"Ao ler os livros da escritora Aiko Sato, deparo com vários trechos que me fazem sorrir. Ela passou por dois casamentos conturbados, mas nota-se que superou a dolorosa experiência de ter passado duas vezes por uma vida conjugal difícil e pelo sofrimento do divórcio, pois é uma pessoa descontraída e agradável.
Segundo ela, muitas pessoas já lhe disseram que o nome 'Aiko Sato' não é bom e sugeriram mudá-lo. Mas ela diz que não vai mudar de nome, de jeito nenhum. Parece pensar calmamente: 'Já que dizem que o nome 'Aiko' não é bom, quero mantê-lo e verificar até que ponto isso é verdade'.
O rumo de vida de uma pessoa não é determinado pelo seu nome, pela posição de sua casa ou por um acaso. Ninguém deve pensar que se tornou infeliz porque seu nome é ruim. É a mente da própria pessoa que determina o rumo de sua vida.
Pode ser que o destino ruim de uma pessoa apareça no aspecto negativo dos traços fisionômicos, das linhas da palma da mão, do nome etc. Isso porque a pessoa atrai para si coisas que combinam com seu estado mental e as projeta no aspecto físico. Por exemplo, uma pessoa sovina usa roupas modestas porque não quer gastar dinheiro. Com isso, não somente o seu visual, mas também os seus traços fisionômicos revelam a avareza.
Por outro lado, mesmo que essa pessoa apareça com uma roupa luxuosa, não significa que deixou de ser sovina, pois talvez esteja apenas fingindo, usando a roupa de alguém.
Se fosse verdade que a mudança de nome melhora o destino, ninguém precisaria estudar e trabalhar; bastaria mudar de nome para ter um bom destino e levar uma boa vida. É óbvio que isso é uma tolice. Se fosse verdade que a má posição da casa traz a infelicidade, bastaria fazer uma reforma para atrair a felicidade. Será que os estudiosos dos traços fisionômicos, do nome ou das posições das casas são todos sortudos e felizes? Não é bem assim.
Muito tempo atrás, a sra. Aiko Sato consultou um adivinho, e este lhe disse que o sobrenome 'Sato' não era bom e nome 'Aiko' era pior. No entanto, o sobrenome do próprio adivinho era também 'Sato'. Na ocasião, a sra. Aiko Sato lhe perguntou: 'Então, por que o senhor não adotou outro sobrenome?'. Ele respondeu: 'Vivo muito atarefado e não tive tempo de tomar essa providência. 'Em casa de ferreiro, espeto de pau', não é o que dizem?'. De fato, existem muitos médicos que não cuidam da própria saúde, religiosos que não creem em Deus, e assim por diante. Diante disso, as pessoas ficam desorientadas, sem saber em quem confiar.
Mas é desnecessária a preocupação. O destino do ser humano é traçado pela mente. Mudando a mente, tudo muda. A mente verdadeira de todas as pessoas é a mente de Deus. Portanto, leitor, você não precisa se preocupar. O que deve fazer é procurar sempre expressar com naturalidade a mente verdadeira. Originalmente, você é franco, honesto, gentil e afetuoso. Se você manifestar plenamente essa mente verdadeira, com certeza o seu destino mudará para melhor."
Coisa engraçada essa tal de mente... uma das coisas que mais admiro no budismo é o fato de que ele, bem antes do Cristianismo e muito, mas muito tempo antes do advento da psicologia, descobriu essa coisa fugidia e instável chamada mente. Como podemos conceituar a mente? Deixem-me pegar o dicionário para dar uma definição, digamos, lexical...
Nosso bom Silveira Bueno que adorna uma de minhas estantes nos informa que mente é uma "faculdade da alma; espírito; intelecto, disposição; imaginação; intuito; aspecto psicológico das funções biológicas do organismo, segundo Noyes".
Desconheço quem é o senhor Noyes, mas vejo que ele, como todo e bom materialista que se preza, troca o efeito pela causa, atribuindo à mente o papel subsidiário das funções biológicas, ou seja, mente, para esse senhor, seria a consequência das funções biológicas, ou melhor, um aspecto da mesma.
No volume 3 da Verdade, num dos subcapítulos que estudei para uma palestra que dei na Fraternidade do Marcelo, o Mestre critica essa visão materialista de que somos meros agentes de reações bioquímicas cerebrais; a preguiça mo impede de buscar o livro e dar a página, ou seja, vão até o volume e pesquisem... uma dica: é no início do livro.
Falando em conceitos de mente, o mesmo Mestre conceitua num de seus livros, que os amigos que me leem não terão a covardia intelectual de me perguntar qual (embora desconfie que seja no "Comande Sua Vida...") que a mente nada mais é que uma vibração. Ou seja, se somos só mente (perdoem o infame trocadilho cacofático!), descobrimos que somos apenas vibração, e que nosso belo, formoso e pimpão abriga o inabrigável, ou seja, abriga um elemento imaterial, puramente vibratório que vem a ser a mente... engraçado, né? O sólido abriga o etéreo, e esse etéreo é o que existe de verdade, em detrimento da inexistência do sólido... cruzes, há bastante metafísica para tudo, já poemava Fernando Pessoa, e, por mais que custe-me a crer no presente fato, verdade é o materialista Marx também estava certo ao escrever em seu Manifesto Comunista que "tudo o que é sólido se desmancha no ar"... o resto, bem, o resto é gounkaiku, inexistência, vazio...
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