domingo, 29 de agosto de 2010

Viver de Modo Agradável - Vivamos de Modo Agradável - Pg. 63

"Mesmo uma paisagem que comumente é muito feia parece bonita quando amanhece coberta pela neve, porque o 'manto' macio e branco esconde todas as impurezas. Mas, quando os raios do Sol derretem a neve, coisas velhas e sujas reaparecem, tornando evidente que a sujidade não desapareceu e que o local não ficou limpo.
Usei este fato como uma metáfora para explicar que, também na vida, de nada adianta esconder os defeitos e os erros. Por mais que tentemos ocultá-los adornando-nos por fora, os esforços serão inúteis. Portanto, em vez de tentar camuflá-los, devemos concentrar os esforços em melhorar por dentro, praticando o bem. Sempre que descobrirmos uma falha em nós próprios, devemos corrigi-la imediatamente.
É desnecessário mentir para ocultar o erro cometido. Algumas pessoas me perguntaram: 'E no caso de alguém me mandar dizer o que não deve ser dito, como devo proceder?'. Talvez haja quem pense que, em tal circunstânicia, é natural optar por fazer declarações falsas, mas não convém agir desse modo. É melhor dizer, por exemplo: 'A respeito disso, nada posso dizer nesse momento'. Existe uma frase útil, bastante usada, que é 'Sem comentários', cujo significado é o mesmo que 'nada a declarar'. Se as personalidades importantes do governo fossem obrigadas a responder a todas as perguntas dos repórteres, é provável que a política mundial se tornasse caótica.
Talvez algumas pessoas contestem: 'Quer dizer que vale ocultar certos fatos?'. Quero deixar claro que esconder os erros e as falhas é diferente de não revelar certas questões da vida íntima, o que é uma atitude natural. Ninguém faz suas necessidades fisiológicas diante de outras pessoas. Todos as fazem discretamente, num lugar adequado, longe das vistas alheias. Trata-se de uma conduta natural, muito diferente de ocultar ou camuflar os erros. É também natural as pessoas não mostrarem a sua nudez em público. Isso faz parte das regras de boas maneiras e nada tem a ver com falsidade.
Deus não revela tudo a nós, seres humanos. Por isso, você não sabe até que idade vai viver, nem tem ideia de quem vai ser seu cônjuge e onde esta pessoa está atualmente. São coisas que não podem ser reveladas agora. No momento certo, você saberá de modo natural. Devemos todos ter uma conduta natural, praticando atos naturais com honestidade, alegria e prazer. Não devemos tentar ocultar a todo custo os nossos erros e as nossas falhas, mas também não precisamos escancará-los propositadamente.
As pessoas tendem a se preocupar com questões sem importância, receiam os pontos de vista e as críticas dos terceiros e, com isso, gastam energia e se estressam. Em consequência, reincidem nos erros, afligem-se e, muitas vezes, acabam adoecendo. São muitas as pessoas que vivem receosas das mais variadas coisas e, por causa disso, adoecem, cometem erros ou sofrem ferimentos. Devemos todos viver de modo condizente com a nossa natureza original de filhos de Deus, ou seja, viver com dignidade, honestidade e coragem. Não ocultar a verdade nem dizer mentiras - esse é um modo de viver que proporciona satisfação pessoal e bem-estar espiritual."

Com essas palavras o professor Seicho Taniguchi encerra o livrinho e nós encerramos o estudo do terceiro livro dele, após "O Modo Feliz de Viver" e "Convite Para a Felicidade"... o que podemos deste último capítulo apreender?

É mais ou menos como o resumo de toda a obra. Afinal de contas, viver de modo agradável significa, em poucas palavras, apenas isso: viver de forma natural. Simples, não? Mas como é viver desta maneira?

Faço aqui uma reflexão: sou advogado, e amiúde vou dormir (ou pior, acordo) ruminando problemas de importância transcendental como prazos de contestação e de uma apelação, por exemplo. Listo, antes das seis da matina, todos os meus afazeres, algo que só vou, efetivamente, fazer, mais de três horas depois. Não digo que isso é uma constante, mas esse seria, digamos, o modo natural de um advogado viver seu cotidiano, não?

E, vejam bem, já tive colegas que chegaram ao cúmulo de sonhar (isso mesmo, sonhar!) com determinados prazos... isso é que é dedicação fulltime ao trabalho, isso é que é ser workaholic!

Bom, mas respondam a minha última pergunta do penúltimo parágrafo: isso é o modo natural de um advogado viver seu cotidiano? A resposta é NÃÃÃÃÃÃÃOOOO!!! Ou melhor, um advogado até pode, mas um filho de Deus, NÃÃÃÃÃÃOOOO!!!

Aplico este exemplo ao meu caso, mas agora convido todos os meus diletos leitores a fazer a mesma reflexão. Quantos de nós deixamos de viver de modo natural por problemas facilmente solúveis que tendemos, sempre, a enxergar com o mais potente microscópio de nossas ilusões?

Fica aqui a lição: viver de modo agradável é viver de modo natural. E viver de modo natural exige, por mais paradoxal que seja, prática. Isso mesmo, prática e reeducação mental para discernir o que é verdadeiro e o que é ilusório em nossa vida. Como cantavam os Titãs, "devia ter me importado menos com problemas pequenos..."

Aliás, vamos encerrar este post com esta bela canção? Acessem então http://www.youtube.com/watch?v=L3eiOMQVUqs... leiam os comentários que se seguem e vejam que a busca por uma vida natural não é exclusividade apenas dos praticantes da Seicho-No-Ie!

E ao som deles me despeço de mais este estudo! Muito obrigado, e até o próximo estudo!

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