sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Da Quadragésima Oitava Palestra

E finalmente, depois de quase dois anos de Liderança Iluminatória, eis que tive meu primeiro Miyoshi Matsuda Day! (ou seria mais niponicamente correto dizer "Miyoshi Matsuda Nichi"?). O que é isso? Ora, senhores, é o dia em que vamos dar uma palestra não no conforto da Regional ou nas não menos confortáveis sedes da Seicho-No-Ie espalhadas ao longo da urbe, mas quando vamos a um lugar onde sequer imaginamos que possa existir Seicho-No-Ie! E o local escolhido desta vez foi a agradabilíssima e bucólica Papucaia, distrito, creio, de Cachoeiras de Macacu, depois de Itaboraí e a caminho de Nova Friburgo...
E lá soube pela presidenta de lá, Adelair, que também passou para preletora (numa simpatissíssima sede própria) um pouco da história da região, e, pasmem os senhores e as senhoras leitoras: lá, sim, lá mesmo, existe uma colônia japonesa!!! E nós, pobres mortais, imaginando que isso existe apenas lá nos interiores de São Paulo e Paraná, né? Eu, particularmente, achei um barato, e tinha mais nisseis lá do que brasileiros propriamente ditos, o que me deixou muito feliz, me senti como nos tempos de expansão do movimento... foi muito, mas muito gratificante, e apenas me estimulou mais e mais a aprender o japonês, até para usar a tecla SAP quando for até lá de novo!
Ah, a palestra? Sim, vamos a ela... era um Domingo da Seicho-No-Ie, os temas eram um tanto quanto desconexos, mas vá lá, pelo menos dei o meu recado, por enquanto apenas em português...

DOMINGO DA SEICHO–NO–IE – PALESTRA DE 02.10.11
1A PALESTRA: NÃO EXISTE NENHUM ESPÍRITO EM ILUSÃO – VOCÊ SERÁ SALVO INFALIVELMENTE – TOSHIYUKI FUJIWARA – PG. 216/220

Antigamente, morei algum tempo em Muroran, Hokkaido, e frequentemente proferia palestras da Seicho-No-Ie nas cidades vizinhas. Este caso aconteceu quando fui a uma localidade chamada Toyoura. Uma senhora que aparentava quase 60 anos aproximou-se de mim, com o rosto pálido e uma lividez cadavérica, extremamente abatida, e disse chorando: “Professor, estou arrependida; não sei por que obra do destino fui conhecer a Seicho-No-Ie. Arrependo-me tanto, pois, se não tivesse conhecido este ensinamento, não precisaria sofrer tanto”. Perguntei “Que aconteceu?” ao que ela respondeu:
“Meus familiares viviam sempre doentes e não paravam de acontecer infortúnios no meu lar, por isso eu lia a sutra sagrada diante do oratório com todo o fervor, mas minha vida não melhorava. Eu vivia preocupada, pensando no que estava faltando, por que acontecia isso, e solicitei orientação pessoal ao preletor da Seicho-No-Ie que veio fazer palestra neste verão. Ele perguntou como eu orava pelos antepassados, respondi, e ele disse que meu erro estava nisso e me ensinou detalhadamente o modo de orar. Comprei um oratório novo e procedi exatamente como sua orientação. Perguntou também como estava o túmulo da família, respondi, e, segundo ele, nisso também eu estava procedendo erradamente, e reformei o túmulo seguindo sua orientação, mas as doenças não melhoraram nem um pouco. Perguntei a outro preletor que veio dar a palestra seguinte, e este disse que eu não estava procedendo corretamente, e era por isso que minha sorte não melhorava. Refiz novamente, mas, mesmo assim, não melhorou nem um pouco. Como devo proceder? Se fosse para acontecer isso, seria melhor eu nem ter me tornado adepta da Seicho-No-Ie. Se não a tivesse conhecido, teria ficado na ignorância mesmo, e não estaria sofrendo tanto...”
Respondi de forma vigorosa: “Senhora, que foi que a senhora estudou na Seicho-No-Ie e o que foi que leu nos livros do mestre Masaharu Taniguchi? O que a senhora possui não é fé na Seicho-No-Ie coisíssima nenhuma. A Seicho-No-Ie que o mestre Masaharu Taniguchi prega é pensamento iluminador, norteada no modo de pensar positivo. É um ensinamento que não reconhece nenhuma espécie de condição. É um ensinamento que transcende todas as condições. É um ensinamento que nos torna completamente livres, libertando-nos de toda condição. Todo homem é filho de Deus, e isso significa que ele é Deus. Filho de gato não é gato? Concorda que filho de gato não pode ser cachorro? Ou seja, nossos antepassados são todos Deus. São Vida, são espíritos. Não são existências que ficam descansando dentro do oratório ou dos túmulos. Eles são vibrações da Vida, vibrações mentais, e agem de acordo com as vibrações. Os registros espirituais que ficam no oratório ou os túmulos são como antena de televisão; não são casas onde os espíritos ficam instalados. O mundo espiritual e um mundo onde há mais liberdade do que neste mundo fenomênico, e é possível aos espíritos irem aonde quiserem. Registros espirituais e túmulos existem como ponto de apoio dos espíritos. Não é somente pelo estilo ou forma da antena que surgem imagens na televisão, mas sim porque existem programas transmitidos pelas emissoras. Não acontece, jamais, de o destino das pessoas melhorar ou piorar dependendo da forma do oratório ou do túmulo. Leia com mais seriedade os livros do mestre Masaharu Taniguchi. Todos os seus problemas serão resolvidos'. O rosto dela foi se desanuviando, iluminando-se, e passou até a sorrir. Tão aliviada ficou que parecia até que se livrara de um encosto espiritual. Disse que se sentia tão livre como se tivesse se livrado de uma placa de ferro colocada no seu peito e que tolhia todos os movimentos. Feliz, ela prometeu: 'A partir de agora, irei empenhar-me na prática deste ensinamento'.
A Seicho-No-Ie nos ensina que devemos orar aos antepassados, que devemos agradecer a eles, não como condição para sermos felizes. Devemos somente agradecer. O importante é agradecer somente. Quando acompanhado de condições, deixa de ser somente gratidão, ficamos presos a detalhes, e acontece o mesmo que ocorreu com essa senhora, que acabou se desviando do caminho correto e afundando irremediavelmente. Felizmente, ela se encontrou comigo e pude transmitir-lhe o correto ensinamento da Seicho-No-Ie, mas arrepio-me só de imaginar o que lhe teria acontecido se ela continuasse a sofrer.
Se, na hora de orarmos pelos antepassados, o fazemos reconhecendo a existência de espíritos em ilusão, não se tornaria verdadeira oração de gratidão, por melhor que seja a forma de orar. Ler a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade diante do oratório dos espíritos dos antepassados indubitavelmente é a maior oferenda, o melhor modo de dedicar-lhes orações. Mas não porque eles sejam espíritos em ilusão; é porque a Verdade torna-se o maior nutriente, o melhor alimento para os espíritos que se encontram em processo de desenvolvimento infinito.
O mestre Masaharu Taniguchi escreveu o seguinte nas 'Palavras da Verdade do Mês', na revista Seicho-No-Ie de novembro de 1971:
Palavras do dia 24: 'Quando realizar a leitura da Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade diante das almas dos antepassados, deve fazê-lo unicamente com o sentimento de gratidão e reverência'. Palavras do dia 25: 'Não deve se dirigir aos antepassados 'Vós, espíritos em ilusão...' '. Palavras do dia 26: 'Quem está em ilusão não são as almas dos antepassados, é você'. Nas Palavras do dia 27, então, o Mestre declarou claramente: 'Não existe um só espírito que esteja em ilusão'. No entanto, certas pessoas andam afirmando que acontecem infelicidades por culpa dos espíritos dos antepassados em ilusão. De onde trouxeram isso? Trata-se de um tremendo engano. A Seicho-No-Ie deve ser Seicho-No-Ie, pois, do contrário, será confundida com outras seitas, e acabará parecendo superstição.
A prática de dedicação de amor é uma das três práticas de grande importância, mas, quando realizada sobre condições, torna-se mortificação. A prática da dedicação do amor recomendada pela Seicho-No-Ie não é condição para conseguirmos a salvação, é prática de perfeita gratidão. Mesmo dedicando amor às pessoas, entre a dedicação de amor praticada por obrigação e aquela praticada por espontânea vontade, movida por um impulso que nasce do fundo do coração, existe uma diferença comparável àquela entre o céu e a terra. Se a pessoa se empenha na prática da dedicação de amor sucumbindo à intimidação de que é por não se dedicar a esse ato que não consegue ser salva, é melhor do que não praticar, mas, no fundo, corresponde a estar negociando, e torna-se mais forte a preocupação pelo resultado do que o sentimento de gratidão. Agindo dessa forma, a prática de atos de dedicação de amor não se torna prática prazerosa. Mas sim mortificação. Por fim, cheia de insatisfação e queixas, não consegue fugir, porque tem a sensação de que, fugindo, será castigada, e cai num impasse, pois constitui sofrimento continuar a praticar, e, como aquela senhora de Hokkaido, em vez de sentir alegria, passa a lamentar, dizendo que seu sofrimento aumentou porque conheceu a Seicho-No-Ie.
A verdadeira prática de dedicação de amor deve partir da gratidão. Esta sim, é a única prática sagrada que nos liga a Deus.

2A PALESTRA – EXPLICAÇÃO E PREENCHIMENTO DO DIÁRIO DE ELOGIO

A) OBJETIVOS:

1. Treinar o elogio
O elogio é o princípio. Através do elogio vêm todas as coisas boas da vida.
“MESMO QUE ALGUÉM TENHA VÁRIOS PONTOS PASSÍVEIS DE CRÍTICA, DESCOBRE NELE OS LOUVÁVEIS E ELOGIA-O” (Masaharu Taniguchi, A Verdade da Vida, vol. 22, pg. 26, 3a edição)
“ACREDITAMOS QUE O AMOR É O ALIMENTO DA VIDA E QUE A ORAÇÃO, AS PALAVRAS DE AMOR E O ELOGIO CONSTITUEM O PODER CRIADOR DA PALAVRA QUE CONCRETIZA O AMOR” (4a Declaração Iluminadora da Seicho-No-Ie)

2. Ver a Imagem Verdadeira
Muitas vezes, não se conhece o correto procedimento para ver a Imagem Verdadeira. Mesmo tendo a orientação: “Contemple unicamente a Imagem Verdadeira” ou “Veja somente a Imagem Verdadeira”, a pessoa não consegue praticar isso. Escrevendo no “Diário de Elogios”, com dedicação, treina-se para “ver” a Imagem Verdadeira.

3. Meditação Shinsokan
O Diário de Elogios é o passo inicial para se aprofundar na prática da Meditação Shinsokan. Através desta prática treina-se para aumentar a força de contemplação e o sentimento de unidade com Deus, eliminando assim, a dificuldade de se praticar a Meditação Shinsokan.
É essencial saber que, quando escrevemos os elogios, estamos habituando a nossa própria mente a ver somente o Bem. Portanto, o elogio não é para melhorar o outro, mas para melhorar a nossa maneira de ver o outro, fazendo com que a nossa mente que até então via os defeitos olhando para a imagem falsa, seja direcionada para o lado correto que acredita e vê, com os olhos espirituais, a perfeição do mundo de Deus.
O Diário de Elogios não deve ser utilizado como técnica ou expediente para melhorar a pessoa, pois assim o resultado não será positivo. O elogio, portanto, deve ser dirigido ao Bem Absoluto, à Perfeição que está por trás da aparência (fenômeno). Desta forma, você obterá resultados surpreendentes e milagrosos.

B) COMO FAZER AS ANOTAÇÕES:

1. Em primeiro lugar, faça um elogio a si próprio. Elogie-se muito. Pois “SE VOCÊ SE TRANSFORMAR, O MUNDO SE TRANSFORMARÁ, COM CERTEZA”.
Modelo: “Eu gosto de mim. É maravilhoso o meu empenho. Sou atencioso com todas as pessoas. Sou maravilhoso, pois esforço-me para amar todos os meus familiares. Sou maravilhoso porque comecei a escrever este Diário de Elogios” (Desta forma, escreva várias vezes...)

2. Elogie, agora, os membros da família. Um por um, enaltecendo seus pontos elogiáveis. Caso não os encontre, escreva:
“... (nome da pessoa) ..., muito obrigado! Gosto muito de você, muito obrigado! A sua Imagem Verdadeira é perfeita e harmoniosa, gosto muito de você, muito obrigado!”
É importante você escrever as qualidades com sentimentos, com emoção e não mecanicamente. Quando completar pelo menos uma página, enxergará algum ponto positivo da pessoa. Elogie este ponto positivo, várias vezes. A partir de então, enxergará outros pontos elogiáveis.

3. Após elogiar os familiares, passe a elogiar agora: a escola onde os seus filhos estudam, as empresas onde os familiares trabalham, o país, o presidente e assim por diante.

4. Em suma, seguindo os itens acima, continue escrevendo no seu Diário de Elogios. Diariamente, à tarde, à noite ou quando houver tempo. Acontecerão coisas incríveis. Com certeza tudo se transformaá milagrosamente!!!

Bibliografia para se aprofundar na prática do Diário de Elogios:

O Princípio do Relógio de Sol, Masanobu Taniguchi;
Diário do Relógio de Sol, Junko Taniguchi;
A Verdade da Vida, Vol. 1, 14a edição, pgs. 41/45, Masaharu Taniguchi
Imagem Verdadeira e Fenômeno, pg. 88 e 162, Masaharu Taniguchi

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