Agora começamos a seção das gratidões aos inferiores hierárquicos a nós, e quem seriam os primeiros da lista? Sim, nossos filhos. Aqui cabe aquela velha indagação escrita por Vinícius de Morais: "Filhos, melhor não tê-los, mas se não temos, como sabê-lo?" E, mesmo assim, devemos agradecer a eles também. Lembro-me também daquela velha admoestação em Efésios: "Pais, não aborreceis vossos filhos" (estou com preguiça, confesso, para pegar a Bíblia e ver o trecho exato).
E, sendo eles nossos inferiores, por que devemos agredecê-los? Ora, simplesmente pelo cândido fato deles serem filhos de Deus, isso já não é o suficiente?
Para quem ainda não convenceu: são eles que levarão mundo afora nossa herança, não só genética, como moral, cultural, afetiva e tutti quanti. São eles nossos prolongamentos, os ramos das árvores, a continuação da vida fenomênica.
Parece estranho uma filosofia que prega tanto a obediência aos pais como a SNI reservar um cantinho de sua RD para estimular a gratidão aos descendentes, e não aos antepassados. Mas é lógico, é plenamente lógico pensar assim.
Em suma, agradecer aos filhos é agradecer a Vida. Como estou fazendo muitas citações neste post, encerro-o com mais uma, que puxo de cabeça, de Gibran Khalil Gibran, que corrobora o que escrevi acima. Caso esteja errado (e é bem provável que esteja), a culpa deve ser imposta a preguiça do Autor em procurar a versão correta do trecho n´"O Profeta", onde consta o trecho: "Vossos filhos não são vossos, são filhos da Vida e da ânsia da Vida por si mesma" (meio schopenhaueriano, não acham?). Querem ler mais? Pesquisem, é "O Profeta".
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