Findas as sete gratidões, a frase seguinte nos reitera aquilo que já fora dito anteriormente, ou seja: não adianta estarmos todos, literalmente, mal-agradecidos, que não receberemos as ondas da salvação de Deus. Vamos fracionar a frase?
SOMENTE DENTRO DESTE SENTIMENTO DE GRATIDÃO: Que gratidão, cara pálida? Ora, a gratidão incondicional, a gratidão do maior ao menor, do que está perto e do que está longe, do tudo e do nada, é a gratidão incondicional, resumida nas sete gratidões anteriores, é a que se refere o pronome "deste"...
É QUE PODERÁS VER-ME: Calma, alto lá! Daqui a algumas poucas frases vocês vão entender a razão da advertência: quando o Revelador fala que poderás vê-Lo, significa ver com os olhos espirituais... não vos esqueçais do que é fenomênico do que não é fenomênico! Aliás, se me permitem a crítica, coisinha bem fácil de acontecer...
E RECEBER A MINHA SALVAÇÃO: Claro! Se você manter-se grato a todas as coisas e fatos fatalmente acabarás por receber a salvação divina. Mas, o que quer dizer salvação divina? Se nos últimos instantes de nossa vida, tivermos um súbito surto de gratidão, as portas do céu abrir-nos-ão? Calma de novo, não é bem assim...
A salvação divina pode estar numa simples resposta a uma prece. Isso mesmo. Querem ver? Peguem qualquer revista sagrada com relato de experiência e vejam o esqueleto típico de um relato digno deste nome. Não conseguem identificar? Vou dissecar para vocês:
1. Inicialmente o relator nos informa como era sua vida antes (Eu era assim e assado...)
2. Depois, por uma obra miraculosa do destino (leia-se Deus) ele conheceu um preletor, uma sutra, uma revista sagrada, alguma coisa de SNI, e, tomando conhecimento de alguns conceitos básicos, resolve aceitar o Ensinamento e mais: resolve... pra-ti-car...
3. Ele pratica. Algumas vezes nas práticas ocorrem crises de choro convulsivo ou alguma espécie de arrependimento por alguma coisa no passado.
4. Ocorre a cura ou a graça desejada, ou seja, a salvação divina.
Agora, pergunto aos meus seis sagazes leitores: onde está "este sentimento de gratidão"? Sim, senhores, exatamente ali, no terceiro ponto acima citado, na prática. E porque ocorre as tais crises de choro? É o tal do ego se desintegrando (ou vocês acham que é só o carma que se desintegra? Na-na-ni-na-não, a inconsistência do ego o sujeita a, vez por outra, ser desintegrado, ocorrendo o tal do Fenômeno da última linha da página 27 da Sutra, o Fenômeno real)
E mais: isso nos leva a seguinte conclusão: se SNI é prática, a gratidão deve ser prática. Prática? Prática não, hábito. Explico: como fazemos para andar de bicicleta? Andamos, andamos, andamos, levamos um ou outro tombo vez ou outra, mas não desistimos. Captaram? Com a gratidão é a mesma coisa: agradecemos, agradecemos e agradecemos, até isso se tornar um hábito tão banal quanto... andar de bicicleta... simples assim!
Em suma, se quiserem olhar por este ângulo, outra não será a conclusão de que a SNI, no fundo no fundo é a mais grandiosa reforma mental pela qual pode passar um ser humano.
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