Iniciemos, pois. Para facilitar a consulta, cada uma das frases numerarei antes, para não ficar algo assim tão perdido (afinal de contas, posso querer comentar alguma coisa diferente, ou mencionar um ou outro SNI Hits durante o estudo). Comecemos com esta primeira frase, então!
Atire a primeira sutra o adepto, simpatizante ou o simples curioso da SNI que nunca, jamais em tempo algum ouviu esta frase antes, ou leu em algum livro ou revista sagrada.
Reconcilia-te Com Todas as Coisas do Céu e Da Terra.
Tamanha a profundidade da frase, proponho um estudo não frase a frase, mas palavra por palavra, vamos lá?
RECONCILIA-TE: Sim, amável leitor, é para você mesmo que vem a admoestação: Tu tens que te reconciliar. (A título de curiosidade, a tradução antiga apresentava um majestátivo "Reconciliai-vos", ou seja, a tradução atual ganhou, a meu ver, mais objetividade e simplicidade).
E a própria ideia de reconciliação indica retorno, retorno a um estado de conciliação, de unidade. Isso nos faz lembrar a ideia, também, de REligião, ou seja, de REligar a algo maior, algo superior. Mas aqui é um pouco diferente, a RD nos propõe a re-conciliação, ou seja, voltarmos ao estado de harmonia, de concórdia, de concordância...
Se eu fosse evoluir um pouco mais neste estudo, diria que estávamos separados por conta do nosso ego, mas aí iria discorrer mais e mais e mais... voltemos ao texto, Falabella...
E com que teríamos que nos reconciliar?
COM TODAS AS COISAS: Lembram-se quando falei das normas fundamentais dos praticantes dea SNI e o emprego abusivo dos advérbios de intensidade e de frequência, lição esta que aprendi da preletora Magali? Mais uma vez a RD nos ensina: reconciliemos com TODAS as coisas... ou seja, reconciliarmo-nos com tudo e com todos. Isso nos informa algo ainda mais interessante e porque não dizer intrigante: em um dado momento "histórico-espiritual" nós, sim, nós, eu, você, o seu vizinho, o mendigo que está na tua esquina, o cachorro pulguento que o acompanha, a vizinha encrenqueira de nossa rua, o mosquito que não nos deixa dormir de noite, o filho-de-deus-perfeito-e-maravilhoso do motoqueiro que passa bem na hora em que queríamos ouvir algo interessante na TV, todos estes estavam conciliados entre si. Ouso dizer ainda mais: todos eles estavam UNIDOS entre si...
Permitam-me ousar um pouco mais ainda: este "momento histórico-espiritual" houve sim, e os astrônomos caracterizam-no como o famoso Big Bang. Ou seja, em um dado momento, talvez o primeiro momento de todo o universo, tudo era uno. Tudo era uma única coisa. Pensem um pouco nisso, não sem um pouco de assombro (Aristóteles já dizia, e o Mestre repetia, que o assombro é o começo de toda a filosofia útil!): a RD nos convida a sermos uma única coisa só com tudo...
"Montanhas, árvores, etc etc, tudo é manifestação de Buda". Qualquer coincidência é mera semelhança?
Ainda: quem gosta de futebol, sabe que em Portugal existe um time chamado Benfica. Pois bem, no seu escudo consta a inscrição latina: "Et pluribus unum", que vem a ser... "que todos sejam um"... Qualquer coincidência é mera semelhança?
Vejam bem, em dois exemplos rasos e corriqueiros, mas de civilizações tão distintas, ncognoscíveis e incomunicáveis entre si como a oriental e a latina já havia este apego, esta referência à unidade do Todo... Deus é o Todo de Tudo, kami wa subete no subete, não é mesmo?
Continuemos...
DO CÉU E DA TERRA: Este é um ponto interessante: numa pesquisa rápida na RD, constatei que o termo "céu e terra" aparece umas oito vezes, ao passo que o seu sinônimo "Universo" consta apenas cinco vezes. Não sei, confesso, a razão disso, apenas palpites... e o maior seria este: céu e terra são expressões sinônimas para, respectivamente, mundo da Imagem Verdadeira e mundo fenomênico (lembram-se do "Pai Nosso que estais no céu?"). Assim, tornemo-nos a ser uma única coisa com as coisas do mundo verdadeiro e do mundo aparente. Esta seria a lição da primeira frase desta RD: voltemos a nossa origem ("não vos esqueçais da fonte"...).
Não seria esta, enfim, a missão de toda religião que se pretenda e se permita séria? Unir com todas as coisas, voltar ao Todo de Tudo?
Vou imprimir! Muito obrigada, vou acompanhar tudinho. Vou ceder cópias à minha afilhada Michela e à minha amiguinha muito querida Regininha q sempre me presenteia com cds, xerox de td q acha interessante e útil; finalmente vou poder retribuir.
ResponderExcluirMuito obrigada!
Nossa, será que merece mesmo ser impresso? Olha que vc aumenta minha responsabilidade, hein?
ResponderExcluirBjs, obrigado!
GOSTEI DO SEU TEXTO, EXPLICA DE UMA MANEIRA BEM COMPREENSÍVEL, COM SUAS ORIENTAÇÕES A CADA DIA MINHA FÉ AUMENTA E MINHA PRÁTICA DIÁRIA BUDISTA TORNO-SE MAIS ABRAGENTE E COM MAIS CONCIÊNCIA, A BSGI COMO A SNI TÊM MUITA COIS EM COMUM, AGRDEÇO POR AMPLIAR MEUS HORIZONTES NO KYOKAKU, A CADA DIA EU APRENDO MAIS,VC É DEMAIS!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirMUITO OBRIGADO.
desculpe!!!!!!!!!!!!!KYOKAKUEM JAPONÊS SIGNIFICA ESTUDO.
ResponderExcluirNITIREN NOS ORIENTA:"ESTUDAR O BUDISMO E DE CARATÉR FUNDAMENTAL PARA O NOSSO DESENVOLVIMENTO E A CONTINUIDADE DA FÉ DE FORMA CONSTANTE E CORRETA.
O BUDISMO É FÉ,PRÁTICA E ESTUDO, SEM ESSES TRÊS NÃO É POSSSÍVEL SE TORNAR UM BUDA"
BEIJOS...E MUITO OBRIGADO!
Não só o budismo, mas toda e qualquer religião apoia-se neste tripé: fé, prática e estudo! O Mestre Masaharu Taniguchi, no volume 17 da Verdade da Vida, já nos admoestava: "É preciso, porém, deixar de considerar a religião como mero instrumento de consolo espiritual ou um meio ao qual se recorre só na hora da necessidade ou da morte. Toda religião, quando se apreende sua essência, passa a ser parte integrante da vida. Enquanto não se tornar parte integrante da vida, a religião será considerada um 'apêndice' desnecessário, um passatempo de pessoas desocupadas, ou um capricho de pessoas idosas" (pg. 58). Em outras palavras, Religião é Vida, Budismo é Vida, e as palavras de Nitiren ecoam em nossos tímpanos como se ele acabasse de as proferir diante de nós, pois tudo, tudo, absolutamente tudo é manifestação da Vida de Deus, da Vida de Buda! Muito obrigado!
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