... vejam que interessante trecho li no referido livro. Vou transcrever aqui, pg. 167:
"Waldo [Vieira] olhava torto para o sentimentalismo de Chico.
E evitou fazer comentários quando soube como o parceiro tinha cuidado das formigas em seu quintal. À noite, o batalhão avançava sobre a horta e devorava verduras e legumes plantados para as sopas dos pobres. Os amigos já tinham providenciado o veneno quando Chico tentou um último recurso: dois dedos de prosa.
Ele se debruçou sobe o formigueiro e começou a conversar:
- Vocês precisam ser mais piedosas, mais humanas. Estão faltando com a caridade ao seu semelhante. Estão tirando o alimento de quem precisa, e não há justificativa para tal procedimento.
Usou todos os argumentos possíveis e até se deu ao trabalho de sugerir um caminho para as adversárias.
- Ao lado desta modesta horta (e apontou) tem um enorme terreno todo plantado das mais variadas gramíneas, uma grande mata que a natureza colocou à disposição de todos. Mudem-se e nos deixem em paz. Caso contrário, se isso não ocorrer dentro de três dias, tomarei enérgicas providências.
No dia seguinte, sobrou apenas uma formiga, a 'subversiva', segundo Chico."
Isso lhes lembra alguma coisa? Talvez? Quem sabe este trecho aqui:
"A seguir, vou falar do sr. Kamata Ando, que tem o 'poder' de conversar com os insetos. Recentemente, ele me escreveu contando como conseguiu 'convencer' as formigas que infestavam sua casa a se mudarem para outro lugar. (...) Carta do Sr. Kamata Ando: "(...) Aluguei um quarto de minha casa a uma estudante e ela veio se queixar de que havia formigas naquele aposento. Fui verificar e constatei que havia um formigueiro sobre o assoalho. Então, eu disse à inquilina: 'Não se preocupe. Vou conversar com essas formigas e pedir-lhes que mudem de casa'. A moça fez expressão de espanto, mas disse: 'Agradeceria muito se o senhor fizesse isso'. Fiz a Meditação Shinsokan e dirigi a seguinte mentalização às formigas: 'Minhas amiguinhas, aluguei este quarto a uma estudante e a permanência de vocês neste local tornou-se inconveniente (Risos dos ouvintes). Por isso, peço-lhes o favor de se mudarem para outro lugar'. Feito isso, fiquei observando as formigas e notei que elas estavam se reunindo num ponto, como se realizassem uma assembleia. Depois, foram saindo uma após outra, formando uma grande fila, até não sobrar nenhuma formiga dentro de casa. Por incrível que pareça, as formigas nunca mais voltaram (...)
Não se lembraram? Então peguem o volume 17 da Verdade da Vida às pgs. 125-127, e a história está lá.
Coincidência? Eu não diria isso. E você, incrédulo leitor, imaginando que o Sr. Kamata Ando era cascateiro, né?
Só uma pequena observação chistosa sobre o ato de Chico, o Xavier: ele pedir para as formigas serem mais "humanas" lembrou-me aquele célebre episódio na ONU em que, acredito, o secretário-geral de lá, ou algum cargo de semelhante hierarquia, cansado do bate-boca entre árabes e israelenses exasperou-se e soltou a seguinte pérola: "Peço aos nobres representantes dos árabes e dos judeus pararem com esta briga e se comportarem como bons cristãos!". Eu fico imaginando as caras do Isaac e do Salim neste momento...
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