sábado, 26 de dezembro de 2009

Epicuro

Desta vez tive que me levantar e pegar meu volume de Pensamentos de Epicuro da Martin Claret. Nele destaco a última de suas reflexões, na página 115. Leiam e aprendam como acertar um alvo na mosca, e não em sua periferia:

"Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males? Por que razão é que não os impede?"


Amigos, mesmo que somente este trecho chegasse da Grécia antiga aos tempos de hoje como pertencente a Epicuro, mesmo assim, ele deveria ser incensado. Noto neste trecho em primeiro lugar a dúvida, condição sine qua non para todo filósofo que se preze, que não tem respostas prontas para perguntas inacabadas.
Em segundo lugar, uma incrível reverência, sim, a Deus: no momento em que ele alinha as hipóteses e as vai descartando, o faz com a consciência do que deve (ou deveria ser) o papel de Deus.
E, em terceiro, a dúvida maior de toda a angustiada humanidade se revela: se Deus é o supremo bem, porque permite os males?
Poderia este humilde blogueiro intuir a resposta no próximo post?

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