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Acho que foi Aristóteles quem disse que o princípio da filosofia é nos espantarmos com as coisas. O Mestre Masaharu Taniguchi fala disso também, ao citar, em alguns de seus livros, um trecho de um livro da literatura japonesa intitulado "Carne Seca e Batatinhas" (no original Gyuniku to Bareisho), a frase: "Eu quero me surpreender". Pois bem, eu proponho a você, amável leitor, uma proposta bastante semelhante ao que Masanobu Taniguchi faz em seu Princípio do Relógio de Sol: por que não se espantar com o natural?
Sim, senhores, espantemo-nos com o natural. Deixemo-nos levar pelo natural. Fomos muito mal doutrinados pelas histórias alegóricas dos grandes livros religiosos em que abundam fenômenos miraculosos e inexplicáveis, mesmo sobrenaturais, e achamos que o caminho de uma espiritualidade decente passe necessariamente por algo do tipo "Faz Um Milagre Em Mim" (nada contra o Regis Danese, longe disso, apenas estou exemplificando). Mas, pelo contrário, como diria Paul Rabbit (Paulo Coelho, para os lusófonos), o caminho espiritual é o caminho das pessoas comuns.
Muito bem, esta introdução toda foi feita para este pequeno trecho, por qual razão? Ora, ora, você, amável leitor que me honra com sua leitura, já parou para perceber a maravilha que você é, sendo simplesmente natural? Neste ponto, como diria o trecho, somos ainda bebês, pouco conscientes de nossa divindade inata. Você, amável leitor, já parou para imaginar que você, sim, você mesmo, é um pensamento condensado, materializado de Deus? Que você é Deus em potencial e em alcance? Não? Não mesmo? Pois está na hora de mudar isso...
Ok, ok, como fazer este turning point? Simplesmente viva de forma... natural, ou seja, seja neste mundo quem você realmente é. Nesta hora é que me recordo do bom e velho e ateu Nietzsche (saúde!) quando ele nos exortava a nos tornar incessantemente aquilo que somos...
E o que somos? Filhos de Deus, em sua forma mais natural possível, aqui e agora mesmo.
O resto? Bem, o resto... vocês conhecem aquela do rabino, não?
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