domingo, 26 de junho de 2011

Da Trigésima Quarta Palestra

Olá! Como tinha adiantado anteriormente, ontem proferi minha trigésima quarta palestra, lá no Carlos Victor, em substituição à Preletora Alda, que está no Curso de Preletores em Ibiúna. O tema era o capítulo 7 do livro Saúde e Prosperidade, "Sintonizando Com A Graça de Deus", e é claro que o amável leitor terá a palestra na íntegra agora! Vai lá!

PALESTRA – 25.06.2011 – SINTONIZANDO COM A GRAÇA DE DEUS –
LIVRO “SAÚDE E PROSPERIDADE” - MASAHARU TANIGUCHI – PGS. 65/69

Consta no capítulo 3 de Malaquias no Antigo Testamento da Bíblia: “... e vós, a nação toda, me ultrajais. Levai todos os vossos dízimos ao (meu) celeiro, haja alimento na minha casa, depois disto ponde-me à prova, (e vereis) se não vos abro as cataratas do céu, se não derramo a minha bênção sobre vós em abundância”.1
Estas são as palavras que Deus dirigiu a nós. Onde estão as cataratas do céu, por onde flui a graça de Deus? Elas existem em nossa mente de amor e em nossa fé. Pensamos que o céu existe bem longe de nós, mas Jesus Cristo disse que o céu, ou seja, o reino de Deus, está dentro de nós. Na medida da intensidade da fé que devotamos no Amor, no Bem e na Provisão Infinita de Deus, abre-se amplamente a catarata do céu do nosso interior. Em primeiro lugar, está o amor.
Diz-se que “Deus é Amor”, mas que vem a ser amor? Do ponto de vista carnal, o outro e eu parecemos seres distintos, mas somos originalmente um só ser. É a essa consciência que denominamos amor.
Amar o outro significa conscientizar-me de que a minha Vida e a dele, originariamente, são uma só Vida. Vejamos o amor materno. A mãe sabe perfeitamente que o filho saiu do seu ventre, da sua Vida, e, portanto, é uma só unidade com ela. É por isso que nasce dela o intenso sentimento de amor. Porém, da parte do filho, este não tem consciência do momento em que saiu do ventre materno, e é possível que não sinta amor pela mãe com tanta intensidade quanto ela o sente por ele.
Se bem que, sugando o seio materno e dele recebendo alimento, o filho vai se conscientizando, através do contato físico, de que é vivificado por sua mãe, e acaba nascendo nele o sentimento de amor por ela.
Quando existe verdadeiro amor, a pessoa não sente nojo. Por mais que o filho, a quem deu à luz, urine ou evacue, sujando a fralda, a mãe não sente nojo, já que existe a consciência de que o filho e ela são um só ser, ou seja, existe o sentimento de amor, por isso, ela não sente nojo. Mas o amor entre mãe e filho é um sentimento entre duas pessoas. Seja entre mãe e filho, seja entre pai e filho, não passa de um sentimento entre duas pessoas. Quando este amor vai se ampliando, seu alcance vai abrangendo mais pessoas.2
O bebê age egoisticamente, já que não possui a consciência de unidade com outras pessoas. Ou seja, ainda lhe falta desenvolver a sociabilidade. Por isso, faz o que bem entende, sem pensar no transtorno que causa às pessoas quando ele fica muito agitado, rasgando o papel de parede ou praticando outras “artes”. Essa falta de desenvolvimento da sociabilidade é, em outras palavras, carência da consciência de unidade com os outros. Mas ele vai crescendo e chega à mocidade, quando começa a sentir aquilo que chamamos de amor pelo sexo oposto. É o despertar para um novo tipo de amor.
Nesse amor, um rapaz e uma moça têm físicos separados, mas sentem um forte desejo de permanecerem juntos. Torna-se doloroso separar-se dele ou dela, e brota o desejo de permanecerem juntos. Isso é amor entre homem e mulher. Esse amor é diferente do simples desejo sexual. Este não passa de um impulso fisiológico automático inerente à vestimenta chamada corpo carnal, possível de se satisfazer mediante masturbação ou com um parceiro por quem não sente amor. O corpo carnal é uma vestimenta da alma que se desgasta com o uso. A força vital o reabastece, remenda e conserta totalmente pelo lado interno, e torna a usá-lo. A necessidade fisiológica que supre o corpo de substâncias materiais para esse reparo é o apetite. Assim, nosso corpo está sendo constantemente reformado, mas, depois de frequentes consertos, ele envelhece tanto a ponto de não mais comportar reparos. Antes que isso aconteça, é preciso produzir nova vestimenta para os espíritos que reencarnam e deixá-la de reserva. Por isso, nessa vestimenta chamada corpo carnal existe, inerente, automaticamente, uma função chamada desejo sexual. E, através do ato sexual, é preparada a nova vestimenta.
Por isso, o impulso fisiológico chamado desejo sexual nem sempre é o mesmo que amor pelo sexo oposto. Isso é comprovado pelo fato de os militares enviados às ilhas do Pacífico Sul durante a guerra terem forçado as mulheres nativas da região a manterem relação sexual com eles. Dificilmente eles teriam se enamorado por aquelas mulheres de raça, aparência e costumes diferentes. Acredito que eles agiram movidos pelo impulso sexual. Baseados nesse tipo de acontecimento, podemos entender que o desejo sexual e o amor ente homem e mulher são sentimentos totalmente diferentes.
O despertar do jovem para o sexo e para o amor pelo sexo oposto acontece mais ou menos na mesma época e, por isso, eles acabam sendo confundidos. Pensa-se equivocadamente que o desejo sexual seja o verdadeiro amor, e, hoje, a afirmação “Amo você” possui significado complexo, de cunho carnal. Mas o verdadeiro amor é diferente do desejo sexual. O verdadeiro amor é a consciência da unidade entre mim e o outro.
Dizemos “Deus é Amor”. Ele é a origem e o Criador de todas as coisas do Universo. Deus criou, a partir de Sua Vida, todas as coisas do Universo, portanto, para Ele, tudo no Universo é originariamente um só com Ele. Por isso, Ele tem a consciência de que “Você e Eu somos um só” em relação a todos os seres viventes. É por isso que dizemos “Deus é Amor”. O Amor, neste caso, não pode ser confundido com o gostar.
Como nos ensinou Jesus Cristo, o Amor de Deus é imparcial; Ele derrama seu Amor sobre tudo e todos sem distinção, assim como o Sol se levanta sobre maus e bons, e a chuva desce sobre justos e injustos.
Deus não diz: “Não gosto daquele sujeito, por isso não o protegerei. Este outro vive a me adorar, por isso conceder-lhe-ei um pouco mais de graças”, fazendo comparações e concedendo ou não graças, movido pelo sentimento de amor ou ódio. No entanto, existem pessoas que recebem muitas graças de Deus e outras que recebem pouco. Por que acontece isso? É análogo ao fato de, apesar de o Sol derramar imparcialmente seus raios sobre a Terra, existirem pessoas que vivem propositadamente trancadas dentro de casa, com janelas encobertas por cortinas escuras, outras que vão passear nos jardins públicos ou que circundam templos para aproveitar prazerosamente o bom tempo, outras que saem até o alto-mar a bordo de um iate para receber em cheio os raios solares, enfim, receber ou não as graças já concedidas por Deus depende da atitude mental de cada pessoa, e não se trata de nenhum favoritismo ou discriminação por parte de Deus.
O Amor de Deus não é parcial. Ele derrama Amor sobre todas as pessoas de modo imparcial. Mas, por mais que o ambiente esteja repleto de luz solar, se mantivermos os olhos cerrados e não virmos a luz, esta não será captada pelos nossos sentidos. Ou seja, a graça de Deus não chega a nós de forma visível. Ainda que a graça de Deus não se manifeste em nós, isso não quer dizer que Deus não esteja nos concedendo graças constantemente. É comparável às ondas eletromagnéticas de rádio. As ondas de rádio emitidas pela emissora de rádio chegam igualmente, tanto à casa com aparelho radiofônico como à casa que não possui esse aparelho, ou aonde se está com o rádio ligado ou desligado. Mas o programa radiofônico só pode ser ouvido por aqueles que possuem aparelho de rádio sintonizado com a frequência da emissora, e que está com o aparelho ligado. Analogamente, recebemos concretamente a graça de Deus de modo perceptível quando primeiramente sintonizamos nossa mente com a vibração de Deus. Quando sintonizamos concretamente, manifesta-se concretamente; e, não sintonizando de forma concreta, não se manifesta.
Muitas pessoas pensam que basta orar para que Deus atenda a todos os nossos pedidos, e, quando oram e o resultado não aparece, pensam “Não existe Deus nem Buda”. Porém, desejar orar equivale a desejar ouvir o programa radiofônico, e só isso não basta. Se alguém sente vontade de ouvir o programa, é preciso, em seguida, sintonizar com a frequência da emissora que apresenta esse programa. Deus é Amor, portanto, para sintonizarmos com Ele, é preciso termos verdadeiro sentimento de amor e colocarmos em prática esse amor.
Um jovem chamado Hiromichi Motegi, apresentou o depoimento de como conseguiu ser aprovado no exame de ingresso da Universidade de Tóquio. Ele pensou: “Pode a Universidade de Tóquio continuar como está atualmente? Se eu não entrar nesta escola, quem poderá salvar a nação japonesa?”. Eis o que foi maravilhoso nele. Ele teve o sentimento de amor à Pátria. Se o objetivo de estudar na Universidade de Tóquio fosse egoísta: “Entrando na Universidade de Tóquio, a mensalidade é barata, portanto, terei menos despesa, estudando na melhor escola”. Se fosse só para satisfazer a vaidade, egoisticamente, creio que ele não teria ingressado naquela universidade.
Mas, no caso dele, pensou: “Amo a nação japonesa. O estado atual da Universidade de Tóquio não é bom para o Japão. Minha missão é ingressar naquela escola e torná-la uma universidade digna do nome”. Ele teve verdadeiro sentimento de amor, renovou a decisão tomada, e pôs a decisão em prática. Só assim sua oração, para que pudesse ingressar naquela faculdade, foi atendida. Porém, se o desejo dele de ingressar na faculdade fosse só por egoísmo, e tentasse convencer Deus cansando-O com muitas orações, e se, não conseguindo o intuito, dissesse: “Não existe Deus nem Buda” ele estaria cometendo um grande erro.
Deus sabe de antemão e já nos concedeu tudo que nos é necessário. Ele já nos concedeu, mas, para que essa graça concedida se manifeste concretamente em nossa vida, é necessário sintonizarmos nossa vibração mental com a vibração de Amor de Deus. Eis a atitude mental básica para que a oração se concretize.

Oração Para Viver O Amor De Deus

A Vida de Deus se aloja no âmago da Vida de todos os seres humanos. Isso, no budismo, é dito: “Todos os homens possuem natureza búdica”. No cristianismo se diz “Cristo interno”. A essa natureza búdica, a esse Cristo interno, os japoneses chamam Deus (Kami). Deus Se aloja no interior de todas as pessoas. Não é que “Se aloja”; Deus é a própria Vida verdadeira do homem. O corpo carnal é o meio de auto-expressão de Deus na face da terra, e não o “homem em si”. No âmago do corpo carnal, no âmago da matéria, está o Espírito Divino sumamente maravilhoso e supremamente poderoso. Esse Espírito Divino é que é o “homem em si”!
A essência desse Espírito Divino é o Amor, a Sabedoria, a Vida Eternamente Indestrutível. Quando vivemos plenamente o amor, o Espírito Divino do nosso interior vive realmente, e quando Ele vive realmente, sentimos a alegria de viver.
O Amor de Deus não odeia ninguém. O Amor de Deus perdoa a todos. O Amor de Deus vivifica a todos. O Amor de Deus não faz escolhas facciosas. O que se harmoniza com todos e não deixa de fazê-los felizes – isto é o Amor de Deus. O Amor de Deus é sempre atencioso e jamais falha. O Amor de Deus ama até as pessoas que não O amam. O Amor de Deus não se frustra, mesmo quando não é correspondido. Não existe tristeza para o Amor de Deus. O Amor de Deus somente ama. O Amor de Deus não pede para ser amado. O Amor de Deus é incondicional. O Amor de Deus não exige retribuição. O Amor atinge seu objetivo simplesmente amando.
Aquele que expressa o Amor de Deus torna-se sagrado, porque não possui desejos egoísticos. O Amor de Deus é desinteressado. Deus Se manifesta onde não há interesse egoístico. O amor que contém desejos egoísticos está maculado. Isso não passa de paixão mascarada de amor. O amor maculado é egoísmo mascarado de amor. O amor não é satisfação dos prazeres. O amor transcende os prazeres. O amor tudo concede, sem nada solicitar em troca. Aquel que dá tudo de si mesmo, consegue concretizar o Amor de Deus.
Assim como o orvalho umedece placidamente todas as plantas dando-lhes Vida, o Amor de Deus a tudo vivifica, serena, silenciosa e anonimamente. O orvalho, vivificando todas as ervas, não faz alarde disso, e desaparece quando amanhece. Assim deve ser. Assim é o Amor de Deus.
Agradeço profundamente a Deus, que me fez conhecer esta Verdade!

(A Verdade em Orações, vol. 1, pg. 70/71)

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