"Quando se manifestar a livre e perfeita Imagem Verdadeira, tanto a própria pessoa como seu próximo alcançarão automaticamente a iluminação, cujos benefícios atingirão todos os seres animados e inanimados, sem exceção"
Bom, agora são 9:10 desta cinzenta quarta-feira pós-carnaval. Como só devo trabalhar na parte da tarde, aproveito estes breves minutos matinais para estudar, convosco, mais esta frase.
Assim, depois da longa quinta frase, temos esta sexta, que parece meio que um resumo da outra.
Distinguimos na frase anterior os dois tipos de apóstolos, o inconsciente e o consciente, e os benefícios oriundos desta conscientização. Pois bem, esta frase apenas reitera os benefícios informados na outra, ou seja, quando se manifestar esta Imagem Verdadeira, tudo ao seu redor mudará e automaticamente alcançaremos a iluminação.
Nos livros do Mestre, ele cansa de nos falar que o paraíso, o Mundo da Imagem Verdadeira encontra-se aqui e agora. Sim, caro leitor, onde você está mesmo, bem aí, já é o mundo da Imagem Verdadeira. Nós é que não temos esta conscientização, ou seja, a nós falta esta visão, e é preciso muito preparo espiritual para adquiri-la. Falo isso por experiência própria, ou vocês acham que eu sou o cara? No mundo da Imagem Verdadeira até posso ser, mas se eu não o enxergo, de que adianta?
Consta numa parábola budista (acho que na Sutra do Lótus) que uma pessoa encontrou um velho amigo mendingando nas ruas. Compadecido desta situação, abrigou-o, deu-lhe comida e ao se despedir colocou dentro de seu casaco um valioso diamante. Pois bem, tempos depois ele encontrou este velho amigo mendingando na rua, novamente. Aí o amigo questiona: "Mas e a pedra que te dei?". O mendigo, então, se apercebeu do presente dado.
Assim somos nós, em nossa busca espiritual. Reparem só: quando encontramos uma fé que aprovamos (o amigo), ele nos abriga e dá conforto material (comida e bebida). Mas, isso funciona de início, pois temos que seguir nosso próprio rumo, e, para tal, vamos embora. No entanto, nossa fé nos deixa algo precioso dentro de nós (a tal pedra), mas não nos apercebemos disso e vivemos na miséria fenomênica.
Que lições podemos dela extrair? Qual a pedra escondida no nosso casaco? O fato de sermos Filhos de Deus. Essa conscientização. A conscientização de sermos superiores a todo e qualquer evento fenomênico que porventura nos abale, por maior que seja.
Voltando, então, ao texto (nem sei porque enveredei por este caminho, talvez algum de meus seis leitores estivesse precisando lê-lo)...
Ao alcançarmos a iluminação, beneficiaremos todos os seres animados e inanimados, sem exceção. Que beleza, não? Digamos que eu agora alcance a iluminação! Tcharan! Agora eu me conscientizei de que sou Filho de Deus! Que beleza! A partir de agora, todos estarão salvos porque eu estou iluminado. Perceberam o que quis dizer? Nós somos bosatsu, procuramos a salvação coletiva, mas, no momento em que alcançamos a nossa percepção (ou salvação) individual, o mundo já está salvo, porque estamos dentro do Mundo da Imagem Verdadeira. Receio não ter sido suficientemente claro, vamos pensar em algo melhor...
Procuramos salvar a todos, mas a salvação é individual. De nada adianta eu doutrinar a humanidade se esta não procura seguir meus ensinamentos. Lembram-se do caso que contei da minha última palestra, quando Herr Hindemburgo me questionou: "e se não seguirmos o que você prega, o que acontecerá?", ao que respondi que neste caso nem mesmo se Jesus Cristo fizesse um seminário junto com Masaharu Taniguchi, de nada adiantaria, pois faltaria uma última substância para a combustão total: a nossa fé.
Demos então esta volta ao mundo para cairmos na vala comum da fé: se tivermos fé, alcançando a iluminação, esta iluminação favorecerá a todos os seres animados e inanimados, sem exceção, mas tudo a partir de nós. A iluminação é, antes de qualquer coisa, uma experiência puramente subjetiva. Assim como a fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário