domingo, 27 de junho de 2010

O Modo Feliz de Viver - Prefácio

"Vivemos neste mundo para nos alegrarmos. Há quem pense que vive para sofrer, mas, no fundo do seu coração, deve haver forte desejo de viver com alegria. Porém, se corrermos atrás da alegria sensorial, nossos sentidos acabarão acostumando-se com o estímulo, e não sentiremos alegria por muito tempo. Podemos, após algum tempo, apresentar sintomas de dependência física ou doença.
Tais sintomas são a voz do céu nos aconselhando 'Procure mais alegria espiritual'. Por céu entenda-se Deus. O ser humano possui, dentro dele, a natureza divina, natureza búdica. Doença, fracasso, falência, perda de amor, relação amorosa ilícita etc. são todos ações autodesintegradoras que nos fazem voltar para a voz do céu.
Em vista dessas ações autodesintegradoras, as pessoas pensam de forma equivocada que viver é sofrer, mas elas são uma espécie de aviso: 'Mantenha distância deste perigo'. Como o calor que nos obriga a retirar rápido a mão colocada no fogo. Portanto, devemos agradecer a elas. É assim, obedecendo à voz de Deus, que sentiremos alegria de viver. E, com certeza, poderemos bradar do fundo do coração: 'Viver é sentir alegria!'"

Tóquio, 12 de agosto de 2002
O Autor
Vamos começar pelas últimas palavras do professor Seicho: "Viver é sentir alegria". Este trecho me lembra o célebre samba de Gonzaguinha "O Que É, O Que É?", com o imortal questionamento sobre o que é a Vida ("Viver, e não ter a vergonha de ser feliz/cantar e cantar e cantar a alegria de ser um eterno aprendiz...") Este e aquela mais esquecida composição de Benito di Paula, "Tudo Está em Seu Lugar", são, com o perdão do sincretismo aqui apresentado, legítimos sambas Seicho-no-ie. Depois eu dou as letras, voltemos ao texto, que é o que nos interessa...
Então tá. Viver é sentir alegria, é sentir alegria ESPIRITUAL, alegria DIVINA, e não alegria fenomênica, equivalente àqueles tesouros que, como Jesus Cristo já dizia, se corroem com o tempo e as traças. E as aparentes desgraças que surgem em nossas vidas nos alertam que existe esse modo feliz de viver, tal como o calor que nos obriga a retirar a mão do fogo (como gostam de uma metáfora nossos líderes da SNI!).
Ok ok, tudo muito bom, tudo muito bonito. Mas como fazer para alcançar essa chamada alegria espiritual, não fenomênica? Bom, não vos esqueçais que a Alegria é um dos seis atributos divinos, ou vocês se esqueceram de que, quando estamos shinsokando, estamos imersos no "oceano da infinita alegria de Deus"?
Então a questão toda é sentir alegria espiritual, a base para um verdadeiro viver espiritual. Se viver é sentir alegria, logo inferimos que o objetivo de uma obra chamada "O Modo Feliz de Viver" é justamente descobrirmos como alcançar esta felicidade espiritual. Ou estaria errado? Acho que não.
Um outro trecho interessante está logo no início do livro: "Vivemos neste mundo para nos alegrarmos". Este determinismo divino é interessantíssimo. Me lembra um trecho de uma música do Caetano, que dizia q "gente não foi feita pra sofrer", o resto eu não me lembro mais.
Assim, delimitamos o objeto da presente obra: descobrir o modo feliz de viver. Já temos uma importante pista: é viver buscando a alegria espiritual, em vez da fenomênica. E este viver é uma obrigação e uma determinação divina endereçada a mim, a você, ao seu inimigo, ao dono do mercado em frente à sua casa, ao seu chefe intragável, ao amor da sua vida, ao Dunga, ao Maradona, ao Lula, ao Barack Obama, ao Masanobu Taniguchi, ao mendigo que perambula na esquina da tua casa, ao bêbado que insiste em cheirar mal em frente a tua casa, ao drogado caído numa cracolândia da vida, ou seja, a todo mundo, a toda a humanidade.

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