quinta-feira, 16 de agosto de 2018

(Um Parêntese Católico, com as bênçãos de Santo Agostinho)

"Confesso que não esperava estar neste blog de novo!"
(AGOSTINHO, Santo)
Bom, respondendo a pergunta final do post anterior, tenho comigo uma edição do Catecismo da Igreja Católica (não vos esqueçais que a confissão também é um sacramento para a Igreja Católica), e olha que interessante encontrei aqui, mais precisamente no parágrafo 1455, algo sobre a confissão:
"A confissão dos pecados (acusação) mesmo do ponto de vista simplesmente humano, nos liberta e facilita nossa reconciliação com os outros".
Confesso (sem trocadilho!) que a parte que mais me chamou a atenção foi a que mencionava a tal reconciliação com os outros, e neste ponto é impossível para um bom seichonoiê que se preze, não se lembrar de outra Revelação Divina, a da Grande Harmonia, com o seu infalível reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra...
Ora, se a Seicho-No-Ie busca a unidade com todas as religiões, não seria uma agradável coincidência encontrar como um dos efeitos da confissão justamente a reconciliação, perante uma religião de costumes aparentemente tão distintos como a Santa Igreja Católica Apostólica Romana?
Falei acima em agradável coincidência? É porque vocês não leram o que eu li umas duas páginas depois no mesmo Catecismo: um trecho sobre a confissão escrito por ninguém menos que Santo Agostinho, de quem já tive a oportunidade de falar neste blog anos atrás de sua incrível semelhança de pensamento com o Ensinamento. Pois maravilhem-se aqui com o que ele escreveu, mais precisamente em seu In Iohannis evangelium tractatus 12,13 (parágrafo 1458). Prestem muita atenção, pois no decorrer da Revelação veremos muitas similaridades de pensamento entre Masaharu Taniguchi e Agostinho de Hipona:

"Quem confessa os próprios pecados já está agindo em harmonia com Deus. Deus acusa teus pecados; se tu também os acusas, tu te associas a Deus. O homem e o pecador são, por assim dizer, duas realidades: quando ouves falar do homem, foi Deus quem o fez; quando ouves falar do pecador, é o próprio homem quem o fez. Destrói o que fizeste para que Deus salve o que Ele fez... quando começas a detestar o que fizeste, é então que tuas boas obras começam, porque acusas tuas más obras. A confissão das más obras é o começo das boas obras. Contribuis para a verdade e consegues chegar à luz."

Se trocássemos um ou outro termo mais forte (como acusar, detestar etc) poderíamos até confundir os autores, porque até mesmo a analogia da luz, tão comum ao Mestre, Agostinho o fez. Assim como a dissociação entre o homem da Imagem Verdadeira, o famoso Homem-Deus e o homem agostiniano em contraposição ao homem fenomênico, traduzido para o agostinianês como simplesmente pecador. 

Mas, diante deste belo trecho, o que mais me salta aos olhos é a primeiríssima frase. Repeti-la-ei, em obséquio da ênfase:

"Quem confessa os próprios pecados já está agindo em harmonia com Deus"

E por que me chamou tanto a atenção? Por conta do tal agindo em harmonia com Deus.

Isso lhe soa familiar? Releia então a Revelação Divina da Grande Harmonia! Embora o termo harmonia apareça literalmente lá (pelo menos na língua de Camões) somente uma vez, todo o texto é escrito com base na aparente dicotomia: quando eu me reconcilio (ou seja, entro em harmonia) com tudo e todos eu entro em harmonia automaticamente com... Deus. Ora, como é que essa Revelação termina mesmo? Vou refrescar sua memória:

"Porque sou Amor, ao te reconciliares com todas as coisas do céu e da terra, aí, então, Me revelarei"

Fechando o raciocínio que gerou o presente post: quando eu me reconcilio (e um dos expedientes para tal é a confissão) eu volto para Deus. E, para eu me chegar a Deus, qual meio (ou expediente) é o mais comum?
Acertou quem disse... oração...
Assim, nada mais natural do que uma Revelação Divina que trate precipuamente da confissão recomende logo de início aos seus praticantes simplesmente a... oração!
Fechado o parêntese então? Continuemos com a segunda frase!

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