Pg. 23:
"Na coluna de cartas dos leitores de um jornal, constou o seguinte: 'Um senhor que lia jornal no ponto de ônibus deixou cair sua carteira de passes. Como ele não percebeu, avisei-o, dizendo: 'Olhe, o senhor a deixou cair'. Em silêncio, ele a recolheu e voltou a se concentrar na leitura do jornal'. Dizia a carta que a pessoa não lhe dirigiu sequer uma palavra de agradecimento, nem um aceno com o olhar, nem um sorriso. Realmente, foi uma falta de cortesia. Por mais que alguém esteja concentrado na leitura do jornal, não é possível que não possa dizer uma breve palavra de agradecimento. Precisamos urgentemente dar um fim a essa mudez, essa antipatia, essa indolência, esse egoísmo, esse desleixo... Senão, o Japão continuará sendo sempre visto como um país descortês, rude e indiferente. Um pequeno sorriso e um 'obrigado' tornam a sociedade e o país mais alegres, e serenam o coração das pessoas"
Você, sim, você, amável leitor, achou um absurdo o comportamento deste ingrato velhinho? Pois saiba que nós agimos, consciente ou inconsciente, sempre como ele. Não exatamente com o mesmo comportamento, mas com o sentimento de ingratidão, ou de não reconhecer que todos os fatos deste mundo são dignos de gratidão, ou, como disse o professor Seicho, de uma "breve palavra de agradecimento".
Não se trata de ser neurótico e ficar repetindo, por exemplo, dez mil vezes "Muito Obrigado". A prática em si é vazia, se não é acompanhada de sua mais importante lição: a gratidão a todas as coisas do céu e da terra,. sejam as boas, sejam as más. O resto é chorumela, ou, ainda, como bem disse o título do capítulo, (...)
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