Confesso que desde meus primeiros passos na SNI achava este trecho da RD um tanto quanto difícil, vamos ver se agora, meditando sobre o mesmo, consigo achar algum sentido... Fracionemos então a frase:
A RECONCILIAÇÃO VERDADEIRA: Opa, então existe alguma espécie de reconciliação falsa? Ou será, apenas e tão somente, uma reconciliação que seja digna efetivamente do nome? Acho que a segunda alternativa...
NÃO SE DÁ NEM PELA TOLERÂNCIA: Engraçado, né? Neste mundo politicamente correto de hoje esta é uma palavra da moda: tolerância! Perseguições em nome da fé; sejamos tolerantes com a fé do outro! Voltaire escreveu um "Tratado Sobre a Tolerância", para vocês verem que desde priscas eras essa é uma virtude altamente desejável... mas... a simples tolerância, ou seja, diz aí, Silveira Bueno, "Qualidade de tolerante; ato ou efeito de tolerar", sendo tolerar "ser indulgente; condescendente; consentir tacitamente; suportar; permitir; transigir", ou seja, tolerância é a permissão com reservas, com nariz empinado, do tipo "eu permito tal comportamento, mesmo sabendo que ele é inadequado". Quem for mais velho há de se lembrar nas eleições de 1989, quando o finado e derrotado Leonel Brizola decidiu, no segundo turno, apoiar Lula contra Collor de Mello com a seguinte pérola: "Tenho que engolir este sapo barbudo", ou seja, suportar apenas, ou, no bom português, até porque não tenho a mínima ideia de como se diz isso em japonês, fazer vista grossa. Reconciliar verdadeiramente, assim, não é fazer vista grossa, não é amor condicional.
NEM PELA CONDESCENDÊNCIA MÚTUA: E agora, o que vem a ser condescendência? "Complacência; transigência". Ou seja, sinônimo de tolerância. Suportar não é reconciliar, reconciliar é aceitar como um todo, é agradecer ao todo, ao integral, ao todo de tudo. E ainda tem o "mútua", que significa que mesmo que tal comportamento seja de parte a parte, ainda assim, não se aperfeiçoaria a verdadeira reconciliação.
Em suma, a reconciliação é a gratidão incondicional.
Mas, se existe uma reconciliação verdadeira, o que é esta reconciliação verdadeira? Resposta no próximo post, ou melhor, na próxima frase!
Nenhum comentário:
Postar um comentário