"Você é capaz de expor claramente suas opiniões? Certa vez fiz várias perguntas a um rapaz que, por sua vez, não me deu respostas claras. Ele não era mudo, mas creio que não respondeu claramente porque pensava nas implicações que suas respostas poderiam acarretar. No entanto, gostaria imensamente que ele soubesse que a atitude de não responder uma pergunta já constitui um ato de desrespeito a quem a formulou. Você já encontrou um motorista de táxi que nada respondeu quando disse o endereço para o qual desejava que o levasse? Você não deve se tornar um sujeito tão mal educado. Se não sabe a resposta, diga 'não sei'".
Quem começa? Pode ser eu? Vamos lá então.
Confesso que tenho uma pequena dívida a ser paga perante o professor Seicho, que é a de, simplesmente, ler mais as obras dele. Confesso também a vós irmãos que a poesia do cotidiano que ele escreve, na minha modesta e nada recomendável opinião está aquém da obra magistral e metafórica de seu sogro e também da literatura quase cientificista de seu filho.
Sim, porque Seicho Taniguchi, tal qual sua adorável sogra, é um poeta do cotidiano, no sentido de que ele pega os exemplos mais comezinhos do cotidiano, a quem ninguém ou quase ninguém dá bola para elaborar textos como este. Professora Teruko também adorava este expediente. Lembro-me de um texto que ele escreveu comentando que se agachava a todo instante na rua para pegar lixo jogado por outros para jogar nos lugares apropriados. Achei isso sensacional. E, para não dizer que não falei de flores, as últimas páginas de seu livro "Reflexões Sobre a Vida" (que eu conheci com a Silvana Cassimiro) são realmente primorosas. De mais nada, no entanto, consigo lembrar, muito embora minha augusta noiva tenha me recomendado entusiasticamente a leitura de "Para Realizar o Amor e a Oração"...
Tudo bem, Ximenes, mas, e quanto ao texto em si, dá para comentar? Vamos lá, de novo.
A parte que mais gostei do trecho é esta:
"No entanto, gostaria imensamente que ele soubesse que a atitude de não responder uma pergunta já constitui um ato de desrespeito a quem a formulou." E por que?
Como disse, para mim ele extrai preciosas lições do cotidiano, o que significa que em momentos que possam passar despercebidos para a maioria das pessoas (inclusive para este que vos tecla) ele consegue dar algumas lições de moral, como esta: Quer dizer que o fato de nada responder seria um ato de desrespeito? Nunca tinha pensado nisso.
Lembro-me logo do interrogatório de Jesus, antes de ser crucificado. Fora Ele desrespeitoso para com as autoridades romanas? Lembro-me, da mesma forma, de um direito constitucional norte-americano de nada responder, a não ser em juízo, creio ser esta a formulação. Estaria o Estado concedendo ao cidadão o direito de ser desrespeitoso para com o próprio Estado?
Não estou condenando o trecho citado nem desmerecendo o professor Seicho, muito pelo contrário. Como falei antes, nunca tinha pensado que o mutismo num questionamento poderia ser encarado como desrespeito ou má educação. Se me perguntassem isso antes de ler tal texto, imaginava que "ignorância" seria a resposta mais adequada, ignorância no sentido de não saber determinada coisa.
Assim, a lição que fica está embutida no título do preceito e do post: Responda claramente. Seja claro, inclusive em suas orações. Facilite o trabalho de Deus com isso! Ele te agradecerá e te dará o que tu desejas. Como mesmo disse Cristo no Sermão da Montanha: "Seja o vosso sim sim e o vosso não não, tudo o que vier fora disso é do maligno". Ou do desrespeito. Ou da má educação. Captei, amado Mestre, Muito Obrigado!
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