Na entrevista, o jovem Yamashita disse que, após voltar da escola, passava o resto do dia tocando guitarra. Alguém lhe perguntou se não estudava em casa, e ele respondeu que conseguia memorizar tudo durante as aulas. Naquele momento, imaginei como seria a mãe desse jovem, e pensei: 'Com que postura mental ela veio acompanhando o desenvolvimento desse filho?'.
De modo geral, as mães que têm filhos dessa faixa etária se preocupam muito com o desempenho escolar deles e vivem dizendo: 'Filho, você precisa estudar mais'. Mas a situação na casa do jovem Yamashita era diferente. Desde o tempo em que cursava o ensino fundamental, ele se dedicava completamente ao treino da guitarra, e isso mostra que os pais eram muito compreensivos. Caso contrário, eles não teriam sido capazes de fazer com que o filho exteriorizasse, de modo tão espetacular, o seu talento.
Cada pessoa tem uma missão e um dom peculiar. Por isso, não é possível educar as pessoas colocando todas dentro de um mesmo molde. Pode parecer que tudo estará bem se os jovens frequentarem renomadas escolas de ensino médio e entrarem em boas faculdades, mas nem sempre isso é motivo de comemoração. Existem casos tristes de jovens que, estudando com afinco, conseguiram cursar uma boa escola de ensino médio e entraram numa faculdade renomada, mas acabaram entrando num grupo de extremistas ou se envolveram em casos de violência estudantil e foram moertos a socos e pontapés. Que pensamentos terão passado na mente das mães desses jovens?
Um filme que passou na TV há algum tempo mostrava o drama de um jovem que, tendo sido brutalmente agredido numa briga entre grupos rivais, ficou em estado vegetativo.
Como terá sido a reação das mães que passaram por dramas como esse? Será que se resignaram, pensando: 'Isso foi uma fatalidade. Pelo menos, meu filho havia conseguido entrar nessa faculdade renomada.'? Ou será que, tomadas de angústia, pensaram: 'Se ele não tivesse entrado nessa faculdade...'? Devemos estar cientes de que não existem trajetórias que sejam realmente seguras. A única trajetória para a felicidade e o êxito é tomar a 'escada rolante de Deus'.
Essa 'escada rolante' não tem relação com o sistema educacional vigente nem com a oferta de bolsas de estudo. Ainda que um jovem talentoso seja premiado num concurso internacional, isso não é suficiente. Para que ele possa tomar a 'escada rolante de Deus', é necessário que tanto ele próprio como os pais conectem-se com Deus por meio de oração e confiem totalmente na providência divina.
Tomar a 'escada rolante de Deus' é entregar tudo nas mãos de Deus. Na 'escada rolante de Deus', a pessoa deve tirar o fardo dos seus ombros. Deve entregar todos os pesos da mente humana, tais como: propósitos interesseiros, pensamentos mundanos, apegos, preocupação excessiva com as aparências e outros fardos mentais."
Confesso que não entendi até agora o porquê do professor Seicho criar esta metáfora de "escada rolante de Deus". Porque cargas d´água ele criou isso? Por "escada rolante de Deus" devemos entender ligação direta com o Pai? Caso afirmativo, um nome mais bonitinho para isso seria a nossa velha e conhecida Meditação Shinsokan. Afinal de contas, todos nós, através da MS conseguimos liberar todos os pesos da mente, com a conscientização de que somente boas coisas existem, e confiar nesse fato.
Aliás, esse termo "escada rolante de Deus" também só vale a nível fenomênico, afinal de contas, no plano espiritual nunca estamos separados de Deus, apenas estamos aqui para mostrarmos que somos efetivamente Seus filhos. Não precisamos de escadas rolantes e sim de pequenos lembretes, pequenas certidões de nascimento espalhadas pelos caminhos de nossas vidas que nos recordem, sempre e constantemente, que somos Seus filhos. O resto, bem, o resto, como diria nosso querido rabino...
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