domingo, 23 de dezembro de 2012

Convite Para Um Mundo Ideal - Pessoas Tímidas

Pg. 55:

"Hitchcock, o mestre dos filmes de suspense, faleceu. Dizem que ele sempre foi um jovem acanhado e tímido. Mas ele se dedicou ao cinema e realizou um grande trabalho. Se você sofre por se achar tímido e acanhado, é uma perda total de tempo. Se você é tímido ou inibido, não há nenhum problema nisso. Assim, do jeito que é, será capaz de realizar um grande trabalho. Não é para vencer a timidez. É para avançar com firmeza, mesmo tímido. Não precisa ficar inibido quando colocado diante do público. Basta seguir em frente, mesmo sentindo-se inibido. Desse modo, seu pronunciamento sairá bem melhor. Por mais que se sinta inseguro, não pense que isso seja um ponto falho. Todos pensam de si mesmo que são tímidos. Está tudo bem assim. Ser tímido é algo muito normal".

Você, amável leitor ou leitora que me acompanha, se considera uma pessoa tímida? Acha que isso causa problemas em sua vida pessoal e profissional? Pois saiba que seus problemas acabaram! Ser tímido, já dizia o nosso bom e velho Seicho Taniguchi, é normal. E, de repente, até saudável também.
Acreditem se quiser, também tenho minha cota de timidez e antissociabilidade. Minha tímida senhora, então, nem se fale. Quando, por exemplo, me anunciam em alguma palestra, fico vermelho como um pimentão (taí minha careca que não me deixa mentir). O pior é na hora em que o apresentador fala: "E agora, com vocês, com a palestra cujo tema é..., baseado no livro ... , o preletor (sim, me chamam direto de preletor, acabo deixando, deixa vibrar no espaço...) Leonardo Brito Ximenes..."
Quem já teve oportunidade de me ver neste breve instante sabe que na hora me viro para o quadro do Jisso e o reverencio, com os livros-texto da palestra nas mãos. E na hora eu simplesmente viro para o quadro e mentalizo: "Agora, meu amigo, é contigo mesmo, assume a partir daqui..."
Não que eu viro o maior comunicador do mundo, mas facilita. Porque eu sei que, como dizem no Canto Evocativo de Deus, "as minhas obras, não são eu quem as realizo, mas a força de Deus-Pai que permeia os céus e a terra". Em outras palavras, eu literalmente entrego para Deus a responsabilidade... torna-se mais fácil e a coisa flui.
Às vezes ainda tem outro complicador: eu vejo na plateia um preletor ou alguém que você respeita e não quer falar nenhuma besteira no púlpito (no meu caso ocorre direto com o Seu Cléber, de quem nutro um grande respeito). Neste caso, ajo de forma natural, como se fosse apenas mais um (o que acaba sendo, na realidade). Geralmente tem dado certo...
No post passado, por exemplo, sobre a 113a palestra, estavam entre os ouvintes a preletora Vanderneida, a quem muito respeito, principalmente por ela ser a primeira a falar de Platão em uma palestra, justamente o mais seichonoiê dos filósofos gregos (taí seu Mundo das Ideias que não me deixam mentir...). Deixei fluir e, segundo ela, gostou muito da minha palestra. Minha não, dEle. Pois a minha competência vem do homem lá de cima. Porque, se deixar por mim mesmo, um poste seria mais eloquente...



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