Pg. 30:
"Com o passar do tempo, as pessoas tendem a esquecer as lembranças desagradáveis. Pelo menos, procuram relegar os detalhes ao esquecimento. Isso serve para tranquilizar o coração delas e fazer com que partam rumo ao futuro, com esperança. Por isso, você não deve temer o 'esquecimento'. Não odeie o esquecimento como se fosse um demônio. Se o temer ou odiar, ele mostrará a sua força mais do que o necessário e acabará por lhe tomar até a memória necessária. Não o odeie nem tema. Esqueça-se do esquecimento. Se viver de modo natural, com sentimento de gratidão, a memória e o esquecimento em doses adequadas enriquecerão a sua vida. Afinal, neste mundo não existe o mal, e tudo está a seu favor."
Depois da menção que fiz à Jéssica no meu último post, e que fez relativo sucesso, em especial com a própria, vamos a mais um capítulo do nosso livrinho.
Confesso que desta vez não entendi direito onde nosso bom e velho professor Seicho queria chegar. Quando ele fala das lembranças desagradáveis que somem com o tempo, devo dizer que discordo dele em parte. Podemos até esquecer, mas nosso subconsciente (ou inconsciente, como preferirem) não esquece e acaba nos dando um belo trauma...
Também confesso que não entendi, parafraseando Dr. Girafales, qual a razão, causa, motivo ou circunstância pela qual deveríamos temer o esquecimento. O esquecimento (consciente e principalmente inconsciente) deveria nos ser até mesmo uma bênção!
Este é mais um dos capítulos que poderíamos muito bem classificar como da espécie do "Princípio do Relógio de Sol", ou seja, concentrarmo-nos apenas nas coisas boas e deletar de nossa memória as coisas ruins.
Para quem acha que este tema é muito rebuscado ou pouco comum, equivoca-se. Sempre quando nas palestra falo do Princípio do Relógio de Sol (como domingo passado em Friburgo) menciono como exemplo ninguém menos que o seu, o meu, o nosso Ary Barroso, autor da nossa imortal Aquarela do Brasil, dona do mais pleonástico dos versos do cancioneiro popular brasileiro: "Ah, esse coqueiro que dá coco..." E eu jurava que ele desse banana... mas vamos lá, a anedota é curta, verídica e ilustra bem como, até mesmo em horas de desespero, podemos aplicar este princípio.
Uma das ocupações do nosso Ary era a de narrador de futebol (futebol, aqui, de novo?), e, como todos sabem, torcedor fanático do Flamengo (Flamengo, aqui, de novo?). Pois bem, reza a lenda que no meio da narração (de rádio, para piorar!) ele anunciava o placar: "E agora, meus amigos, o placar: Flamengo 0 e o resto não interessa!". E quando o Flamengo perdia a bola e sofria o contra-ataque: "Flamengo perde a bola no meio-campo e agora eu não quero nem ver...". E não via mesmo, deixava o amável e desesperado ouvinte, seja de que time fosse, a ouvir navios.... Mas nos serve de interessante lição, principalmente o "e o resto não interessa"...
E por quê? Porque deveríamos ser assim em todos os momentos de nossa curta existência provisória na terra: quando a situação estivesse ruim, deveríamos encarar a situação com um sincero "não interessa", não no sentido de escapismo, mas no sentido de não darmos tanto poder ao lado negro da força, como diria o Mestre Yoda...porque, para nós, como cantaria os Titãs, "só quero saber do que pode dar certo..."
E o resto não interessa!
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