sábado, 5 de fevereiro de 2011

À Guisa de Encerramento

Escrevi freneticamente durante a última semana visando encerrar a interpretação da RD e demoro mais de uma semana, abrindo tardiamente o mês de fevereiro para escrever algumas palavras sobre o que aprendemos no fim. E o que foi?
Inicialmente, o fato de que a RD nos mostra uma outra dimensão do Divino e de nossa relação com Ele: não somos meros joguetes de uma vontade divina discricionária, escolhida ao seu bel prazer, muito, muito pelo contrário: ela nos diz que podemos interagir com Deus, escolher de que modo podemos nos relacionar (ou não) com o Divino, e para isso o Divino mantém-se matreiramente ocultado em todo o mundo que nos cerca, como se o mundo inteiro fosse uma página dupla de "Onde está Wally", em que Wally vem a ser justamente... Deus...
Não por outra razão Cristo disse no Evangelho que "o bem que fizerdes a cada um destes a Mim o fará". Porque Deus não seria tão egoísta a ponto de se aglutinar em torno de Si mesmo, deixando todo o mundo sem partes dEle.
Assim, Deus Se espalha por toda a orbe nos deixando apenas como regra um único e ínfimo, às vezes desprezado mas altamente elogiado sinal para que possamos reconhecê-Lo: gratidão. Sim, este sentimento universal, que acompanha o homo sapiens desde quando este era um peixe saído do lago, lá nos primórdios da evolução, este sentimento tão humano, tão universalmente humano, a gratidão.
Outro aspecto assaz renovador nesta RD é a total atenção que Deus dá não a Si próprio (o que me lembra aquela frase de Nietzsche em Assim Falou Zaratustra, eu acho: "Não acredito num Deus que cobre ser louvado o tempo todo", mas ao outro, ao nosso próximo. Sim, senhores, o caminho para encontrar a Deus não é a solidão, e sim a interação. Tem alguns escritos do Mestre, coalhados nos volumes iniciais da Verdade da Vida, em que ele critica veementemente a solidão como meio voluntário de vida. Ou seja, Deus encontra-se tanto em você, no seu íntimo, como no seu próximo.
Captaram agora a razão de amarmos os nossos inimigos, fazer bem aos que nos perseguem, etc e tal? Perceberam agora quando, em alto e bom seichonoiês, uma pessoa reclama para outra que fulana foi o seu Kanzeon, sua Deusa da Misericórdia? Notaram que se tudo isso existe, é em função das duas Verdades Absolutas da Seicho-No-Ie, Vertical: O homem é filho de Deus (ou seja, a divindade está em si mesmo) e a Horizontal: O mundo é reflexo da mente (e no mundo exterior a divindade está nos outros, tanto quanto em você, amável cara-pálida!)
Non, non, Monsieur Sartre, l´enfer ne sont pas les autres, le ciel, si, le ciel c´est que sont les autres! (Não, não, senhor Sartre, o inferno não são os outros, o céu, sim, o céu é que são os outros!)
Ou seja, em tudo e em todos se encontra Deus, e sabe porque? Porque, como diria a sutra, "Deus é o Todo de Tudo". E fim de papo!

PS: Como já avisei a Sílvia no último comentário, estendo aqui a minha oferta que fiz a ela a todos: pretendo compilar todas as frases deste estudo numa só apostila para ficar uma coisa uniforme (vai que um dia me escalam para dar uma palestra sobre este tema? Material eu já teria...). Quem estiver interessado, pode mandar comentários para este post, me enviando o e-mail que remeterei-os totalmente de grátis para os senhores!

MUITO OBRIGADO!

3 comentários:

  1. Oba, eu quero...
    mariinhasilvia@gmail.com

    Faz muito bem, se for escalado para uma palestra sobre o tema, estás com muniçao completa.
    Muito obrigado!!!

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  2. Dá pra mandar pra quem não palestra? Sou só um adepto meia-boca, mas colaboro como tesoureiro aqui na A.L.

    Fantástico achar um blog que destrincha os assuntos SNI. MUito massinha, mano.

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