Falo isso para esclarecer logo o primeiro termo de interesse do nosso estudo, o termo enfermos. Mas não nos apressemos: antes de partir logo para isso, devo esclarecer que esta longa frase introdutória contém pelo menos quatro grandes núcleos de entendimento, que são os seguintes:
(1) Se caso estais enfermos;
(2) procurai um orientador de Meu ensinamento
(3) a ele pedi que ore por vós
(4) e dele aprendei a praticar a Meditação Shinsokan
Vamos ao primeiro termo (1):
Se caso = se por acaso, o que demonstra uma certa aleatoriedade, não é natural nem normal estarmos enfermos.
estais enfermos = lembremos: o verbo ser indica permanência, o verbo estar indica transitoriedade. Assim, a frase poderia ser reescrita perfeitamente desta forma: Se por alguma eventualidade você manifestar alguma enfermidade...
Enfrentemos o termo enfermo: por enfermo entendo não apenas o que estariam com a saúde abalada, mas com qualquer tipo de problema ou enfermidade. Sim, entendo que é bem extensiva esta minha interpretação, mas para o que se segue esta questão é de fundamental importância. Lembrem-se do que falei antes: vamos tratar do sempre espinhoso tema da inexistência do pecado. E o pecado se "manifesta" na nossa vida não apenas na forma de doenças físicas, embora este seja o sentido que a RD queira passar.
Vamos ao segundo termo (2):
Caso você esteja com problemas (reescrevi o trecho anterior num outro contexto), procurai (ou seja, tome uma postura ativa, não espere pela salvação, busque-a!) um orientador de Meu ensinamento.
Ora, Preletor, essa é mole: um orientador só pode ser um preletor ou um líder de iluminação, certo? Sim e não. Sim porque em tese estes seriam os mais gabaritados, sem a menor sombra de dúvida. Mas, contudo, porém, todavia... por que não pode ser um divulgador ou um mero adepto com conhecimentos rudimentares sobre a filosofia? Por "conhecimentos rudimentares" entendo, simplesmente, saber fazer a Meditação Shinsokan, E isso, convenhamos, até mesmo um adepto dedicado, sem títulos ou denominações oficiais, pode fazer. Eu mesmo, quando engatinhava dentro do Ensinamento, obtinha coisas bem interessantes com o Shinsokan. Poderia eu ser chamado de orientador à época? Questão discutível, mas tendo pela afirmativa, na ausência de um preletor ou líder de iluminação. Aliás, peguem alguns volumes d´A Verdade da Vida (o 34 em especial) e vocês verão pessoas sem patente oficial dentro da Filosofia dando orientações tão boas quanto os bam-bam-bans do Ensinamento.
Estou querendo menosprezar a sabedoria de um preletor? Longe de mim! Só quero mesmo abrir é o escopo de oportunidades...
Terceiro termo (3):
a ele pedi que ore por vós...
Nos dois próximos tópicos vemos duas posições interessantes:
a) uma inicial postura passiva do enfermo, no sentido de pedir orações; e
b) uma posterior postura ativa do enfermo. no sentido de aprender o Shinsokan. Fiquemos com a primeira postura, que corresponde a este terceiro termo:
Em vários momentos da nossa vida nós precisamos, antes mesmo de aprender algo, a pedir que alguém o faça para nós. Este é o verdadeiro sentido destas duas frases: a ele pedi que ore por vós simplesmente significa que devemos ser humildes o suficiente para reconhecer que o outro também pode nos fazer o bem. É um convite à humildade, em suma.
Mas a humildade tem limites. Como aquele velho provérbio oriental nos admoesta, não dê o peixe ao faminto, ensine-o a pescar. Mas, num primeiro momento (e esta frase é bem clara ao dizer isso), devemos dar o peixe. Orando pelos outros. Pedindo oração aos outros...
Afinal de contas, o que vem a ser a Forma Humana que conhecemos na Seicho-No-Ie senão um inconfessado pedido de que "a ele pedi que ore por vós"? Especialmente nos casos de saúde? Se aprendemos que durante seis vezes por dia em horários específicos recebemos orações (muito provavelmente dos orientadores do ensinamento...), isso não seria uma prova inconteste da aplicação do que esta frase nos ensina? Mas calma aí, que tem mais... Não fiquemos só na passividade, afinal de contas, temos que aprender a pescar. E isso se faz como?
Quarto termo (4)
... e dele aprendei a praticar a Meditação Shinsokan
Não nos basta apenas recebermos orações. A espiritualidade é ativa, não passiva. Neste sentido, por mais herege que minha opinião possa parecer, a Seicho-No-Ie, a despeito de suas origens budistas mahayanas (grande veículo) assemelha-se, neste particular, muito ao hinayana (pequeno veículo), no sentido de que "a salvação é individual, não coletiva". Mas estou tranquilo quanto a isso, o Mestre em vários momentos fala que a Seicho-No-Ie transcende os budismos hinayana e mahayana, mas isso é outro assunto...
Voltando, não basta apenas receber orações, também temos que fazermos orações. E não é qualquer oração, é a principal das orações na Seicho-No-Ie, a Meditação Shinsokan, com pressupostos distintos de algumas doutrinas sobre oração que vocês devem bem conhecer, mas isso também é assunto para outro post... por ora, saibam que não basta apenas receber oração, procurem orar também...
Bom, analisados estão os quatro termos. Resta uma dúvida que talvez o restante do texto possa melhor nos elucidar. E a dúvida é a seguinte:
Por que um texto sobre confissão (entendido como o ato de confessar, revelar algo) começa justamente com uma exortação à oração, tanto na sua forma passiva como ativa?
Teria a confissão algo a ver com a oração?
Resposta nos próximos posts, please!
Mas a humildade tem limites. Como aquele velho provérbio oriental nos admoesta, não dê o peixe ao faminto, ensine-o a pescar. Mas, num primeiro momento (e esta frase é bem clara ao dizer isso), devemos dar o peixe. Orando pelos outros. Pedindo oração aos outros...
Afinal de contas, o que vem a ser a Forma Humana que conhecemos na Seicho-No-Ie senão um inconfessado pedido de que "a ele pedi que ore por vós"? Especialmente nos casos de saúde? Se aprendemos que durante seis vezes por dia em horários específicos recebemos orações (muito provavelmente dos orientadores do ensinamento...), isso não seria uma prova inconteste da aplicação do que esta frase nos ensina? Mas calma aí, que tem mais... Não fiquemos só na passividade, afinal de contas, temos que aprender a pescar. E isso se faz como?
Quarto termo (4)
... e dele aprendei a praticar a Meditação Shinsokan
Não nos basta apenas recebermos orações. A espiritualidade é ativa, não passiva. Neste sentido, por mais herege que minha opinião possa parecer, a Seicho-No-Ie, a despeito de suas origens budistas mahayanas (grande veículo) assemelha-se, neste particular, muito ao hinayana (pequeno veículo), no sentido de que "a salvação é individual, não coletiva". Mas estou tranquilo quanto a isso, o Mestre em vários momentos fala que a Seicho-No-Ie transcende os budismos hinayana e mahayana, mas isso é outro assunto...
Voltando, não basta apenas receber orações, também temos que fazermos orações. E não é qualquer oração, é a principal das orações na Seicho-No-Ie, a Meditação Shinsokan, com pressupostos distintos de algumas doutrinas sobre oração que vocês devem bem conhecer, mas isso também é assunto para outro post... por ora, saibam que não basta apenas receber oração, procurem orar também...
Bom, analisados estão os quatro termos. Resta uma dúvida que talvez o restante do texto possa melhor nos elucidar. E a dúvida é a seguinte:
Por que um texto sobre confissão (entendido como o ato de confessar, revelar algo) começa justamente com uma exortação à oração, tanto na sua forma passiva como ativa?
Teria a confissão algo a ver com a oração?
Resposta nos próximos posts, please!
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