Retomando nosso estudo frase a frase da Revelação Divina, chegamos a esta. E o que ela nos ensina?
Uma coisa curiosa que ela traz é uma dúvida que eu sempre tive em relação ao perdão. Perdão, antes de ser um ato de amor, é um ato de inteligência, ou seja, se você não perdoa, o ódio, o ressentimento e o rancor continuam em você, o que, psicossomaticamente falando, ocasionará mais dia menos dia problemas orgânicos dentre os quais o câncer é o maior expoente. Mas, o que fazer quando nós perdoamos o próximo mas o próximo não nos perdoa? Como influenciar, assim, no livre arbítrio do outro?
Bom, quanto a esta última indagação, infelizmente a resposta é negativa: não temos como influenciar nisso até porque nem Deus, o Todo Poderoso, o Bam-Bam-Bam Master de tudo o que é visível e invisível no Universo quis se meter nesta cláusula pétrea. Ou seja, o livre arbítrio é presente (e responsabilidade também) dada por Deus a nós.
Resta a primeira pergunta, e aí, sabichão, o que fazer? Vamos destrinchar a frase para ver se obtemos uma resposta...
A RECONCILIAÇÃO VERDADEIRA: Ou seja, algo que realmente possa ser chamado de volta a origem, ao absoluto...
SERÁ CONSOLIDADA: Ou seja, existirá verdadeiramente quando, quando, quando...
QUANDO HOUVER O RECÍPROCO AGRADECER: Aí o bicho pega. Nem tanto pelo agradecer, mas pelo recíproco... no recíproco envolve a vontade do outro, a tal da alteridade, e isso, como vocês sabem, influencia no tal do livre arbítrio...
Mas, wait a minute, please... quando nós perdoamos, nós fizemos a nossa parte, nos livramos de um peso, de um fardo... e isso lembra a história budista que nos reza que um discípulo pergunta a Buda o que acontece quando dirigimos sentimentos ruins a uma pessoa. Ele perguntou o que aconteceria se você mandasse uma carta e o destinatário não quisesse ou não pudesse receber, e a resposta foi "ué, a carta voltaria ao dono"... pois é, é mais ou menos isso...
O perdão cria dentro de nós uma leveza d´alma e uma barreira para sentimentos grosseiros e nocivos vindos de outrem. Estaríamos, macumbisticamente falando, com o "corpo fechado", não através de rituais complexos e amiúde irracionais, mas através de algo tão simples como o perdão, produto destilado do amor e com generosas doses de sabedoria...
Mas aí é que tá: mesmo que perdoemos, se o outro não nos perdoar, de nada adiantaria, ou seja, não se concretizaria a tal da reconciliação verdadeira, mas, aí, a culpa não seria mais nossa, e sim do outro...
Mas como a cabeça do outro nem Deus quer se meter, quem dirá nós...
... ai trocando em miúdos, como fica então? se não houver o recíproco agradecer?
ResponderExcluirTrocando em miúdos? As ondas da salvação de Deus chegam a quem se reconciliou, e quem não se reconciliou...
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