sexta-feira, 8 de julho de 2011

Reflexões (Agora Sérias) Sobre O Politicamente Correto - IV

Pessoal, peço desculpas se demorei com este post, ainda sobre o tormentoso tema do politicamente correto. Vou apresentar um texto seichonoieano que guarda certa relevância com o tema, para depois comentar com vocês, do livro "O Que Deve Fazer O Dedicado À Iluminação", pg. 22/23. Desnecessária a posição de oração, apenas peço que leiam com bastante cuidado e reflitam o...

"Artigo 3 - Cada membro da Seicho-No-Ie deve ter sempre bem claro na mente o que é prioritário no Movimento de Iluminação da Humanidade, o objetivo principal da fundação da Seicho-No-Ie. Este é um movimento que visa iluminar a humanidade, revelando a todas as pessoas a verdadeira identidade do ser humano, que é a de filho de Deus. A liberdade, a igualdade, os direitos humanos, a democracia, a paz mundial, a política, a sociedade, o trabalho, a educação, nada disso pode existir sem que haja a firme conscientização da verdadeira natureza do ser humano. Em época alguma falou-se com tanta veemência sobre respeito à Vida como nos dias atuais. No entanto, nunca a Vida foi tão desrespeitada como hoje. Esta situação contraditória e confusa surgiu porque o homem perdeu a noção de sua verdadeira identidade. É preciso que os adeptos atentem para este fato e, seja qual for o motivo - sofrimentos relacionados à vida, à velhice, à doença ou à morte - que os tenha conduzido à Seicho-No-Iem devem reafirmar uns aos outros que o real objetivo do Movimento de Iluminação da Humanidade é orientar as pessoas de modo a se conscientizarem de que o homem é filho de Deus".

Entenderam? Estão quase chegando lá? Um instante só, vou pôr mais água no feijão, desta vez o trecho vem do ótimo "Descoberta e Conscientização da Verdadeira Natureza Humana", pg. 16/17. Mais uma vez leiam e reflitam:

"Nem é preciso discutir a superioridade da cultura espiritualista - que não foge do sofrimento nem da morte do corpo físico para concretizar um ideal - comparada à cultura de inversão de valores que busca o conforto e o prazer físico, mesmo às custas da degradação mental. Qualquer pessoa despreza a prostituição e a pornografia e também sabe que a corrupção é um ato desprezível. Então, nenhum defensor da democracia irá discordar que é vil a tendência de buscar apenas o prazer do corpo físico através do conforto material. Analisando estes fatos, percebemos que existe no ser humano o eu que sonha com o bem-estar físico e material e o eu que despreza o corpo e a matéria. Evidentemente, o segundo eu é mais nobre. Surge, então, a questão da verdadeira natureza do eu, e gostaria de refletir mais uma vez sobre o preceito zen-budista do mestre Dôgen: 'Aprender o caminho de Buda é aprender o que tu és; aprender o que tu és é esquecer-te de ti'".

Notem que o próprio título deste segundo livro já nos dá uma dica do que eu quero falar: "Descoberta e Conscientização da Verdadeira Natureza Humana". Deveriam ser feitas teses de doutorado sobre este livro...
Vamos lá às considerações então?

Eu abomino o politicamente correto por ele se basear numa análise rasteira da individualidade humana: leiamos a sutra, capítulo Homem, pg. 53: "O homem não é matéria, não é corpo carnal, não é glóbulo sanguíneo, não é soro sanguíneo, não é célula muscular... nem é o conjunto de tudo isso"
Da mesma forma, o homem não é bicha, não é baixinho, não é crioulo, não é macaco, não é nada disso. Quem imagina isso se apega apenas ao corpo carnal e ao fenômeno. O homem é mais, muito mais do que isso.
Na medida em que você utiliza uma linguagem "politicamente correta" para evitar ferir susceptibilidades da alma (ou da psiquê) humana, você reduz o homem a um mero aglomerado de carne, passivo de algum comportamento ou aparência dissonante do restante do que a maioria considera como certo. E o fato da maioria considerar como certo, nada mais é do que uma convenção, tácita, aceita e imposta, sem querer, por esta mesma maioria.
Mas, pergunto, um comportamento dissonante (como no caso do homossexualismo, ou homossexualidade, ou homoerotismo, ou... ou... ah, vocês entenderam!) ou uma aparência dissonante (no caso de um baixinho, ou de um gordo, ou mesmo de um negro, por exemplo), essas dissonâncias retiram do deste ser, digamos, marginal, a qualidade de filho de Deus?
Esta é a grande pergunta.
E aí, tiram ou não tiram?
Vamos, respondam!
Eu estou esperando...
Claro que não tiram. Então, como disse o primeiro texto acima, qualquer política que venha a ser tomada levando-se em conta o corpo carnal, ou o apreço ao mesmo, não vai dar certo, assim, o politicamente correto já nasce de uma premissa errada, totalmente equivocada sobre a verdadeira natureza humana. E, complementando com o segundo texto, vamos seguir a exortação zen-budista: "Aprender o caminho de Buda é aprender o que tu és, aprender o que tu és é esquecer-te de ti".
Captaram?
No momento em que eu aprendo o que eu sou (filho de Deus) eu esqueço do meu eu carnal, por ser este apenas inferior ao meu Eu Verdadeiro.
Captaram? Se todos soubessem que são filhos de Deus antes e acima de qualquer outra coisa, ninguém teria amigos homoafetivos e seriam, como eu, casados com afrodescendentes... teriam amigos viados e seriam casados com pretas, sim, com muito orgulho, por ser a diversidade, ao contrário do que prega o mainstream, uma qualidade divina.
Assim, proponho como questão para reflexão: não seria muito melhor encetarmos um movimento "espiritualmente correto", com base nessa conscientização?
Lancei a pedra fundamental. O resto é com vocês!

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