos ensinou que nada é mais importante do que conhecer a Verdade. Muitas pessoas pensam que ter fé é acreditar em algo anticientífico. Mas a verdadeira religião não se opõe, absolutamente, à ciência. Esta pesquisa os fenômenos sensíveis aos cinco sentidos e isso é insuficiente para se conhecer a totalidade da Verdade, pois o mundo verdadeiro está repleto de fenômenos impossíveis de se ver e ouvir.
Por exemplo, a Vida em si é um fenômeno que não se pode pegar, ver e ouvir. Por isso, a ciência ainda não conseguiu detectar a natureza e a forma concreta da Vida. Até agora, a ciência só tem constatado os rastros da vida, ou as manifestações da Vida, não a Vida em si. Os cientistas não sabem de onde ela vem, nem para onde vai. Entretanto, a religião e a filosofia conseguem apreender e sentir a Vida propriamente dita.
A ciência também não conseguiu, até hoje, detectar concretamente o amor nem a sabedoria. Não conseguiu vê-los nem ouvi-los. Mas todos sabem que eles existem porque conseguem senti-los.
Portanto, a ciência é muito importante, mas não é tudo. O verdadeiro cientista sabe perfeitamente disso. Quem não sabe é o iniciante, que pensa que tudo pode ser resolvido pela ciência. Ele é presa daquilo que denominamos “superstição científica”.
Superstição não é somente crendice relacionada a sentimento religioso. Existe superstição em relação a materialismo, de quem acredita exclusivamente na matéria. O pior é que esse materialista possui convicção de que sabe tudo, que consegue explicar tudo, quando o verdadeiro cientista sabe que existem muitos mistérios inexplicáveis neste mundo. Portanto, o supersticioso materialista ignora que a ciência não consegue explicar tudo sobre a Vida.
Não se deixe influenciar pela superstição materialista. Quanto mais você compreender que existem coisas inexplicáveis pela ciência, mais se aproximará da Verdade.
Não há progresso para quem pensa que compreende, quando na verdade não entendeu nada. Os jovens ainda têm muito para compreender, daqui para a frente. O ser humano seria um monstro se, na juventude, já compreendesse tudo da Vida. Por isso, não há vergonha alguma em não saber. Não se deve fingir que sabe, nem ignorar que não sabe.
Vamos aprender os mistérios da Vida com modéstia e otimismo! E aprendamos os mistérios não só desta vida, mas de outra vida também, para vivermos todos em plenitude a Vida eterna, meditando, refletindo e aperfeiçoando-nos cada vez mais.

Boa palestra, boa assistência. E, chegando no final, uma interessante discussão sobre a velha dicotomia Ciência X Religião. Foi interessante...  

Nenhum comentário:

Postar um comentário