terça-feira, 8 de março de 2011

Frase Quinta

"Especialmente os que não só almejam graças para si mas que espontaneamente oferecem a Deus recintos tais como auditórios, edifícios, templos ou academias necessários para conduzir os homens à salvação, ou que, conscientizando a sagrada missão para a qual foram escolhidos por Deus, tornam-se voluntariamente membros da 'Missão Sagrada' e se dedicam à salvação dos semelhantes antes mesmo de alcançarem a própria salvação - esses são os que se elevam ao grau de apóstolo, e seus méritos constituirão o fator básico para a exteriorização da livre Imagem Verdadeira, a imagem perfeita".

Pela Sutra Sagrada, menino prodígio, tudo isso é uma frase? Sim, Batman, leia de novo em sua sutra e você verá! Agora os tamborins começam a esquentar, e os apóstolos começam a aparecer. Reparem que são de dois tipos. Leiam de novo a frase e vocês verão. Não têm fôlego para tanto? Então eu separo:

1º Tipo: "Especialmente os que não só almejam graças para si mas que espontaneamente oferecem a Deus recintos tais como auditórios, edifícios, templos ou academias necessários para conduzir os homens à salvação"
Eu diria que este seria o mais desinteressado de todos, ou seja, aquele que simplesmente libera um lugar para uma reunião. Apenas isso, sem interesse algum, ou mesmo sem nenhuma fé na SNI (quantas vezes ouvimos padres cedendo locais em suas igrejas para reuniões, ainda nos primórdios da SNI? Pois eles são, a seu modo, mesmo que divirjam inteiramente da doutrina, apóstolos da missão sagrada, queiram ou não!)
A remissão a academias, feita neste trecho, me fez lembrar do nosso bom e velho Miyoshi Matsuda, cuja missão ele expôs bem clara em seus livros: criar academias de treinamento espiritual no Brasil, no que ele foi amplamente bem-sucedido. Também ele se insere no rol de apóstolos da missão sagrada.
Mas garanto que vocês, assim como eu, não pensaram que todos os que alugam ou cedem espaços, inconscientemente, são apóstolos da missão sagrada...

2º Tipo: "ou que, conscientizando a sagrada missão para a qual foram escolhidos por Deus, tornam-se voluntariamente membros da 'Missão Sagrada' e se dedicam à salvação dos semelhantes antes mesmo de alcançarem a própria salvação" .
Sim, amigos, cá estamos nós, nesta parte. Mas aqui cabe contar uma pequena digressão histórica para entender melhor a profundidade deste trecho.
O Budismo, strictu sensu, divide-se em várias escolas, ou doutrinas, tal qual o Cristianismo. Duas das divisões mais conhecidas são o Hinayana, ou Pequeno Veículo ou ainda Theravada e o Mahayana, ou Grande Veículo. A diferença reside num pequeno ponto: se a salvação é individual ou coletiva. O primeiro grupo crê que seja individual e o segundo grupo acredita ser coletiva.
Guardadas, mas muito bem guardadas as devidas proporções, o Pequeno Veículo seria, por sua antiguidade, equiparado ao catolicismo e o Grande Veículo ao protestantismo, ou seja, o Grande Veículo é posterior ao Pequeno Veículo. Notai ainda que os adjetivos "pequeno" e "grande" se referem ao número de pessoas que podem entrar em cada um destes veículos.
Acho que vocês já começam a intuir algo, né?
Se não, continuo a explicação. O Hinayana desenvolveu-se em especial na Índia e no Sudeste Asiático, ao passo que o Mahayana desenvolveu-se no Extremo Oriente, leia-se, Japão e Cia. Soa familiar? Acho que agora sim...
Uma pessoa um pouco mais arguta concluiria que o budismo que a SNI prega é do tipo mahayana, e não está de todo errado. Mas, para o esclarecimento desta frase, ainda não é tudo.
Porque falta esclarecer um termo bastante comum na SNI mas que muito pouco se tem escrito. Estou escrevendo todo este post apenas com o que sei, sem consultar obra alguma, muito embora a precisão da explanação dos conceitos queira me levar a vencer a preguiça em nome dessa tal precisão de conceitos.
No budismo mahayana existe uma classe de discípulos dedicados a procurar a salvação do próximo antes de sua própria. Dizem que foi uma princesa quem primeiro pensou assim, quando estava prestes a entrar para o Nirvana, resolveu voltar, continuar no mundo do fenômeno, para salvar o maior número possível de pessoas para, ao fim, ela mesmo entrar no Nirvana.
Os budistas chamam esta criatura altamente desprendida por um termo indiano chamado boddhisattva, que, quando veio para o Japão, os japoneses, com sua prosódia não muito recomendável (afinal, meu nome em japonês ler-se-ia Reonarudo e o de minha augusta esposa o quase obsceno Furabia) foi trocado por... tchan, tchan, tchan, tchan... bosatsu. Soa familiar?
Agora podemos entender um pouco algumas coisas. Minha querida kankan, ou melhor, Kanzeon Bosatsu, era a boddhisattva (ou bosatsu) que escutava as dores do mundo, e procurava salvar todos antes de procurar a própria salvação. Bonito isso, não? Bonito e altruísta até.
Agora, peço a todos que leiam, mais uma vez, este segundo tipo. Pelo tamanho desse post, vou transcrevê-lo mais uma vez:
"e se dedicam à salvação dos semelhantes antes mesmo de alcançarem a própria salvação"
O que isso significa? Bingo! Todos nós somos bosatsu! Todo apóstolo da Missão Sagrada é invariavelmente, um bosatsu, um apóstolo da salvação. Lembrem-se que, diferentemente do apóstolo do primeiro tipo, houve neste segundo tipo, uma conscientização da sagrada missão para a qual fomos chamados, ou seja, somos apóstolos conscientes!
E não é só isso! Leiamos o resto desta comprida frase:

"esses são os que se elevam ao grau de apóstolo, e seus méritos constituirão o fator básico para a exteriorização da livre Imagem Verdadeira, a imagem perfeita"
Sim senhores. Somos apóstolos da salvação universal. Já repararam na grandiosidade do título? Você, amável leitor que me lê, é um apóstolo da salvação universal. Minha augusta esposa é uma apóstola da salvação universal. E nossos méritos, tanto nossos como os do primeiro tipo, constituirão o fator básico para a exteriorização da Imagem Verdadeira. Cáspita, o que isso significa?
O Mestre nos antigo volume 8 da Verdade da Vida, dava à acumulação de boas ações no passado o não menos quase obsceno termo de fukuden. Ou seja, para prosperarmos nesta vida, teríamos de ter um razoável acúmulo de fukuden. Ora, por São Miyoshi Matsuda, pergunto eu, a prosperidade nesta vida não seria uma das facetas da livre exteriorização da Imagem Verdadeira? Eu acho que sim, e lendo agora este trecho substituo o meu acho por uma certeza. Nossos méritos constituem o fator básico para o nosso crescimento como pessoas aqui neste mundo.
Querem um pequeno exemplo, à guisa de relato de experiência? Conto isso e já acabo com o post, prometo: fui trabalhar num escritório em fevereiro de 2006. Em maio daquele ano, me candidatei a presidente da AL que frequentava (candidato único, se não fosse minha candidatura provavelmente a AL fecharia). Em junho, tive um pequeno aumento, de R$ 600,00 para R$ 1.500,00, mais que o dobro.
Aí em 2008 eu me candidatei à reeleição. Alguns meses depois, dois importantes funcionários deste escritório pediram demissão e este que vos tecla conseguiu, pouco tempo depois, ganhar R$ 2.500,00. Moral da história? Meu salário em menos de dois anos foi quadruplicado.
Mágica? Coincidência? Lendo este trecho agora, tenho certeza que não. E mais certeza eu tenho devido ao fato de que não liguei, à época, uma coisa à outra (só mais tarde), ou seja, não assumi cargo para querer aumento no emprego. As coisas simplesmente aconteceram. Assim como é com Deus. Simples assim.

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