domingo, 23 de janeiro de 2011

21 - Agradece A Todas As Coisas Do Céu E Da Terra

Sim, senhores, o que eu perguntei no último post? Ah, sim, qual era a primeira Norma Fundamental dos Praticantes da Seicho-no-Ie, e qual era? "Agradecer a todas as coisas do universo". Alguma semelhança aqui? Acho que não, né?
A RD finaliza as sete gratidões com a mais vaga mas não menos importante gratidão de todas: a todas as coisas do céu e da terra.
Veio-me à mente agora uma passagem do Evangelho, mais precisamente Mateus no Sermão da Montanha (caps. 5 a 7). Não me exijam o versículo exato, pois estou com preguiça de procurar na Bíblia, mas se trata daquela parte que Cristo fala: "Orai pelos inimigos, fazei bem aos que vos perseguem; nada há de meritório em amar os amigos, isso até os gentios fazem, a diferença é amar os inimigos". Algo desse tipo. Pois bem, o que vem a ser orar pelos inimigos e fazer bem aos que vos perseguem? Não seria agradecer a estas pessoas? E, mais uma vez insisto, o que vem a ser o agradecer senão reconhecer o bem que lhe é feito?
E nós achando que Cristo estava sendo "bonzinho" naquela passagem... na realidade Ele estava era aplicando a chamada lei mental do semelhante atrai semelhante, a mesma que Buda, 600 anos antes, explicava a um discípulo seu, quando lhe foi inquirido sobre o envio de vibrações de ódio. "Não resistais ao mal, antes, vençais o mal com o bem". Não resistir ao mal significa simplesmente, não reconhecer o mal. Explico: quando você resiste a algo, você impõe algo chamado resistência, oposição. Quando você se opõe a algo, você combate esse determinado algo. Quando você combate esse determinado algo você automaticamente cria uma dicotomia entre você e esse algo. E essa dicotomia nada mais vem a ser que um dualismo que você cria entre a sua situação e o que você quer evitar.
Tentarei ser mais claro e objetivo. Imaginemos que você seja vítima de um assalto. Ora, o assalto é um mal, é algo indesejável, para todos, tá? Não bancarei o santarrão aqui e dizer com indiferença olímpica que a mim não atingiria. Mas, voltando...
No momento em que você resiste ao assalto (resiste mentalmente, apenas, não falo em reagir ou outras reações automáticas na hora) você cria um dualismo, abre um abismo entre você e esta situação, o que dá oportunidade para um negócio chamado medo entrar em sua mente. Mas, quando você não resiste ao mal, você quebra este paradigma (adoro esta terminologia!). Explico novamente: Suponhamos que você seja vítima de um assalto. Você fica chateado, mas logo trata de esquecer o assunto, abençoando o assaltante ("orai pelos que vos perseguem") ou achando naquele incidente algo bom, algo positivo. Pronto, você deixa de resistir ao mal e quebra o círculo vicioso do carma.
Quanto a esta questão do carma, tem uma pequena passagem do volume 18 da "Verdade da Vida", que nem foi o Mestre que falou, mas de uma profundidade tamanha, e bem adequada ao tema. Agora vou transcrever, deixando a preguiça de lado, leiam, é da lavra do Sr. Shoji Nakahata e pode ser lido na página 64:

"Nada é mais importante do que esse sentimento de gratidão. É ele que impede a manifestação do carma maléfico formado no passado. A causa só produzirá efeito se encontrar uma oportunidade, e o sentimento de gratidão não dá oportunidade para a frutificação das causas maléficas".

Simples, não? Agora, vá aplicar isso na prática, vai? É por estas e outras que eu continuo dizendo: Seicho-No-Ie é a religião mais fácil de ser seguida, pois seus pressupostos são absurda e ridiculamente simples: tudo parte e retorna da tua mente. Agora, é a mais difícil de ser praticada, de ser posta em prática, porque exige de você, amável leitor, uma reforma mental tão, mas tão grande que muitas vezes as pessoas simplesmente resolvem partir para outros ramos religiosos, na vã esperança que algo externo as salvem, mas sem saber que a tua salvação só depende, unica e exclusivamente, de você, independente de onde você estiver.

Um comentário:

  1. Leo adorei, vc foi clarissimo.
    ..." é a mais difícil de ser praticada, de ser posta em prática", me lembrei de uma preletora em uma palestra realizada aqui na minha AL, ela dise q SNI nos dá lição de casa, não basta cumprir uma "obrigação" semanal de participar de culto semanal e esta td nos conformes. É pra ser vivenciada em todos os momentos e circunstâncias.
    Muito obrigado!

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