terça-feira, 29 de junho de 2010

O Modo Feliz de Viver - Criança Pequena e Esposa - Pg. 15

"O amor é maravilhoso. O amor tudo cria e desenvolve. Não há ser vivo que se desenvolva sem amor. O amor tudo purifica. Não sentimos nojo quando a sujeira foi feita por alguém que amamos. Para a mãe, trocar a fralda suja do bebê não é nenhum sofrimento. Portanto, ela não deve sentir nenhuma repugnância da sujeira na camisa do marido...
Mas uma senhora confessou que sentia tanto nojo da camisa do marido que lavava primeiro as roupas dela e a do filho, e, com a água suja que sobrava, lavava as roupas do marido, pisando-as. Na época, ela odiava o marido. Mas, não sendo ele um completo estranho, após aprender que seu marido é originalmente um único ser com ela, passou a lavar as roupas dele em primeiro lugar.
Assim, as pessoas vivem refletindo sua mente no mundo exterior. Portanto, o fato de a mulher desejar ser bela não é, jamais, algo ruim. Aliás, isso é maravilhoso. Não é natural considerar isso um mal.
Mas a beleza não está no corpo carnal que a mente do ego pensa ser eu próprio. Mesmo uma pessoa que sofreu queimadura e ficou com o rosto desfigurado, é bela, se vive com o coração puro. É bela aquela pessoa que, apesar de vestir roupas miseráveis, anda recolhendo latas vazias jogadas nas estradas dos campos e montanhas.
Por outro lado, não se pode dizer que seja verdadeiramente bela uma mulher de aparência elegante, dirigindo um luxuoso automóvel, se ela anda jogando, pela janela deste automóvel, tocos de cigarro ou latas vazias.
O protótipo de beleza existe no mundo da mente, que transcende o mundo dos sentidos. É essa beleza que se manifesta material e carnalmente. Mas, quando há algum impedimento, essa manifestação torna-se distorcida. Também a mente fenomênica, às vezes, pode manifestar-se de forma distorcida.
Porém, a mente, que contém o protótipo da beleza, não é distorcida. No fundo de uma mente perversa, existe a mente que contém o protótipo da beleza, e basta manifestar essa mente com naturalidade. Como podemos fazer isso?
O mais importante é reconhecer esse protótipo, ou seja, a Imagem Verdadeira. Não devemos ficar pensando 'Minha mente é distorcida', ou 'Sou, por natureza, maçante'. Não existe uma só pessoa que possua mente tão desagradável. Todas as pessoas têm bom coração, são francas, capazes de manifestar naturalmente gratidão e alegria.
Damos a isso o nome de coração de criança. Essa pequenina garota vive sorrindo, exprimindo contentamento por qualquer coisa. Ela manifesta alegria, só pelo fato de um adulto aceitar o objeto que ela oferece. Ela sorri alegremente, só de olhar para o rosto do adulto. Tenho certeza de que tal criança crescerá e se tornará uma esposa que sorri alegremente, só de olhar para o rosto do marido."

Bom, vamos comentar este trecho de hoje? Começo a gostar de comentar estes trechinhos com vocês...
O tema de hoje versa sobre a beleza e o conceito de beleza. Como vocês devem estar carecas de saber e de meditar, a verdadeira beleza encontra-se no mundo da Imagem Verdadeira, este verdadeiro manancial de nossa individualidade divina. E, nada mais natural, aliás, é o propósito deste livrinho (sempre vou bater nesta tecla!) nos lembrar sempre que a nossa verdadeira alegria, a verdadeira felicidade, em suma, o verdadeiro modo feliz de viver é em sintonia com o glorioso MIV (Mundo da Imagem Verdadeira).
O professor ST se bate muito na questão da beleza feminina, que até encerra, de modo poético, este capítulo. No entanto, pode ser aplicado, mui apropriadamente, aos homens também, sem o menor medo de parecer, ou ser, digamos, metrossexuais. É que a verdadeira beleza não necessita de cosméticos, suores numa academia ou coisas semelhantes. Precisa apenas de nossa afinação ao MIV. E isso, por incrível que pareça, pode se dar, inclusive, inconscientemente.
Assim, recapitulemos, mais uma vez: Viver alegremente significa sentir alegria espiritual. Alegria espiritual é reconhecer a perfeição do MIV (desculpem as insistentes abreviações, mas, vocês entendem...) em detrimento da imperfeição do mundo fenomênico. É saber que não se pode mudar o mundo fenomênico, porque ele é intrinsecamente imperfeito (importantíssimo ponto este, talvez o mais importante deste livrinho). E, com a lição de hoje, aprendemos que a beleza, o belo, também está intrinsecamente ligado ao mundo da Imagem Verdadeira. Captaram?

Um pequeno adendo: não sei se neste livro vai se tratar especificamente deste assunto, mas lanço aqui uma curiosa indagação (pleonasmo, como se alguma indagação não tivesse um mínimo de curiosidade...): quando estava transcrevendo o capítulo de ontem, veio a mente uma questão: se vivemos aqui no fenômeno e sabemos, intuitivamente, da existência do MIV, através de que canal, de que túnel, de que ponte estes mundos tão díspares se comunicam? Quem, assim como eu, foi criança na década de 80, deve se lembrar do desenho animado "Caverna do Dragão". Como aquela turma vivia num universo paralelo, que, volta e meia no fim de cada desenho, abria-se um canal para passar por estes universos. A minha pergunta é exatamente esta: como ativar este canal? Se o livrinho não me responder nos próximos capítulos, me lembrem para retomar o assunto?
Até a próxima, fui!

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