Pg.: 31:
"Se existem no mundo infindável número de pessoas que praticam atos de maldade, não é por falta de discernimento entre o bem e o mal. Apesar de terem consciência, praticam o mal. Qual é a razão disso? Pensam que elas próprias são 'pessoas más'. Pensam que entre Deus e elas não há nenhuma ligação. Por isso, entendem equivocadamente que a prática do mal é condizente com elas e, assim, curvam-se diante da tentação de praticar maldade. Portanto, para combater os atos de maldade, a solução é ensinar-lhes que todos os homens são bons, que sua natureza é búdica e que todos são maravilhosos. Desse modo, as pessoas passarão, sem falta, a praticar o bem. Se mesmo sabendo que são filhas de Deus e ainda assim praticam o mal, provavelmente acham que seu deus não é Deus verdadeiro, e sim um deus de mentirinha: aquele que frequentemente é complacente com os atos de maldade."
E o que dizer deste capítulo? Na minha modesta opinião, este é um daqueles que nos faz refletir - e muito - sobre a verdadeira natureza, os verdadeiros atributos de Deus. Já falei em algumas ocasiões aqui minha opinião a respeito das propaladas onipotência e onisciência divinas, que, para mim, são condicionadas à atuação do próprio homem. Neste sentido, Deus seria, primeiro e antes de tudo, uma potencialidade guardada dentro do ser humano, guardadas as devidas proporções, o quinhão de talentos de que fala Jesus na mais bela - a meu ver - de suas parábolas, pois fala justamente da relação entre nós, os humanos, e Deus, o, digamos, não-humano...
Por que falei tudo isso? Por uma simples razão: muitas vezes as pessoas se afastam da religião e dos assuntos espirituais por um motivo muito simples: não querem abrir mão de um centímetro que seja da sua personalidade para serem, digamos, formatadas pela "nova criatura" que se torna após receber Cristo, como diria São Paulo em uma de suas Epístolas.
Nada mais errado.
Em minhas últimas palestras, tenho ressaltado que não devemos nos tornar santarrões, ou seja, pessoas que sirvam de modelo para outras daquela santidade asséptica e, quase sempre, sisuda e circunspecta. Sim, pois Deus odeia carrancas. Qual é o quinto atributo que mentalizamos no Shinsokan-Nosso-De-Cada-Dia? Yes, baby, a alegria! Não é de fisionomias carrancudas, santarronas que precisamos, e sim da nossa face natural e absolutamente descompromissada com qualquer rótulo religioso ou comportamental que A, B ou C queiram nos impor.
Uma das minhas frases favoritas nas "Palavras de Sabedoria", que compõem o volume 22 d´A Verdade da Vida, cuja 40a leitura terminei hoje (agora só faltam 18 volumes!), e curiosamente uma das menos citadas é "comportamentos estereotipados não levam a nada". É mais ou menos por aí que quero chegar no presente capítulo: de tanto exortar a necessidade de uma reverência e uma circunspecção que nada combinam com Deus, alguns (nem todos, é verdade) se afastam dEle e praticam os chamados "atos de maldade", achando-se indignos de carregarem o Seu nome ou de portarem a sua filiação.
Novamente, nada mais errado.
Em nossa certidão de nascimento espiritual consta lá, claramente: Filho de Deus, dono de todos os atributos divinos, independentemente do que você faça ou deixa de fazer, acredite ou deixe de acreditar.
Em outras palavras, você, amável leitor, é Filho de Deus. E ponto. Final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário